Eucaristia, escola de Maria

:: Ouça esta pregação ::

Hoje, especialmente, estamos celebrando o 26º aniversário da Rádio Canção Nova e, eu tenho a graça de poder participar desta obra de Deus. No início, era apenas uma pequena semente, plantada pelo padre Jonas Abib. As coisas de Deus são sempre assim, começam pequenas, nascem pequenas e tornam-se fortes com o passar do tempo. É importante observar essas coisas para compreendermos a sabedoria de Deus.

Ontem, também celebramos Nossa Senhora Auxiliadora e eu quero falar sobre a relação de Maria com a Eucaristia. O Papa João Paulo II escreveu o documento Ecclesia de Eucharistia falando da extrema ligação de Nossa Senhora com a Eucaristia. Há um nexo profundo entre Maria Santíssima e a Eucaristia; o próprio papa João Paulo II diz que Ela fora o primeiro sacrário do mundo, então, Ela em tudo tem a ver com Jesus Eucarístico. A primeira coisa que o papa lembra: Maria não estava presente no momento da instituição da Eucaristia, na Santa Ceia, pois não era o papel dela estar lá, mas através de sua intercessão, realizou-se o milagre da transubstanciação pelo poder do Espírito Santo.

O que faz um homem ser homem? É a beleza física; a cor dos seus cabelos; o formato de sua orelha…? Nada disso. O que o faz ser homem é algo que não se vê, é a alma! É a essência de alguém que o faz ser quem é. Assim, quando vemos a hóstia branca, redonda, de diversos tamanhos, não fazemos conta da essência, da substância e é isso que acontece no momento da transubstanciação, ou seja, a transformação da substância vinho e pão, para Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Todos nós conhecemos a passagem bíblica que narra as Bodas de Caná [Jo 2,1-12] que pela intercessão de Maria, Jesus transformou a água em vinho. Desde o início, Maria já conhecia a divindade de Jesus, por isso pediu-Lhe que salvasse aquele casamento de Caná. Naquele momento, o Senhor mudou tanto a aparência como a substância do líquido, diferente do que acontece durante a consagração, na celebração da Santa Missa. A essência do trigo é o próprio Corpo de Cristo; a essência do vinho é Seu próprio Sangue.

Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão. Todos podem receber a Eucaristia, independentemente de sua condição física ou psicológica. Assim como Jesus se fez presente no seio de Maria durante a gestação, quando recebemos Cristo, na Hóstia Consagrada, Ele está presente dentro em nós. Então, como Ela, podemos cantar o Magnificat. Jesus se encarna no corpo de cada um de nós, também com o desígnio de nos salvar. Ele tem uma paixão enorme pela nossa essência, a nossa alma, por isso tenta de todas as maneiras salvá-la. Diante disso, cabe a nós olharmos para Cristo na Eucaristia com a mesma adoração que Isabel recebeu Maria, quando grávida, ao visitá-la (cf. Lucas 1,39-56). Maria está presente na Igreja, como Mãe da Igreja em cada uma das Celebrações Eucarísticas. Assim como a Igreja e a Eucaristia não se separam; Maria e a Eucaristia também não se separam. Quem entra na comunhão com Cristo, entra na escola de Maria, pois Ela tem muito a nos ensinar!

No momento em que Nossa Senhora recebeu, por obra do Espírito Santo, Jesus Cristo em Seu ventre, Ela viveu intensamente sua vida para Ele. Assim também nós, quando O recebemos na Eucaristia, devemos viver para Ele. É claro que de uma hora para outra não vamos nos isolar do mundo, vivendo num mosteiro ou num convento. Não! Basta ter a essência da bondade no coração. É preciso que sejamos imitação de Cristo através da Eucaristia recebida.

Há cerca de um mês, o Banco do Brasil realizou uma exposição de \’artes\’ em que uma delas se intitulava \”Desenhando com Terços\”. Tratava-se de um desenho com formato de dois órgão sexuais masculinos feitos com terços cruzados. Católicos do Brasil inteiro se manifestaram contra essa exposição, após lerem um artigo publicado no portal cancaonova.com [Leia o artigo] e a Diretoria do Banco do Brasil ficou literalmente desesperada com essa manifestação, a ponto de ligarem para a minha casa, implorando a retirada do artigo. Tudo isso eu digo para explicar que ninguém segura o cristão quando este assume seu papel perante a Igreja, portanto precisamos tomar posse disso e fazer acontecer a transformação da sociedade. Se nós não resgatarmos a família conforme o desejo de Deus, não vamos resgatar a sociedade conforme o desejo Dele. Amém!

Trancrição: Anderson Machado
Fotos: Paulo Sérgio Casella

↑ topo