Quando os homens rezam

Sandro Arquejada

O que acontece quando os homens rezam?

Talvez você que está aqui desejaria que seu marido, ou seu filho fosse mais de oração, porque temos certeza dos benefícios que a oração traz para a nossa vida.

O terço dos homens é uma iniciativa própria de Nossa Senhora. Desde a época da escravatura já havia o costume dos senhores reunirem seus escravos homens para rezarem o terço. Dom Gil está a frente de toda expressão do movimento do Terço dos Homens na CNBB e o Eto que começou a rezar conosco aqui na Canção Nova.

Algumas características do terço dos homens: não tem palestras, não tem missa, acabou o terço eles vão embora. E o bonito que em todos os lugares ouço testemunho: “Larguei do alcoolismo”, “mudei de vida”, só pelo fato de rezarem, muitos dizem: “Não tem como eu continuar indo no terço dos homens se estou adulterando.” Eles mesmos percebem aquilo que não é de Deus. Voltam para a Santa Missa, voltam para a confissão.

As nossas famílias precisam de Deus. O Terço dos homens é um socorro de Nossa Senhora para os homens em nossos tempos. Muitas vezes pensamos: Com tantas mulheres na Igreja, cadê os homens?”

A sociedade tem passado cada vez mais por dificuldades. Tem passado por uma crise de paternidade. O homem não sabe mais o seu lugar, não sabe mais qual o seu papel. E quantas mulheres têm assumido o papel dos homens porque os homens não o tem assumido.

Desde da época das cavernas, o homem já era diferente, se desenvolveu diferente. Enquanto a mulher ficava na caverna para não deixar o fogo apagar, o homem saia para caçar. A mulher foi adquirindo uma visão periférica; tornando-se mais sensível, porque tinha que cuidar dos filhos. O homem saia para caçar, para buscar o sustento e teve que perceber outras noções, como uma visão mais focada, por isso o homem é mais objetivo. O homem também foi estabelecendo um senso de localização. Ele foi ficando mais racional, e a mulher mais sensitiva.

Papa João Paulo II vai dizer na teologia do corpo, que a plenitude da mulher está na maternidade e a plenitude do homem está na paternidade. A mãe, ou mesmo a celibatária, tem o dom de ser mãe, de cuidar espiritualmente, de perceber o que a pessoa está passando. A paternidade é diferente. Deus fez o homem para conduzir.

A mulher quer se apegar, quer cuidar. O pai da estímulo. E a gente vê hoje essa falta de paternidade, tantos adultos mal acabados. O homem é aquele que diz : “Vai você consegue!” Nós homens, mesmo o solteiros, somos chamados a ensinar a viver, a dinâmica da vida. A mulher entende mais o interior, por exemplo, se o filho está apaixonado, ela percebe logo. Já o pai é mais externo.

Jesus aprende uma profissão com o seu pai, e sempre diziam: “O filho do carpinteiro”. Quando eu era ainda criança, minha mãe e eu rezávamos o terço perto do fogão de lenha, ali nos educava com amor. Já meu pai me ensinou a nadar, dirigir, trabalhar.

É você pai quem vai ensinar o seu filho a viver. A mãe é aquela que nos ensina a espiritualidade.

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Deus disse para Eva: “O teus desejos te arrastarão para o seu marido!” A mulher precisa viver um amor. A Adão Deus disse: “Você irá comer o pão com o suor do seu próprio rosto”. O pai é aquele que vai a luta, que protege.

Interessante que um autor disse assim: Os pais antigos eram autoritários, o pai de hoje são objetos de ilustração e o de amanhã não haverá.

A gente vem de uma época para que muito coisa, fosse desvirtuada. Depois do pós guerra, muitos imigrantes vieram para cá, e muitos tiveram como lema: primeiro a obrigação, depois o lazer. Mas muitos filhos se rebelaram e lutaram por uma liberdade. Foi dai que surgiu o sexo livre e o estímulo das pílulas  anticoncepcionais. Dizia-se: “Faça o que quiser com o seu corpo”. Os filhos dessa revolução tinham liberdade, mas não tinham meios, então queriam comodidade. E assim surgiram os meios fáceis que temos hoje: tudo é fast food.

A geração atual tem tudo, liberdade, sexo fácil, meios modernos, mas não tem a presença dos pais. E aquilo que foi alimentando desde a década de 60, é o que permanece hoje. As pessoas tem tudo, mas os filhos estão sem pais, e as famílias estão cada vez mais destruídas.

A classe média hoje é um ambiente cada vez mais feminista e o homem foi ficando de lado. Ensinaram ao homem dessa sociedade, trabalho e trabalho. Só se pensa nos bens materiais que vão dar aos seus filhos. Os homens encontram-se frustrados. Onde está o homem moderno? Se afundando.

Homem de Deus, onde você tem se gastado? Onde tem usado os seus dons? Sua força? Onde você tem colocado suas frustrações? É na paternidade que o homem encontra sua realização. Paternidade que ensina, que estimula.

Se você quer ser feliz: seja como São José! Seja um homem trabalhador, que dá o exemplo do trabalho. Como faz bem para o filho ver o pai lavando um carro, consertando algo, mas claro podemos fazer muitas outras coisas. Por isso que a juventude hoje não quer saber de trabalhar, porque os pais não estimularam seus filhos ao trabalho.

Seja honesto. Homem de Deus, seja uma pessoa honesta. Seja um homem íntegro. Dentro da sua casa, com sua esposa. Se você prometeu cumpra.

Homem de Deus, é esse seu papel dentro da sociedade, um homem que cuida dos seus. A sua esposa merece o seu amor. Nos dias de hoje Nossa Senhora tem chamado de volta os homens. A Mãe é, muitas vezes, esse elo de ligação, a ponte que une os pais e os filhos em casa. A Virgem Maria também é este elo entre nós e Deus.

Não há problema pessoal, familiar e social que a oração do Santo Terço não ajude a resolver. Junte a sua família para rezar, pelo menos um terço por dia. Seja lá o que você tem vivido, se você começar a rezar um terço todos os dias, muita coisa vai mudar! Se espelhe em São José, mas deixe Nossa Senhora cuidar de você!  

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.

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