O combate da alma

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Professor Felipe Aquino. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A meditação que vamos fazer hoje é sobre o combate da alma, que viveremos contra as forças do mal até o último dia de nossa vida.

O Catecismo da Igreja Católica explica sobre esse combate no parágrafo 339: “Cada criatura possui a sua bondade e perfeição próprias. Acerca de cada uma das obras dos «seis dias» está escrito: «E Deus viu que era bom». «Foi em virtude da própria criação que todas as coisas foram estabelecidas segundo a sua consistência, a sua verdade, a sua excelência própria, com o seu ordenamento e leis específicas» (206). As diferentes criaturas, queridas pelo seu próprio ser, refletem, cada qual a seu modo, uma centelha da sabedoria e da bondade infinitas de Deus. É por isso que o homem deve respeitar a bondade própria de cada criatura, para evitar o uso desordenado das coisas, que despreza o Criador e traz consigo consequências nefastas para os homens e para o seu meio ambiente”.

No primeiro parágrafo, Deus já nos responde por que nos criou. Essa é uma resposta muito importante para todos nós, porque o Senhor, num ato de bondade, nos criou para vivermos a felicidade que é o céu. São Paulo nos diz que os olhos humanos nunca viram nem ouviram o que Deus tem preparado para aqueles que Ele ama.

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A doutrina do pecado original é o reverso da Boa Notícia, de que Jesus é o Salvador de todos os homens. O Catecismo diz que o pecado original existiu, e, se o negarmos, estaremos dizendo que Jesus morreu na cruz por nada. Não podemos negar o pecado, porque o Senhor morreu para nos salvar de todo mal.

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Professor Felipe Aquino aconselha os fiéis a meditarem a Palavra de Deus, pois contra ela o demônio não tem força. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

No parágrafo 397, o Catecismo da Igreja Católica diz: “Tentado pelo Diabo, o homem deixou morrer no coração a confiança no seu Criador (273). Abusando da liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Nisso consistiu o primeiro pecado do homem (274). Daí em diante, todo o pecado será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança na sua bondade”.

Para nos arrancar das mãos do demônio, Jesus veio nos salvar e ofereceu um resgate de valor infinito. No batismo, morremos nos braços do demônio e nascemos nos braços do Senhor.

O inimigo entrou no jardim do Éden para tentar Adão e Eva. Logo, também vai entrar na sua casa, por isso esse combate espiritual, essa luta das trevas contra a luz, que vai durar até os últimos dias. Isso é o que nos diz o parágrafo 409 do Catecismo: “Esta dramática situação do mundo, que «está todo sob o poder do Maligno» (1 Jo 5, 19) (302), transforma a vida do homem num combate:«Um duro combate contra os poderes das trevas atravessa toda a história dos homens. Tendo começado nas origens, há-de durar – o Senhor no-lo disse – até ao último dia. Empenhado nesta batalha, o homem vê-se na necessidade de lutar sem descanso para aderir ao bem. Só através de grandes esforços é que, com a graça de Deus, consegue realizar a sua unidade interior» (303).

São Paulo, no livro de Efésios 6,1-24, explica muito bem sobre esse combate e diz que, na vida espiritual, recebemos flechadas ou golpes de espadas, por isso temos de nos proteger. Mas para construirmos nossa armadura, precisamos nos abastecer dos sacramentos que a Igreja nos oferece.

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Com a Bíblia nas mãos peregrinos acompanhavam atentamente a pregação. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Temos de nos fortalecer no Senhor para resistirmos às ciladas do demônio. Não é durante o dia que ele age; o inimigo espera a madrugada espiritual para agir contra os filhos de Deus.

O mal vai agir em nossa vida se lhe dermos chance. Temos de fechar as portas para o inimigo entrar, pois é pela mente, pelos ouvido e olhos, pela boca, o tato e o olfato que ele entra em nossa vida. Ao levantar, precisamos abrir as janelas da alma para a luz e rezar para fechá-las, ao fim do dia, contra o mal. Assim, teremos uma noite de sono tranquila.

O demônio interfere em qualquer situação que vivamos, porque conhece nossos pontos fracos. É por essa razão que temos de nos revestir das armaduras de Deus. A meditação bem feita cai na alma e nos dá forças.

Temos de ficar alerta, porque não sabemos a hora que seremos atacados. Não podemos deixar a nossa alma esfriar nem ficar sem viver a espiritualidade, senão, o demônio aparecerá.

O mundo está dividido em duas partes: o espírito da verdade e o da mentira. Precisamos viver na verdade do Espírito Santo, e não na mentira do demônio.

O Paráclito é quem nos garante a verdade. Toda tentação e todo pecado são mentiras, por isso temos de seguir o que Igreja nos ensina. Toda verdade nos será ensinada pelo Espírito Santo, por isso não precisamos temer.

A primeira coisa para vencer o combate espiritual é viver na verdade da Igreja. Tudo o que ela liga na terra está ligado ao céu. A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade, portanto, devemos acreditar nela.

Deus quer que todos se salvem, Ele quer que todos cheguem ao conhecimento da verdade. Santo Agostinho nos dizia que os nossos pecados são as nossas tristezas, e que a santidade é a nossa alegria.

Pregar o Evangelho é outra coisa que nos santifica, por isso precisamos estar prontos para pregar, evangelizar e trabalhar nas pastorais da Igreja, a fim de que nos tornemos fortes para vencer os combates espirituais. A fé é o escudo do soldado que se abandona em Deus e crê que o mal não o vai atingir.

A Palavra de Deus é mais forte do que uma espada que corta dos dois lados, e o demônio não tem forças contra ela. Devemos meditar sobre as palavras do Senhor todos os dias e guardar os versículos para que eles sejam a espada do espírito contra o inimigo.

Transcrição e adaptação: Alessandra Borges

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