Consequências das maldições

Padre Márlon Múcio

Há poder em nossas palavras. Existe uma Palavra, debaixo do céu, que se fez gente e veio habitar no meio de nós: Jesus. E eu tomo posse da bênção de Deus na minha vida. Que eu seja uma palavra bendita para quem Deus coloca no meu caminho.

Vamos falar das consequências das maldições. A palavra “maldição” vem do latim “male + dire”, que significa “mal dizer, mal dito”. Se eu digo uma palavra boa aquilo provoca algo bom, mas se digo uma palavra má aquilo provoca algo ruim. Palavras podem ser como penas lançadas do alto de um edifício ou podem ser como chumbo lançado de um edifício.

Certa vez, na Índia, Madre Teresa de Calcutá reuniu suas religiosas para pregar a Palavra de Deus e disse a elas: “Talvez você seja a única Bíblia aberta que as pessoas tenham para ler”. Graças a Deus, no Brasil, temos liberdade religiosa. Em alguns países a alfândega toma a Bíblia das pessoas e não se pode entrar neles com esse livro em mãos.

Você já percebeu que, às vezes, chegamos a uma casa e a pessoa não se sente bem, começa a bocejar, sente um peso nos ombros e uma vontade de chorar? Você não sabe, mas talvez você tenha chegado quando uma briga acabara de acontecer, ou naquela casa fala-se palavrões, ouvem-se músicas que não glorificam a Deus, ou há alguém que murmura muito. Em compensação há lugares que a pessoa, ao chegar, se sente bem, há leveza, porque há louvor ministrado, há palavra de bênção e a pessoa se sente bem. A palavra tem poder transformador ou destruidor.

Deus criou o mundo, organizou o caos pela Palavra. Deus poderia fazer o mundo de muitas maneiras, mas Deus quis chamar o mundo, dizer o mundo. Há muitas pessoas que proclamam sua própria destruição. Desde pequeno ouvi dizer que o peixe morre pela boca, o cristão também morre pela boca.

Talvez você nunca tenha um microfone nas mãos para anunciar a Deus, mas você precisa ser microfone de Deus. Muitas vezes, o dito fere mais do que o não dito. Há casais com 30, 40 anos de matrimônio que brigam, brigam e um diz ao outro: “Você… Você…”. E na próxima briga um diz ao outro: “Lembra daquele dia em que você disse aquilo?” Passam décadas e aquilo ainda está guardado dentro da pessoa.

Outras vezes num relacionamento aquilo que não é dito fere mais do que aquilo que é dito. O Papa Francisco deu três palavrinhas que salvam qualquer relacionamento: com licença, obrigado, me desculpe. Fora de casa você pode falar belezas de si, mas são os de casa que conhecem a nossa beleza. Temos que treinar isso no dia a dia. Um casal não pode ir dormir sem um abençoar ao outro, sem ser bênção um para o outro.

Atenção! Não existem palavras neutras! Ou a palavra é boa, benfazeja, edificante ou é maligna e promove a destruição e a tristeza. A língua tem que se submeter ao poder do Senhor. É o menor dos órgãos, mas pode pôr fogo numa floresta inteira. Temos vários testemunhos de palavras ruins e de palavras boas. Não vim falar das maldições, mas de como transformá-las em bênçãos.

Se você não é Bíblia aberta,  Palavra de Deus, para o outro, mas é porta aberta para o maligno, não comunga, não confessa, não reza o terço, é preocupante. Para mim, a preocupação não é quem lança uma praga, mas quem não está em Deus, porque dessa forma a maldição pega. Se a pessoa está em Deus toda praga cai por terra. Transformar a maldição em bênção é não dar curso e margem à maldição. O Senhor, que está em nós, é mais forte que aquele que está no mundo.

Quem espiritualmente comanda a sua casa? Precisa ser você no poder do Espírito Santo. É o que sai de nós que faz mal, mas algumas vezes o que entra também nos faz mal. Se você não sabe de onde vem não convém. Se não sabe se a comida está contaminada espiritualmente, abençoe-a antes de consumi-la. Reze por aquele alimento. Abençoe-se a si mesmo também.

Existem alguns sintomas de maldições. Uma pessoa que vai a vários médicos [e não encontra o motivo da dor], sofre de esgotamento espiritual, esgotamento financeiro, há casos de mortes de entes queridos sempre com a mesma idade, há sempre vários quadros de depressão entre as gerações, etc., tudo isso pode ser uma maldição, e é preciso que você a reverta em bênção. É preciso que você seja um transformador de maldição em bênção. Suicídios constantes, abortos, adultérios, casamentos que não se realizam também podem ser contaminações e maldições. Existem cidades amaldiçoadas, pessoas que buscam soluções fora de Deus, quando estas estão só em Deus.

Existem palavras que regem o mundo espiritual como: “Bênção, pai! Bênção, mãe!” Não são os pais que dão a bênção, mas sim Deus, pois eles dizem: “Deus te abençoe”. Pais, mães, abençoem seus filhos. Não digo que devem apoiar tudo o que seus filhos fazem, mas sim, abençoá-los sempre.

E existem algumas palavras que você nunca deve dizer, como: maldito; amaldiçoado; desgraçado; danado; fulano está com a macaca; trabalhei hoje feito um condenado, estou morrendo de fome; burro; vá para o diabo que te carregue; isso é um inferno; nossa família é assim mesmo; é hoje o dia; pobre nasceu pra sofrer mesmo. Também existem as “automaldições”, ou seja, as maldições que nós lançamos a nós mesmos: eu sou burro; nasci pra sofrer; meu corpo é feio; eu sou feio; nunca dá nada certo pra mim. Palavras más também entram na sua casa pela televisão, pelo rádio, pela internet, pelas músicas, pela novela, para perverterem sua alma. Também não se deve invocar o maligno sobre si mesmo. Isso é o pior de tudo.

Reze agora: Jesus, na autoridade do meu santo batismo, eu digo que estão rechaçadas as palavras más em minha vida. Senhor Jesus, eu creio que o Senhor pode transformar as palavras de maldição da minha vida em bênçãos. Amém.

Transcrição e adaptação: Rogéria Nair

contribuicaocn

↑ topo