Jubilosa esperança em Deus

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Padre Moisés Coelho. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Não podemos confundir esperança com otimismo

“O Senhor é minha luz e minha salvação; a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo? Quando os malvados me atacam para me devorar vivo, são eles, meus adversários e inimigos, que resvalam e caem. Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá meu coração. Se se travar contra mim uma batalha, mesmo assim terei confiança” (Salmo 26, 1-3).

Precisamos distinguir: uma coisa é saber esperar, outra é ter esperança. Esperança tem nome e é uma pessoa: Jesus. Não podemos confundir esperança com otimismo. Uma pessoa que é otimista diante das coisas da vida, precisa que as coisas ao seu redor façam-na otimista. A pessoa que tem esperança não depende dos fatores externos. Quem tem esperança não precisa que tudo esteja bem. Se temos esperança pode acontecer qualquer coisa que nada vai nos impedir de nos alegrar.

“O Senhor é minha luz e salvação; a quem temerei?”. Quando dizemos assim, estamos desafiando tudo ao nosso redor. Do que você tem medo, da tristeza, da morte? Se o salmista diz isto, mostra que ele tinha algo ou alguém que deveria temer. Ele está dizendo para nós que está enfrentando um grande combate: “Se se travar contra mim uma batalha, mesmo assim terei confiança”.

Se temos algo que é comum em nós é o sofrimento. Passamos pelos sofrimentos físicos. Sofremos quando alguém da nossa família passa por uma grande dificuldade. De alguma maneira somos assolados por estas dores.

“Ainda que acampe um deserto contra mim, ainda sim, eu terei confiança”. Muitas vezes, somos pegos por várias sofrimentos, mas precisamos dizer: “Mesmo assim eu tenho confiança”. Na Comunidade Obra de Maria, quantos combates passamos e temos enfrentado! Fazemos experiência difíceis em nossa vida.

No primeiro ano quando fui para Palmas (Tocantins), fazer teologia, foi um momento difícil porque tive que me adaptar. Eu pensava comigo: “Meu Deus, o que estou fazendo aqui?”. Mas dentro de mim eu rezava: “Deus me sustente. Eu dei a minha vida para ti, porque a minha esperança está em Ti”.

No segundo ano eu fui muito provado. Minha mãe teve infarto e precisou ir para Recife (Pernambuco). Minha irmã ligou para mim e disse: “Mamãe está internada. Não sabemos o que vai acontecer com ela. Vai fazer uma cirurgia de ponte de safena e era para você estar aqui”. Aquilo mexeu demais comigo. Eu disse para o Gilberto: “Eu preciso estar em casa”. Falei com os professores e fui. Passei vários dias, porque a glicose da minha mãe estava alterada. Eu pedia e nada de ela entrar para a cirurgia.

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Peregrinos participam da pregação com padre Moisés Coelho. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Teve um dia em que logo cedo estava rezando com o Salmo (46). E minha mãe me disse: “Meu filho, você não quer ser padre?”. Respondi: “Sim eu quero”. Ela me disse: “Então vai e volta para o seminário”. Eu pensei: se eu dependo de Deus, não posso achar que vou resolver alguma coisa. E daí disse para a mamãe que iria para Palmas. Quando foi à tarde, minha irmã me ligou e disse que ela tinha feito a cirurgia. A minha preocupação era: Será que não estou abandonando a minha mãe? Mas não, eu não abandonei minha mãe, eu me abandonei em Jesus Cristo.

O sofrimento faz parte da nossa vida. Ninguém gosta de sofrer, mas faz parte da nossa vida e da nossa condição humana. Jó, das Sagradas Escrituras, era uma pessoa rica, tinha tudo. E ainda era um homem temente. Mas um dia ele recebeu quatro notícias péssimas: Os animais, os dez filhos, o seu dinheiro e tudo o que possuía, havia perdido. Como ele se colocaria nesta situação? Como você se colocaria diante de Deus? Pode vir o deserto, mas precisamos confiar em Deus.

Uma das minhas catequistas foi assolada pelo câncer e quando eu ia em Ferreros, Pernambuco, eu ficava comovido com sua fé. Quando ela estava muito mal, eu disse: “Qual é o seu maior medo? Você tem medo de morrer?”. Ela disse: “Eu não tenho medo de morrer, mas de estar longe da graça de Deus”. Isto é ter esperança!

Muitas pessoas que não têm Deus caem no desespero porque não confiam. “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Nada pode nos separar do amor de Deus” (Romanos 8, 34).

Quero te falar de uma mãe que sofreu muito: a Virgem Maria. No Evangelho de São João diz que Maria estava em pé, diante da cruz de Jesus. Podemos imaginar como era a dor de Maria ao ver o Filho desta forma e, ao seu lado, João. Jesus olha então para Maria e diz: “Mulher, eis aí o teu filho. E disse para João: “João, eis ai a tua mãe”. Maria ficou em pé porque tinha esperança no seu coração. Nós precisamos confiar em Deus!

Você passa por grandes tribulações? Ainda que o mundo possa desabar e você sinta a maior dor e sinta solidão, tenha confiança em Deus e permaneça como Maria, firme e em pé! Maria permaneceu em pé e contemplou a ressurreição do Filho.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’ Onofrio.

Adquira esta pregação pelo telefone: (12) 3186-2600

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