Sejamos vigilantes e tenhamos uma vida de oração

Padre Márlon Múcio

“Erguei a vossa cabeça, pois a vossa salvação se aproxima.”

Nós precisamos erguer as nossas cabeças para que esta promessa se cumpra! Para você que está triste e abatido pelas feridas do nosso cotiano, peça ao Espírito Santo que você saia da cegueira espiritual e contemple a salvação que se aproxima.

A Palavra que Deus nos concede neste momento, extraída do Evangelho de São Lucas 21, 25, nos aproxima do fim e nos alerta sobre a necessidade de viver em função da segunda vinda gloriosa de Cristo. Temos que levar uma vida de conversão.

O bom Deus quer que, ao erguermos as nossas cabeças, tenhamos duas atitudes de fé. Talvez você já as conheça, mas, no entanto, ainda não procurou vivê-las: vigiar e orar. Isso é o que Deus quer de nós e nada mais.

A primeira atitude de vigilância dá-se no levantar da nossa cabeça, em sentido de prontidão. Quem anda pela cidade olhando para o chão ou para os seus problemas pode não encontrar o auxílio, que está ao lado. Meus irmãos, o que é vigiar? A função de um vigia é de nos guardar e proteger. Ele tem que ficar em seu posto; isso é para nós uma ordem: “Volte para o seu posto!”. Muitos deixaram para trás o seu posto, trocaram o verdadeiro amor por um amor qualquer.

Imagine um vigilante que, em vez de estar em sentinela, está perdido ou desatento de sua função. É isso que o inimigo de Deus quer de você, que você fique desatento. Amado, você foi constituído vigia da sua casa e de sua família! Quando Jesus voltar, quer encontrar as pessoas fazendo aquilo para o qual foram constituídas, ou seja, um padre deve estar entretido com as coisas de padre. Já um pai de família deve viver como um verdadeiro pai de família e não deixar que as coisas do mundo o iludam; o mesmo vale para as mães e para os demais. Deus nos cumula com o dom da vigilância.

O vigia é aquele que vigia com destemor as páginas do Evangelho. Um vigia tem que ter um olhar atento tanto para ver as graças que vêm de Deus como para ver as tentações que vêm da ação do inimigo. É preciso acordar, irmãos!

A vigilância não é tudo, mas é preciso manter uma vida de oração. Esta é a nossa segunda atitude, a oração. Quando vermos o mal, precisaremos rapidamente nos mover para uma vida de oração. Irmãos, um vigia é um precavido, ou seja, está pronto para toda e qualquer situação. Nós, como sentinelas de Cristo, devemos nos precaver com a oração.

É preciso ter uma atitude de fé diante de todas as situações. Você, que é um vigilante, busque rezar para que esteja sempre de prontidão na sua própria vida e na vida daqueles que estão à sua volta.

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Irmãos, é preciso orar. Quem pensa que reza muito, saiba que só em pensar nisso já está rezando pouco. Nossa Senhora, em muitas de suas aparições, pediu que tivéssemos sempre uma vida de oração.

Como vigilante, você precisa cuidar daqueles que estão sob sua responsabilidade e, mesmo que eles não gostem de você ou do seu jeito de agir, você não pode ser inimigo deles. O próprio Senhor nos ensina a sermos amigos uns dos outros.

Santa Teresa D’Ávila diz que a oração é uma entrada nossa no coração de Deus. A sede que temos de Deus é uma atração primeira d’Ele por nós. Ele toma o nosso ser e habita em nossa alma. Quanto mais nos aproximamos do Senhor, tanto mais somos atraídos por Ele.

“Cada momento e lugar são um momento e lugar de uma vida de oração”, ensina-nos Santa Catarina de Senna.

São João Paulo II ensinou-nos, durante sua vida, a conciliar a vida de oração com a vida de vigilância. Ele buscava, por intermédio das práticas de piedade, a intimidade com Deus durante a celebração da Santa Missa, a reza do terço e a oração da Liturgia das Horas, entre outros. Ele era mais apaixonado pelo rosário. Todas estas práticas eram públicas e todos nós as sabemos que ele as vivia, mas existem outras práticas que nós, muitas vezes, desconhecemos, como a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Divino Espírito Santo. Ele tinha o dom da oração intensa e disciplinada.

Transcrição e adaptação: Luana Oliveira

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