Jesus Menino: um carisma para o mundo

Antônio Tavares

Antônio Tavares, conhecido como Tônio, fundador da Comunidade Jesus. Crédito da foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Ao observar a oração que foi feita antes de iniciar a pregação, fiquei emocionado e pensando que gostaria de trazer o coração de Jesus Menino para perto de vocês.

A Comunidade Jesus Menino é um carisma para o nosso tempo, ou seja,  é um dom que é dado a alguém que ajuda a formar a Igreja de Cristo.

Nós somos os colaboradores da nova evangelização. Nós, da Comunidade Jesus Menino, ajudamos àqueles que sofrem a falar do seu amor. Nunca no mundo inteiro, como hoje, precisamos tanto estar unidos no coração de Cristo, porque o homem tem sofrido muito.

A Comunidade Jesus Menino vai fazer 25 anos em 2015. Nestes 24 anos estamos tentando ser uma voz que nada contra a corrente e que salva vidas. Eu tive esta inspiração de Deus – para a formação da comunidade – quando eu estava em uma instituição e vi os meninos especiais  sendo maltratados. Foi naquele momento que decidi dar a vida por eles.

Eu não planejei ser consagrado, foi Deus quem me deu este carisma para ajudar e adotar estes meninos que sofrem.  Experimento no dia a dia este tesouro. Vale a pena largar tudo para viver este amor, que é um carisma para a Igreja. Ele tem salvado em muitos países estas pessoas especiais. Eu poderia ir contra a vontade de Deus e não assumir estes meninos, mas o Senhor me conduziu, porque Ele é amor! Ele nos criou somente para amar.

Juntos vamos meditar a Palavra preciosa de Deus escrita no Evangelho de São Mateus 13, 44-46: Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Outros sim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas;E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.

Peregrinos participam de pregação durante amanhã de espiritualidade na CN. Crédito da fot: Daniel Mafra/cancaonova.com

Peregrinos participam de pregação durante a manhã de espiritualidade na CN. Crédito da foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O Evangelho nos indica que podemos contemplar e perceber  tudo à nossa volta. Devemos descobrir que estes meninos [jovens especiais acolhidos na Comunidade Jesus Menino] são indicadores de Cristo. Eu me recordo quando o Felipe colocou um chapéu na cabeça do Papa Francisco, em Roma, e disse: “Você é demais!”

Esses meninos, além de ser  indicadores de Cristo, eles são uma descoberta da Igreja, porque, quem entra na Comunidade Jesus Menino, descobre um lugar diferente. Essa obra de Deus quer levar o homem a descobrir o deficiente e mostrar que todos somos iguais e que seremos  todos acolhidos por Nossa Senhora. Eu sei que muitos de nós conhecemos pessoas deficientes que são doentes. Em nossa comunidade recebemos muitas ligações de pessoas que querem descartar essas pessoas especiais e, quando acontece isso, as convidamos a vir conhecer o amor desses meninos.

A nossa comunidade não é a única resposta para a pessoa com deficiência. Nossa missão é ser pais e mães destes meninos. É fácil dizer: “Deus te ama!”, mas até que ponto você é capaz de dizer “eu te amo” para quem está ao seu lado e fazer algo por ele? Este é o desafio que, a cada dia, vivemos: trazer as palavras do Evangelho para a nossa realidade. Nestes 24 anos de fundação de nossa comunidade temos experimentado o amor de Deus, e queremos experimentar o que Maria e José viveram.

Nós não sabemos aonde a nossa missão nos levará, mas o Senhor vai nos indicar Sua vontade. Devemos crer na providência divina, porque o Senhor tudo faz. Crer no amor e naquilo que Deus pode! Eu  falo sempre que uma pedrinha  jogada no lago abre várias ondas, assim é o amor.

É na fé e na entrega que descobrimos estes indicadores do céu. A nossa vida precisa  ter esta responsabilidade com a vida.

No ano passado, recebemos um telefonema de uma mãe que estava com câncer terminal. Ela nos pediu que cuidássemos de seu filho para que ela pudesse morrer em paz. Ela era evangélica, e pediu que não levássemos apenas o Lucas, seu filho, mas também que a acolhêssemos para que ela pudesse ficar próxima do filho. Ela foi viver conosco e aprendeu a viver a espiritualidade da comunidade. Um dia, ela estava muito mal e foi para o hospital, lá uma irmã, que levava comunhão aos enfermos, passou pelo seu quarto e perguntou se ela desejaria receber o Corpo e o Sangue de Cristo. Ela comungou, depois, quando cheguei lá, ela comentou que havia recebido a visita de Jesus e que após a comunhão sentiu um alívio muito grande da sua dor. Depois ela quis se confessar. Foi por intermédio do seu  filho que ela pôde experimentar o amor de Deus! Ela faleceu rezando a oração do terço.

Nós temos muitas pessoas na nossa comunidade envolvidas no movimento pró-vida que pregam o “não” ao aborto. Devemos ajudar a salvar vidas, assim como São João Paulo II disse: “A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta desde  o momento da sua concepção.  Desde o primeiro momento da sua existência, o ser humano ver reconhecidos seus direitos de pessoa, entre os quais está o direito inviolável de todo ser inocente à vida”.

Ninguém pode ser a favor do aborto! Nós precisamos, como Igreja Católica, testemunhar a vida. Hoje eu queria pedir por um Brasil da vida. Vamos abraçar a vida! Nós precisamos entender que só o Senhor pode e acreditar que este amor é possível.

Transcrição e adaptação: Alessandra Borges

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