Por que vale a pena esperar?

Adriano Gonçalves e Letícia

Jovem: saiba esperar o tempo certo para viver o amor verdadeiro em todas as camadas

Pregação Adriano e Leticia

Adriano e Letícia, casal consagrado na Canção Nova, pregam juntos no #RVJ2016. Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Adriano: Ore no Espírito Santo e peça a Ele que todos os “efeitos colaterais” desta pregação, que agirem em você, sejam afastados. Se você chegar à constatação de que nunca experimentou o amor verdadeiro, peço ao Espírito de Deus que prepare seu coração para todas as contrarreações que esta pregação possa lhe causar.

Peço também a Jesus que prepare a sua alma para uma verdadeira cura. Quero consagrar este momento a São José e a Virgem Maria, que viveram a beleza da família.

Letícia: Graças a Deus, o Adriano teve a inspiração de começar a pregação com essa oração. Sinto que Deus quer curar nosso coração por meio de Sua Palavra, porque ela tem força.

Adriano: O tema desta pregação é “Por que vale a pena esperar?”. Eu esperei 32 anos para viver o sabor do amor verdadeiro. Quantos de vocês estão esperando para viver essa experiência? Por isso preparamos alguns pontos para falar nesta pregação, porque, para mim e para a Letícia, valeu a pena termos esperado todo esse tempo. Não foram 32 anos e 30 anos (idade dela) de tristeza e agitação, mas sim de caminhada, para descobrirmos o amor verdadeiro.

As esferas do amor

Letícia: No amor, há o sabor do amor inteiro, porque ele toca a dimensão do homem. O que você compreende por amor? Papa João Paulo II nos ensina que o amor verdadeiro passa por quatro esferas.

Todos nós temos a atração, o impulso e o prazer da sexualidade, mas como nós pensamos essas coisas como fim, não vivemos o amor de verdade. E essa primeira escalada, que é a tração, tem sido destruída pelo demônio.

A segunda camada passa pelos sentimentos, porque o amor não termina nem para na primeira camada da atração. Precisamos de amor e carinho.

A terceira camada fala sobre o valor da pessoa por aquilo que ela é, não por aquilo que ela têm. Os sentimentos podem sumir, mas precisamos reconhecer o valor da pessoa amada. É preciso amar e ajudar o outro a crescer, por isso amamos pelo valor do crescimento.

A quarta camada nos diz que todo ser humano foi criado por Deus. Então, o homem e a mulher têm de se ajudar para chegarem ao Senhor. Precisamos levar o outro para próximo de Deus.

Adriano: Estão aí as quatro camadas do amor. Nós preparamos um bolo para demonstrar o que é esse amor por inteiro. Vou cortar um pedaço dele para mostrar as quatro camadas, as quais, separadas, têm sabores diferentes. No relacionamento é assim também, não podemos deixar nenhuma camada de lado.

Dividimos o bolo em alguns recheios e por camadas, mas comer só as camadas não é comer o bolo inteiro. Viver apenas algumas camadas do relacionamento não é viver o amor por inteiro. Às vezes, você pode estar vivendo um relacionamento só em camadas, e ter se esquecido de que o amor verdadeiro é a integração de todas elas.

O amor verdadeiro são as quatro camadas juntas, porque o namoro tem de ser embasado neste amor pleno. Ao experimentar o bolo inteiro, vemos que fomos feitos não para ter uma vida boa, mas sim muito boa! O amor é o sabor inteiro!

por que vale a pena esperar

Jovens escutam atentamente o testemunho deste casal que decidiu esperar um pelo outro para viver a plenitude do amor verdadeiro. Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O amor é um ato de confiança

Letícia: Em nosso relacionamento, temos de confiar. Mas em quê? Temos de confiar o nosso coração ao amor verdadeiro, que é o próprio Deus, antes de amar outra pessoa.

Quando eu e o Adriano começamos a namorar, chegamos a terminar nosso namoro. Foi muito difícil, muito dolorosa essa fase, mas confiei meu coração a outras pessoas que me amavam e queriam me ajudar. Nós ficamos um tempo separados, mas gostando um do outro e buscando compreender esse amor verdadeiro.

A Palavra de Deus diz: “O amor verdadeiro lança para fora todo o medo” (1Jo 4,14). Na época, eu não entendia por que Deus tinha me dado aquela Palavra, mas depois eu a compreendi. Depois de um ano e três meses, o Adriano me procurou e pediu perdão; eu pude perdoá-lo, porque compreendi o amor verdadeiro.

Adriano: Não dá para nos relacionarmos com as pessoas pela metade. Eu não estava inteiro para a Letícia, por isso terminei, porque eu estava em camadas. Quando decidi pela Letícia, eu decidi me confiar a ela como um todo. O amor é um ato da confiança plena.

Sua existência no encontro

Letícia: No encontro do homem e da mulher reconhecemos que somos filhos de Deus e precisamos D’Ele. Nós somos dignos, mas o que nos diferencia é a maneira como a mulher e o homem se revelam filhos do Senhor. Nós somos seres complementares, porque um completa o outro.

Adriano: Não somos ilhas, fomos feitos para nos encontrar com outras pessoas. São João Paulo II nos diz que o outro é o caminho de Deus, mas somos nós que decidimos se a pessoa será um caminho para Deus ou para o mal. Desfrutar é saborear o melhor do outro. Cada relação sexual no casamento é pura e santa.

Letícia: O outro é um dom com o qual fomos presenteados. Todo dom não pode ser produzido, mas sim doado por Deus. Quando rejeitamos o dom, estamos rejeitando o Doador, que é o próprio Deus.

Adriano: Muitas pessoas sofrem, porque foram violadas e não reconhecidas como um dom de Deus. Eu e a Letícia nos entregamos para sempre um ao outro, plenamente.

O quinto ponto é a espera, porque a castidade é um passo para a plenitude do amor verdadeiro.

Letícia: O casamento não é prisão, mas fonte segura para você viver a plenitude do “para sempre”.

Adriano: O nosso amor é livre, total, fiel e fecundo. Livre, porque livremente eu me dou para Letícia por completo. Por que a relação sexual, colocada dentro do casamento, gera frutos. Quando nos casamos, queríamos esperar um ano para termos nosso primeiro filho, mas Deus nos deu a graça de já estarmos esperando nosso primeiro filho.

Se o seu amor não esta aberto para a vida, ele não é verdadeiro, porque o amor verdadeiro gera frutos. Eu quero dizer que vale a pena esperar!

Transcrição e adaptação: Alessandra Borges

 

↑ topo