Os dogmas da Virgem Maria

Prof. Felipe Aquino

A Igreja nos ensina quatro dogmas sobre Nossa Senhora 

Eu gostaria de começar falando dos quatros dogmas que a Igreja proclamou sobre a Virgem Maria. Quando a Igreja proclama um dogma com o Papa, no Concílio, nós precisamos acolher como verdade, mesmo não o entendendo. Santo Agostinho dizia: “Deus não é para ser entendido, mas adorado”. O Deus verdadeiro não cabe na nossa cabeça; por isso, muitas vezes, não entendemos os dogmas de fé.

Sobre Nossa Senhora a Igreja ensina quatro dogmas: a Maternidade divina, a Imaculada Conceição, a Assunção de Nossa Senhora ao céu e a Virgindade Perpétua de Maria.

Primeiro Dogma: Maternidade Divina. A maior glória de Nossa Senhora foi ter sido escolhida para ser a Mãe de Deus, do Verbo Encarnado. É claro que Ele sempre existiu no seio da Santíssima Trindade, pois o Senhor é eterno. Ao contrário de nós que fomos criados, Deus sempre existiu. Por isso, no Credo, Niceno-Constantinopolitano diz: “Creio em um só Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos verbo criado”. Jesus nasceu de forma humana, sem deixar de ser divino. Quando o Catecismo fala da escolha de Nossa Senhora, diz que, desde toda a eternidade, Deus já a havia escolhido para ser a Mãe de Seu filho ( 488).

“Deus juntou todas as águas e fez o mar. Deus juntou todas as graças e fez Maria” (Luís Maria Grignion de Montfort).

“Deus é um instante que não passa” (Karl Rahner). Podemos nos perguntar: “Porque o Senhor escolheu Maria?”. Nossa Senhora responde no Magnificat: “Ele olhou para a pequenez de sua serva” (Lucas). Dizem que todas as mulheres de Israel tinham o sonho de ser mãe do Salvador, mas Nossa Senhora não tinha essa pretensão.

“Deus criou o homem para a imortalidade” (Sabedoria 2,23), mas este não quis obedecer a Deus. E o Senhor, para trazer a salvação ao mundo, trouxe uma nova Mulher para vencer a soberba. Se pela soberba de Eva o pecado entrou no mundo, pela humildade de Maria entrou a salvação.

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Quando Isabel ficou grávida e Maria foi visitá-la, o filho de Isabel estremeceu em seu seio, pois, no ventre de Maria, estava o Salvador; no de Isabel, o precursor de Jesus. Isabel disse: “A que devo a honra de receber a visita da Mãe do meu Senhor”. A primeira parte da Ave-Maria, saiu da boca de Isabel e do Anjo Gabriel.

Desde os primeiro séculos, já se acreditava neste dogma, Maria, a Mãe de Deus. Na biblioteca de Alexandria há papiros que dizem: “A vossa proteção nos recorremos Santa Mãe de Deus”. Essa oração é do século 200. E nessa região houve muitas perseguições e martírios. Quando chegou o ano 430, surgiu uma heresia: o Patriarca de Constantinopla dizia que Maria não era a Mãe de Deus. A Igreja precisou fazer o Concílio, na cidade de Éfeso, na Turquia, e ali a Igreja disse solenemente: “Maria é a Mãe de Deus (Theotokos).

Nós sabemos que, infelizmente, nossos irmãos separados não dizem a “Mãe de Deus”, mas a “Mãe de Jesus”. Nós dizemos que Maria é a Mãe de Deus, porque Jesus é Deus. E tudo o que o Filho precisa, Ele pede a Mãe.

Certa vez, eu estava dando aula e um aluno me disse: “Por que não podemos seguir as outras religiões?”. Eu lhe respondi: “Não vou dizer para você não seguir as outras religiões, porque precisamos respeitar uns aos outros. Mas eu vou lhe dizer por que eu sou católico. Estou convencido de que a minha religião veio de Deus. Se você me mostrar outra religião que Deus tenha andado sobre as águas, transformado a água em vinho, feito a multiplicação dos pães, curado leprosos, expulsado demônios, feito vários milagres e ainda ressuscitado, eu mudo de religião. Jesus é Deus por causa de Seus milagres. E o primeiro milagre aconteceu por causa de Maria. Por isso a ladainha diz: “Auxiliadora dos cristãos, refúgio dos pecadores”.

Segundo Dogma: A Imaculada Conceição. A Virgem Maria não teve pecado original. São Agostinho disse: “Nem se deve tocar na palavra “pecado” ao se tratar de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça.”

Pio IX no ano de 1974: “Maria foi concebida sem pecado original”. Não teve pecado original e pessoais. Que coisa bonita! Quatro anos depois, Nossa Senhora começou a aparecer para Bernadete, na França. Ela era uma criança, que nem sabia falar francês. Maria lhe disse: “Diga ao padre que quero uma capela”. O padre, não acreditando naquela pobre menina, disse a Bernadete que perguntasse o nome dela. Maria disse para Bernadete, no dia 25 de março: “Je sui le Immaculée Conception” (Eu sou a Imaculada Conceição). Nossa Senhora ainda deixou um sinal especial, pediu que Bernadete cavasse no chão um buraco, pois ali haveria uma mina. Nossa Senhora veio trazer um sinal do céu, e este sinal está em Lourdes.

Terceiro Dogma: Maria é sempre Virgem. Maria é virgem antes do parto, durante o parto e depois dele. A Igreja, na cidade Cápoa, 1972, proclamou este dogma. O Papa João Paulo II disse: “Não queira entender pela medicina, porque isso é um milagre”. “Eis que conceberás a luz e dará à luz” (Isaías). “A luz não passa no vidro sem quebrá-lo?”. Por que Deus não poderia gerar Jesus no ventre de Maria sem rasgar as paredes?” (James).

“Para Aquele que é extraordinário, todos os fatos são excepcionais” (Santo Agostinho).

Quarto Dogma: Assunção de Nossa Senhora. Maria foi levada ao céu de corpo e alma. A Igreja sempre acreditou nisso. Mas o Papa Pio XII disse: “A Virgem Maria é Mãe de Deus e Imaculada. Ao término da vida terrena, foi levada de corpo e alma para o céu”. É a única pessoa que a Igreja proclama que ressuscitou depois de Jesus. Os santos estão com suas almas no céu e os corpos ainda na terra. Maria, onde aparece, mostra sua feição conforme o lugar. Só pode fazer isso o corpo que ressuscitou, porque ele não está sujeito ao tempo nem ao espaço. Como Jesus, que apareceu aos discípulos no caminho de Emaús, e os discípulos não a reconheceram. Maria foi assunta ao céu para preparar o caminho de seus filhos.

No meio do Concílio, o Papa proclamou: “Mater Eclesi” (Mãe da Igreja). Assim como nós precisamos de uma mãe para nos gerar e criar, para nos dar o alimento, nós também precisamos de Maria como nossa Mãe no céu.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.

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