Hosana ao Filho de Davi

Padre Wagner Ferreira
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O refrão do Salmo 22 de hoje: “Meu Deus, meu Deus por que me abandonastes?” nos dá o pleno significado do que hoje celebramos.

Irmãos em Cristo, com a celebração do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, iniciamos a Semana Santa, que nos conduzirá ao mistério Pascal de Cristo e nos convida a seguimos pela fé, movidos pelo amor, a ter esperança nos passos do Nosso Salvador Jesus Cristo.

Com a bênção dos ramos e a proclamação da Palavra, iniciemos a Santa Missa, na qual vemos que o povo de Jerusalém aclamava, como forma de reconhecimento, a Jesus como o Messias Salvador. Jesus, ao realizar este gesto, cumpre as promessas messiânicas, principalmente a de Zacarias que dizia que Jesus iria, montado num jumento, ingressar em Jerusalém para cumprir a vontade de Deus.

A entrada de Jesus é feita com grande júbilo, as pessoas cantavam: “Bendito é Aquele que vem em nome do Senhor”. Este povo depositava, com sinal de humildade, suas roupas para que Jesus passasse por  cima delas, significando o despojamento do pecado, da injustiça e da imoralidade. Isso acontece para que depois, por este mesmo Jesus, este mesmo povo fosse revestido pela graça de Deus.

É Jesus quem nos convida a entrar, nesta Semana Santa, despojados de todo e qualquer pecado, para que, n'Ele, sejamos revestidos por Sua graça. Destaco, nesta Semana, as atitudes de Jesus, sendo o Filho de Deus, viveu para concretizar a vontade do Pai.

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O profeta da primeira leitura se coloca numa atitude de escuta à vontade de Deus, com um jeito de se mover para Deus: “O Senhor abriu meus ouvidos e não voltei atrás”. É um gesto de comprometimento, de assumir a missão de cumprir a Palavra de Deus e sofrer, por isso há terríveis hostilidades por parte de pessoas que, infelizmente, estavam comprometidas pelo pecado e sem Deus em seus corações. O servo de Deus, tomado pela Palavra, tem a convicção de que, mesmo se deparando com as hostilidades, tem Deus como auxiliador e não se abate pelo desânimo e não sairá humilhado.

Esta profecia se cumpriu em Jesus que não tinha os ouvidos apenas atentos a Deus, não! Ele é a Palavra encarnada e assume com a alegria a missão que o Pai lhe havia dado e a reconcilia com Deus. Jesus cumpre a profecia de Isaías.

O apóstolo São Paulo, na segunda leitura, fala do Deus que se esvaziou de si mesmo e assumiu a condição de escravo, tornando-se igual aos homens, exceto no pecado. Jesus é triunfo, mas também humildade. Não deixa de ser Deus, mas esvaziou-se de si mesmo para a nossa salvação. Esta é a humildade do Filho de Deus, d'Aquele que vem em nome do Senhor.

Como servo de Deus, apresentado pelo profeta Isaías, Jesus é o Salvador da humanidade, não se intimidando com as contrariedades. Ele foi condenado, sofreu muito, recebeu cusparadas, mas em nenhum momento fugiu, pois sabia que Deus estava com Ele.

Ao passar pela morte, Cristo saiu triunfante e toda língua proclama que Jesus é o Senhor. Temos a graça, irmãos, de sermos discípulos de Jesus e de O aclamarmos como o Salvador da humanidade. Aprendamos d'Ele a linda lição de humildade para que também nós triunfemos com Ele na Ressurreição.

"Jesus assumiu, com a alegria, a missão que o Pai lhe havia dado", destacou padre Wagner.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Este triunfo não se trata de um triunfo sobre uma batalha qualquer, mas o triunfo de que vence o pecado, este é o triunfo de Jesus Cristo. E você? Quer participar deste triunfo? É importante perceber o amor de Deus pela humanidade, amando-a de tal forma que, na cruz, quis ser solidário àqueles que tinham uma vida sem Deus.

No momento em que Jesus estava na cruz, ao dizer: “Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?” não é sinal de medo ou coisa semelhante, mas de solidariedade. O Senhor estava se tornando solidário às pessoas que se sentem abandonadas por Deus, ou seja, aquelas que se sentem escravas do pecado. Jesus quis chegar ao fundo do poço da dignidade humana, incluindo ao daqueles que se deixam levar pela hostilidade ao amor de Deus, para que ninguém perca a esperança de que é possível uma vida de feliz e abençoada por Nosso Senhor. Por mais pecadora que seja uma pessoa, sabemos que também por ela Jesus aceitou ser morto numa cruz.

Transcrição e adaptação: Luana Oliveira

 

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