Cinco fases do coração rumo à maturidade

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Padre Adriano Zandoná. Foto: Arquivo/cancaonova.com

A palavra “coração”, no sentido bíblico, traz uma profundidade para nós enquanto pessoas. Veja os ditados que temos: “Ai que dor no coração!”. Será que se fizermos um exame vamos ver nosso coração partido? Não. E, com certeza, você também já deve ter falado “estou com o coração apertado!”, principalmente na juventude.

São expressões que representam o que sentimos e vivemos. As emoções não partem do coração, mas do cérebro. Nós, no entanto, temos essas expressões, porque as usamos de acordo com a analogia da Bíblia, para nos mostrar que Deus também tem sentimentos como os nossos. Independente dos erros que temos cometido, Ele nos ama, é apaixonado por nós. Isso é belíssimo! Precisamos entender como funciona o coração de Deus para estarmos na sintonia com Ele.

Quantos casamentos estão acabando, porque o homem está em uma frequência e a esposa em outra? Por isso precisamos aprender a sintonizar o nosso coração ao de Jesus. Talvez você diga: “Deus não está falando comigo”. Pode ser que você não esteja sintonizado com Ele.

Deus nos ama como somos. Independente de nossas situações e pecados, o Senhor está conosco e quer nos guiar.

“A linguagem é a morada do ser” (Heidegger). Na nossa linguagem e em nossas palavras está aquilo que precisamos viver. O que quer dizer o culto ao coração de Jesus? Significa aquilo que cultivamos, ou seja, nosso relacionamento com Jesus, que nada mais é do que ter uma relação cultivada por Ele. Há muitas pessoas cultivando dinheiro, mágoa e ódio.

Talvez você me diga: “Padre, eu cultivo tanto o coração do meu filho e do meu marido, mas não tenho nada de retorno deles!”. Continue cultivando os seus em Deus, porque logo você verá os frutos. É possível cultivar uma terra cheia de raízes? Não. É preciso limpar a terra, para depois conseguir cultivar alguma coisa nela. Assim é o nosso coração. Se você não tira a sujeira dele, não vai conseguir cultivá-lo. “Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo”, (Pitágoras).

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“Se o coração não se conhece, ele não se possui, e continua sendo um estrangeiro no próprio território”, afirma padre Adriano Zandoná. Foto: Arquivo/cancaonova.com.

Para tornar mais pedagógica essa reflexão, veio ao meu coração a ideia de dividi-la em cinco fases, para que o coração amadureça e chegue ao cultivo com Cristo.

Cinco fases do coração rumo a maturidade:

Primeira fase: autoconhecimento. O autoconhecimento é essencial para a felicidade. Se o coração não se conhece, ele não se possui, e continua sendo um estrangeiro no próprio território. Quantas pessoas são escravas de coisas que ela traz em si e mal conhece! Talvez você tenha uma herança negativa na área psíquico-emocional e não saiba. Pode ser que tenha crescido num ambiente de relacionamentos doentes e traga lembranças negativas. Embora este relacionamento não seja regra para todos os outros, você os bloqueia com votos íntimos e secretos. É preciso saber por que o seu coração tem tal comportamento. Se você não se conhece, você acha que o seu jeito doente está certo, e vai ferindo as pessoas. Se você não trabalhar seu coração, pode ir para a China, que vai ser infeliz lá também.

Segunda fase: Escutar-se; essa é importantíssima! O presidente e diretor executivo da Apple, Steven Paul Jobs, foi entrevistado e perguntaram para ele: “Como o senhor criou toda essa tecnologia em sua vida?”. Ele respondeu: “Eu somente escutei o meu coração, porque nele e na minha intuição já estava expresso aquilo que eu me tornaria da vida”.

“O coração é o lugar aonde Deus mais se revela” (Santo Agostinho). É claro que você precisa discernir e buscar a cura do seu coração, mas precisa escutar o que ele está lhe dizendo. Quando você sente uma constante insatisfação, o seu coração está mandado um recado para você. Onde você precisa repensar e reconstruir a sua vida? É preciso escutar o coração e as emoções.

Terceira fase: Curar as feridas. O pior cego é aquele que não quer ver. A pessoa mais fraca é aquela que não reconhece a sua fraqueza. É preciso saber onde estão as suas fraquezas e as entregar a Deus. Só cresce quem tem a humildade de reconhecer-se fraco. Deus pode curar suas feridas, mas a fechadura está do lado de dentro do seu coração, e você precisa abri-la para que Deus entre e cure. Ele quer curar as feridas mais profundas da sua alma.

Quarta fase: Investir nos próprios dons e maturidades. No seu coração existem feridas, mas existem também dons e potencialidades ainda não explorados. Muitas vezes, os nossos dons estão sufocados pelas feridas; e para amadurecer na estatura do coração de Jesus, precisamos visionar esse coração. Ficamos apenas com o que é ruim, mas temos muitos dons e belezas profundas dentro de nós. Quem sabe tem um talento sufocado, aí dentro de você, para a arte, a música, as artes cênicas, para algum trabalho. A realização humana está também ligada à potencialidade do ser.

Quinta fase: Tornar o coração morada de Deus. Nós tivemos o batismo e Deus está dentro de nós, mas precisamos cultivar o nosso relacionamento com o coração d’Ele. Precisamos retirar muitos entulhos que estão em nosso coração, pois se ele estiver cheio de sujeira, será difícil amar. É preciso buscar os sacramentos e oração constante. Além de rezar, precisamos qualificar o tempo da nossa oração.

Guarde essas cinco fases do amadurecimento do seu coração, “pois onde estiver o teu tesouro, ai estará também o seu coração” (Mateus 6,21).

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.

Adquira esta pregação pelo telefone: (012) 3186-2600

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