PHN

Eu quero misericórdia, não sacrifício

Deus quer que vivamos a misericórdia, não o sacrifício. Ele quer nos curar por completo

Deus esperou este momento para nos encontrar. Quanto tempo de caminhada temos com Jesus? Muitos ou poucos anos? Não importa, o importante é não nos acostumarmos com as coisas de Deus, porque elas devem ser sempre uma novidade em nossas vidas.

Vamos ler o Evangelho em Mateus 9,9-13:

“Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: ‘Segue-me’. O homem levantou-se e o seguiu. Como Jesus estivesse à mesa na casa desse homem, numerosos publicanos e pecadores vieram e sentaram-se com ele e seus discípulos. Vendo isto, os fariseus disseram aos discípulos: “Por que come vosso mestre com os publicanos e com os pecadores?”. Jesus, ouvindo isto, respondeu-lhes: “Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide e aprendei o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Os 6,6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”.

Em dois episódios, Jesus faz essa referência: “Eu quero a misericórdia, não o sacrifício”. Em um dos episódios, Ele está sentado com Seus discípulos na casa de um homem rico; em outro, colhe espigas para alimentar a si mesmo e aos discípulos. Nos dois casos, os fariseus estavam presentes e tentaram culpá-Lo.

Prática sincera e não formalidade

Jesus não dizia que estava desprezando o sacrifício, mas preferia obediência de coração e mudança de vida, a simples ritualismo. Mateus, mais do que um simples escritor, foi testemunha e personagem nessa passagem, por isso descreve a própria conversão e chamado. Ele era um cobrador de impostos, um judeu que cobrava as taxas do seu próprio povo para levar ao império romano, sendo tido como um traidor do seu povo.

Mateus já havia ouvido falar de Jesus, mas ainda não O havia conhecido. Então, recebeu Jesus para jantar em sua casa. Por ser ele um cobrador de impostos, logo muitos dos seus amigos também eram igualmente desprezados. Como, para os judeus, o jantar tinha um valor muito grande, era um momento de partilhar a própria vida, ao ser compartilhado com publicanos e pecadores, acendeu a ira do fariseus.

Nesse momento, Jesus dá uma das maiores lições dos evangelhos: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”. Nessa lição está resumida a misericórdia de Deus. Mas por quê? Somos muito misericordiosos quando falamos de nós mesmos, assim, rapidamente somos compreensivos e longânimos; mas ao se tratar do outro, clamamos por justiça e queremos ser rígidos. Jesus nos ensina que devemos praticar a misericórdia para com os outros e não só a querer para nós mesmos.

Não é difícil ver as injustiças que existem neste mundo, mas Jesus não morreu por nós? Ele não nos deu a vitória? A vitória d’Ele é Seu amor para conosco!

Em Lucas 5,17, vemos alguns detalhes interessantes:

“Um dia estava ele ensinando. Ao seu derredor estavam sentados fariseus e doutores da lei, vindos de todas as localidades da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor fazia-o realizar várias curas. Apareceram algumas pessoas trazendo num leito um homem paralítico; e procuravam introduzi-lo na casa e pô-lo diante dele. Mas não achando por onde o introduzir, por causa da multidão, subiram ao telhado e por entre as telhas o arriaram com o leito ao meio da assembléia, diante de Jesus. Vendo a fé que tinham, disse Jesus: Meu amigo, os teus pecados te são perdoados. Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer consigo mesmos: Quem é este homem que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados senão unicamente Deus? Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, replicou-lhes: Que pensais nos vossos corações? Que é mais fácil dizer: Perdoados te são os pecados; ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados (disse ele ao paralítico), eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. No mesmo instante, levantou-se ele à vista deles, tomou o leito e partiu para casa, glorificando a Deus. Todos ficaram transportados de entusiasmo e glorificavam a Deus; e tomados de temor, diziam: Hoje vimos coisas maravilhosas”.

A Bíblia nos mostra um episódio no qual um homem que sofria de uma deficiência física e espiritual. Ele deveria ser uma pessoa muito cativante, visto que seus amigos o amavam muito, a ponto de o carregarem nos braços, para que pudesse ser curado por Jesus.

Carregar uma maca por 100 metros é fácil, mas quem sabe a distância que aqueles homens carregaram aquela maca? Imaginem aquele sol escaldante! Mas sempre existe aquele mais empolgado, aquele que, quando os outros começam a perder o ânimo, motiva-os, mesmo que seja aos gritos. Mas quando eles chegaram à casa, ela estava abarrotada! Eles tentaram entrar, mesmo que pelas janelas, mas havia muita gente na frente deles, não havia espaço para entrar com aquela maca. Você abriria mão do seu lugar? Pense só: Jesus estava na casa! E aqueles homens foram obstinados. Como não havia uma porta, resolveram abrir uma. Então, subiram no telhado e abriram um buraco nele. Imaginem a dificuldade de ter que içar aquele homem para o telhado e, depois, introduzi-lo com cuidado baixá-lo, podemos imaginar o desespero do paralítico.

Os projetos de Deus são maiores que os nossos

Pensemos a expectativa dos amigos depois de colocar o homem diante de Jesus, depois de todo aquele trabalho! Então, Jesus diz: “Meu amigo, os teus pecados te são perdoados”. Frustração? Talvez, porque o mal físico era onde a limitação da percepção daqueles homens os permitia enxergar. Mas Jesus faz daquilo uma lição para os fariseus, mostrando que Deus tem poder para curar não só o mal físico, mas também a alma! Imaginem o júbilo daqueles homens, a alegria deles ao voltar para casa com aquele amigo, que agora caminhava com ele.

Interessante é que o projeto de Jesus era muito maior do que a expectativa daqueles homens, era uma cura completa, uma cura da alma e do corpo. Deus quer muito mais do que nos curar, ele quer nos salvar, quer nos libertar da verdadeira paralisia do pecado.

Assim como Mateus, que era um pecador, assim como o paralítico, que precisava de uma cura, somos nós ao chegarmos diante de Jesus. Assim somos nós no PHN. Talvez nós nem quiséssemos estar neste encontro, e fomos trazidos por amigos e parentes; provavelmente, não desejássemos isso. Mas o projeto de Jesus para nós é maior do que o nosso; o vazio que existe dentro de nós precisa ser preenchido pela graça e pela misericórdia de Deus. Não tenhamos medo de nos entregarmos a esse amor, porque quem se entrega ao amor de Deus nunca mais é o mesmo.

Deus tem filhos, não netos

Deus não tem netos, Ele tem filhos! Então, se seus pais estão na igreja, isso não está salvando você por tabela. É preciso que você se converta e tenha a sua experiência com Deus, para que seja filho d’Ele. Deus não quer que você vá obrigado na igreja, Ele quer que você busque por Ele, porque quer estar com Ele. Lembre-se daquilo que disse Jesus: “Eu quero a misericórdia, não o sacrifício”.

Precisamos ser como Mateus, acreditar n’Ele e estar disposto a abandonar tudo aquilo que nos afasta d’Ele para segui-Lo. Quem se encontra com Jesus tem a verdadeira transformação, a verdadeira cura e milagre.

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