Os santos dizem não à idolatria

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A boa notícia para nós hoje está Rm 1,18-32. Estamos num tempo de conversão e penitência para que a nossa alegria do natal seja plena em nós e esta palavra vai nos ajudar nessa preparação do advento.

Quero refletir, com vocês hoje, um tema muito atual: a idolatria. Muitas vezes, os evangélicos nos dizem que nós somos idólatras porque temos imagens. Mas, a idolatria é muito mais do que isso e a Palavra de Deus vem nos esclarecer o que é o verdadeiro sentido. Este é um texto profundo, que precisamos ler muitas vezes, pois nos dá entendimento, é muito realista.

“18 A ira de Deus se manifesta do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens, que com a injustiça sufocam a verdade. 19 Pois aquilo que é possível conhecer de Deus foi manifestado aos homens; e foi o próprio Deus quem o manifestou. 20 De fato, desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, tais como o seu poder eterno e sua divindade, podem ser contempladas, através da inteligência, nas obras que ele realizou. Os homens, portanto, não têm desculpa, 21 porque, embora conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em raciocínios vazios, e sua mente ficou obscurecida. 22 Pretendendo ser sábios, tornaram-se tolos, 23 trocando a glória do Deus imortal por estátuas de homem mortal, de pássaros, animais e répteis.” Rm 1,18-23

Talvez, o seu colega ou o seu filho te rejeita quando você começa a falar da Palavra de Deus.
Em primeiro lugar, Deus precisa ser reconhecido pelas obras. Falta-nos a contemplação da obra de Deus, e como falar da palavra se não contemplamos a obra de Deus?
O segredo da evangelização não é impor as coisas para as pessoas, mas questioná-las para que elas mesmas encontrem as respostas.

A primeira característica da idolatria é diminuir Deus. O Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2103, define idolatria como “divinizar o que não é Deus”.
O demônio nos tenta oferecendo uma criatura em lugar do criador. Quando nós tornamos uma criatura, seja um bem que temos ou uma pessoa, colocando qualquer dessas coisas como condição para a felicidade.

Quando olho para as criaturas e não para o Criador, ficamos entregues as paixões desordenadas. Essa é uma escolha que devemos fazer a vida inteira: pelo Deus verdadeiro, em vez da criatura.

O ídolo não é deus, mas é visto como deus, é tornado deus pelas pessoas.

Toda a nossa relação com Deus nos transforma. Se eu vou ao Deus verdadeiro, Ele me levanta, aumenta as minhas qualidades, eu cresço em alegria. Se eu vou a um deus falso, uma criatura, esse deus me empurra para baixo. Por isso, conforme o Catecismo: quanto mais rico alguém for, buscando o dinheiro como seu deus, mais infeliz será.

Os pobres se voltam para o Deus verdadeiro. São Francisco era um rapaz ligado à riqueza e aos prazeres, esse era o seu deus que o empurrava para baixo. Quando ele se voltou para Deus, começou um processo radical e Deus assim o elevou. Ele começou a amar a pobreza.
Bem-aventurados os puros porque verão a Deus. O que nos tira a pureza são os ídolos.

O grande erro da maioria dos católicos é ter imagens dos santos, mas não conhecer sua vida. Somos chamados a ser santos e isso é deixar as criaturas para nos voltar para o Deus verdadeiro.

“Por isso, Deus entregou os homens a paixões vergonhosas: suas mulheres mudaram a relação natural em relação contra a natureza. 27 Os homens fizeram o mesmo: deixaram a relação natural com a mulher e arderam de paixão uns com os outros, cometendo atos torpes entre si, recebendo dessa maneira em si próprios a paga pela sua aberração.
28 Os homens desprezaram o conhecimento de Deus; por isso, Deus os abandonou ao sabor de uma mente incapaz de julgar. Desse modo, eles fazem o que não deveriam fazer: 29 estão cheios de todo tipo de injustiça, perversidade, avidez e malícia; cheios de inveja, homicídio, rixas, fraudes e malvadezas; são difamadores, 30 caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, fanfarrões, engenhosos no mal, rebeldes para com os pais, 31 insensatos, desleais, gente sem coração e sem misericórdia.” Rm 1,26-31

Se você não orar, interceder e evangelizar seu filho, ele vai ser rebelde contra você.

Os santos deixaram de viver com estes ídolos e foram viver com o Deus verdadeiro. Alguns evangélicos dizem: “você nunca vai sarar enquanto tiver essa imagem na sua casa”. Mas, quando vejo a imagem, me volto para Deus…

Quantas acusações também a Nossa Senhora… mas, vamos descobrir porque o demônio detesta tanto esta Mulher. Se você estiver olhando para o sol, em questão de segundos, você ficaria cego. Nossa Senhora é a mulher vestida de sol (cf. Ap 12,1), na família onde ela está o demônio não consegue ver além. Por isso é que de todos os santos a primeira que ele quer tirar é Maria, porque ela está vestida de sol e essa luz o cega.

Maria é 100% cheia de graça. No dia da minha ordenação, eu me consagrei a ela e posso dizer o privilégio que é, viver assim. Ela nunca foi atrás das criaturas, mas optou pela Palavra de Deus, optou por fazer a vontade de Deus. Faça agora essa opção, convide Maria a entrar no lugar onde você está.

Tg 1,14 “cada um é tentado pela sua própria concupiscência”.
A nossa concupiscência, que nos atrai pelo poder, pelo dinheiro, pelo status… o pecado gera a morte. Depois de pecar, ficamos tristes, derrotados.

Ficamos um pouco em adoração e já ficamos dispersos, é uma luta porque a nossa concupiscência nos atrai para os ídolos. Os santos foram aqueles que fizeram a escolha pelo Deus verdadeiro.

A mulher que consegue ser fiel, mesmo que seu marido a traia deve ter a consciência de que fez a escolha certa por ter escolhido o céu, por isso pode ser a cada dia mais feliz.

Muita gente neste Natal vai trocar de carro, comprar presentes e por causa dessas coisas vão perder de vista o Deus verdadeiro.

Podemos nos servir das criaturas, mas não servir às criaturas. Os santos e especialmente Nossa Senhora, deixaram as criaturas e se voltaram ao Deus verdadeiro.

Ter uma imagem de santo é importante para que busquemos conhecer a vida deles e assim se voltar ainda mais para Deus.

Transcrição e áudios: Tatiana Gomes
Fotos: Caio Rigotti

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