A verdadeira realização sexual

O corpo que Deus lhe deu é um presente santo e puro; é uma revelação divina

Roberta Castro. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Roberta Castro. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A Palavra de Deus está em Romanos 12, 1-2: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”.

Há uma obra do inimigo que há décadas vem conturbando a nossa forma de pensar sobre sexualidade.

O que a Palavra pediu que oferecêssemos a Deus? O nosso corpo. E aí começa a deturpação de Sua Palavra, pois associamos que tudo o pertence ao mundo é ruim, impuro e sujo; e o que é de Deus é espiritual, santo e puro. O corpo que Deus nos deu é um presente santo e puro; é uma revelação divina.

Quando seus pais estavam no ato sexual e aconteceu a geração da sua vida, houve ali um milagre. Uma única célula se multiplicou e nela estava o seu DNA; e não existe outro igual. Era o que Deus precisava para cumprir a Sua vontade.

Cada um de nós recebeu de Deus, de maneira especial, um dom, mesmo com nossas potencialidades e limitações. Em nosso corpo está a potencialidade de Deus, nosso corpo é algo totalmente puro!

Deus poderia se manifestar de várias formas à humanidade para nos revelar Seu amor, mas escolheu que Jesus fosse criança, que passasse pela gestação, que fosse um bebê, uma criança, um adolescente e um homem para nos mostrar que a busca por Deus passa pela humanidade. Porém, esse conceito vem sendo deturpado. Nós mesmos nos olhamos e dizemos: “Eu sou sujo! Sou impuro!”, mesmo nós sendo um dom de Deus, santos e puros.

A incompletude é uma marca da saudade em nós; saudade do lugar de origem, uma marca de ausência.

Deus é o Criador e fez todas as coisas para o bem. Entretanto, havia uma coisa, no início da criação de todas as coisas, que não agradava a Deus. Ele fez Adão, o primeiro homem, em plena harmonia com Ele e Sua criação, e lhe disse: “Você é meu semelhante, você dará nome a todos os animais”. Adão foi dando nome aos animais, até que se deu conta de que todos estavam vindo de dois em dois, um masculino e um feminino; então questionou Deus sobre seu par.

Não é bom que o homem esteja só! Adão estava em estado de graça inicial, não havia pecado, estava na sua concepção unido a Deus. Quando a incompletude nos toma, por mais que sejamos pessoas realizadas, a nossa alma e o nosso coração gritam de saudade de Deus.

Como o corpo relata essa ausência?

Pelas nossas necessidades. Nós não conseguimos viver sem água e sem alimento; há uma grande necessidade de comida em nosso corpo e também uma outra necessidade que é o desejo sexual.

Muitas vezes, você deu liga às desordens, aos desejos sexuais e acha que é algo que precisa ser combatido. O mundo traz a nós tanta poluição, destruição, tantas coisas ruins que tiram de nós a pureza sexual e acreditamos ser impuros.

Um outro conceito sobre a sexualidade nos é colocado: os traumas familiares. Seus pais foram carinhosos com você na infância? Isso nos mostra que é possível sermos carinhosos com o outro mesmo sem um contato sexual.

Peregrinos participam do Acampamento "Revolução Jesus" na Canção Nova. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Peregrinos participam do Acampamento “Revolução Jesus” na Canção Nova. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Acredito que você é capaz de amar! Se você está vivo, é porque a sua primeira marca é de amor, de um Alguém que o conhece, que o ama e acolhe por completo!

Os traumas direcionam nossas carências e as formas de nos relacionarmos com as pessoas. A sexualidade envolve o ser humano como um todo, diz respeito ao vestir, ao lazer, ao que comer, à música que ouvimos. As desordens que vamos passando ao longo da vida são direções desordenadas dos sonhos de Deus para nós.

Quais são os sonhos de Deus para você?

A dinâmica do amor começa nos mostrando que o Senhor nos ama. Ele escolheu nos criar e nos amar. Deus ama todos os seres humanos, mas nem todos experimentam esse amor. Não basta Ele nos amar, temos de sentir que somos amados por Ele.

Esse amor divino coloca gotas de completude em nossa alma, para que possamos vivê-lo, para que sintamos o amor que um dia viveremos no Céu. Deus pode nos amar diretamente, mas também por meio do outro, do irmão . A pergunta importante é:  O outro é fonte de amor? Nasce dele o gerador do amor? O outro é origem, é reflexo do amor divino! Quando entendemos isso, podemos entender a castidade, porque a marca da ausência leva-nos a querer usar do outro para nos sentir completos.

Na Teologia do Corpo, João Paulo II escreveu: “O inverso da castidade é o uso do outro”. As pessoas estão carentes, têm necessidade de serem completas, o contato físico está fazendo falta para elas. Quando essa carência vier, olhe para ela como um sinal de Deus.

A pele é o maior órgão do corpo humano. Deus nos fez com necessidades de contatos físicos, um sinal de nossa humanidade, um sinal de que precisamos nos relacionar com o outro, com nós mesmos e com Deus.

Você está amando as pessoas verdadeiramente ou usando delas para se preencher?

O Espírito Santo de Deus é o fluxo do amor do Pai; e nós somos colocados nesse fluxo de amor! A esposa ama seu esposo e se oferece por completo a ele, acontecendo a geração de uma nova pessoa.

O prazer é também um dom de Deus, colocado no matrimônio para equilibrar o relacionamento do homem e da mulher. O prazer, em si, não gera a felicidade, não pode ser a meta, porque, senão, usamos do outro para preencher o nosso vazio.

Transcrição e adaptação: Karina Aparecida.

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