Quem espera em Deus não espera em vão

 Padre Adriano Zandona - foto: arquivo cancaonova.com

Padre Adriano Zandona – foto: arquivo cancaonova.com

Estamos falando de felicidade, veja que cena mais macabra encontramos no Evangelho de hoje celebramos o profeta, São João Batista, em seu martírio.

Jeremias aponta três características de um profeta: coragem, fortaleza e fé. Todo profeta tem coragem, destemor, parresia e fortaleza para não se permitir sucumbir diante do poder dos poderosos. Todo profeta tem fé porque sabe que no fundo, no fundo Deus pode agir.

Quero ressaltar dois aspectos do evangelho: Não podemos dar respostas com euforia e não podemos ouvir qualquer conselho. O rei Herodes gostava de ouvir João Batista, mas agiu em um momento de euforia, com impulsividade mandando matar João. Salomé ouviu o conselho errado de sua mãe. Não podemos ouvir os conselho de quem não quer nos levar para Deus. Devemos ouvir quem quer nos levar para o Senhor, precisamos de conselhos, mas para isso é preciso saber discernir os bons e maus conselhos.

As vezes, em nossas vidas muitas vozes nos alertam, mas não sabemos escutar pessoas que nos alertaram e não soubemos ouvir.

Voltando o olhar para o martírio de São João, aquelas pessoas que eram próximas dele ficaram tristes por sua morte.

Precisamos entender a intuição para conquistarmos a liberdade interior. Havia um médico que não que cultivava árvores e não as regava. As pessoas diziam que era preciso regar, do contrário elas morreriam, ele dizia que não, e assim fazia. Ao longo do tempo as árvores cresceram e medida que isso acontecia precisavam procurar umidade, por isto, elas aprofundaram bem as raízes. Isto fez com que elas se fortalecessem e nenhum vento as derrubasse.

Podemos comparar o acontecido com as árvores ao sofrimento. Ele não existe para te destruir, mas para aprofundar suas raízes no coração de Deus para te sustentar nas situações. As securas da vida vem pelas perdas, sonhos que não se realizam e tantas outras situações. Diante do sofrimento podemos nos posicionar em busca da água viva ou usar do sofrimento para estacionar-se e não buscar nada.

Um jornal inglês apresentou uma pesquisa apontando as consequências da amargura. É silenciosa, não percebemos, mas contamina. Além de ser um “assassino silencioso” traz raízes negativas, uma pessoa assim torna-se rancorosa, invejosa, acha que sabe tudo, acaba isolando-se porque ninguém suporta. Úlceras, má digestão, enxaquecas, fibromialgias são doenças que pessoas amargas podem desenvolver, isso não significa que o que se você tem alguma dessas doenças que você seja amargo.

Padre Adriano preside Santa Missa na Canção Nova - foto: arquivo cancaonova.com

Padre Adriano preside Santa Missa na Canção Nova – Foto: arquivo cancaonova.com

Portanto diante do sofrimento não podemos cultivar amargura, mas sim esperança. O papa Francisco diz que mesmo em meio a obscuridade pode desabrochar algo novo, em um campo sem vida pode voltar a ter vida, porque o bem sempre tende a renascer e espalhar-se.

A fé é o fundamento da esperança. Fundação é o que sustenta todo o resto. Cultivar a esperança é cultivar a fé em Deus. Pode ser que você veja ruínas em muitas situações de sua vida e tudo isso cause sofrimento, mas a fé pode cultivar as esperança dentro do seu coração. Quem espera em Deus não espera em vão.

Quem deixa de ter fé e deixa de esperar já começou a morrer em pequenas situações. Deus pode abrir as portas de sua história, mesmo que você não saiba ouvi-lo. Foi isto que as pessoas fizeram depois da morte de João, o que alimentou o coração dos amigos dele foi a esperança.

A amargura é uma espada que corta a alma e arranca a esperança de você. O Senhor quer te dar liberdade interior e fecundar seu coração. Não podemos ter medo das fraquezas humanas e dos mistérios de Deus, como propõe São João Paulo II.

Transcrição e adaptação: Rogéria Nair

Adquira esta pregação pelo telefone: (12) 3186 – 2600

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