A vida nova e o batismo no Espírito Santo

Roberto Tannus

Quando oramos em línguas, o Espírito Santo sonda nosso coração

Roberto Tannus Foto: Andréia Britta/cancaonova.com

Eu gostaria de mostrar a vocês que o Batismo no Espírito Santo, o dom de orar em línguas, não é algo que somente está na Bíblia, mas é algo também da Igreja, e explicar a vocês porque oramos em línguas.

Vamos pedir a Deus um novo Pentecostes sobre nós. Que o Senhor nos encha com o Seu Santo Espírito!

Assim está escrito na Palavra de Deus:

“Em minha primeira narração, ó Teó­filo, contei toda a sequência das ações e dos en­si­na­mentos de Jesus, desde o princípio até o dia em que, depois de ter dado pelo Espírito Santo suas instruções aos apóstolos que escolhera, foi arrebatado (ao céu). E a eles se manifestou vivo depois de sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus. E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa de seu Pai, “que ouvis­tes” – disse ele – “da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias. Assim reunidos, eles o interrogavam: “Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel?”. Respondeu-lhes ele: “Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo”.” (Atos dos Apóstolos 1, 1-8).

O que o Espírito Santo nos dará? Ele nos dará força! Essa é a promessa de Deus para nós: força para ser testemunha, para, se necessário for, morrer testemunhando a fé em Jesus Cristo. Foi essa graça que o Espírito Santo concedeu àqueles apóstolos. Eles eram homens fracos, cheios de medo, mas o Espírito Santo realizou uma obra de transformação naqueles homens e eles passaram a ser testemunhas corajosas do Evangelho.

E essa graça foi derramada num local chamado Cenáculo. Esse lugar existente até hoje em Jerusalém, segundo o antigo historiador Flávio Josefo, foi o único edifício que permaneceu de pé após a destruição de Jerusalém, uma destruição tamanha que arrasou com o Templo Sagrado, a ponto de só restar do Templo de Jerusalém o que hoje conhecemos como o Muro das Lamentações. Mas veja: o local onde o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, o local onde foi instituída a Eucaristia, o sacrifício da Nova e Eterna Aliança, esse local permaneceu de pé. O Cenáculo permaneceu de pé! Glória a Deus por isso!

Veja o que está escrito em Atos 1, 14: “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele.”

Em nenhum lugar da Bíblia está escrito que Maria teve outros filhos. Por isso, quando aqui está escrito “irmãos” de Jesus, não se tratam de filhos de Maria. A Palavra de Deus faz essa distinção. O que precisamos compreender é que o lugar dos irmãos de Jesus é no Cenáculo com Maria. Se você quer experimentar um verdadeiro Pentecostes na sua vida, você precisa aproximar-se de Maria, pois sem ela não há um verdadeiro Pentecostes, mas somente um “fogo de palha”.

Para que serve o dom de línguas?

Em Atos 2, 1-4 está escrito:

“Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reu­nidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”

Qual foi o primeiro dom derramado em Pentecostes? O dom de orar em línguas. E esse dom serve para dois fins: para a evangelização (xenoglassia) e para a oração e edificação pessoal (glossolalia).

“O Espírito Santo nos dará força!” (Roberto Tannus) – Foto: Andréia Britta/cancaonova.com

Em Pentecostes, todos os presentes compreendem em sua língua materna, e isso é a xenoglassia, na qual Deus manifesta o Seu amor que vence as barreiras dos idiomas. Santo Antônio de Pádua viveu essa experiência, certa vez, quando foi pregar pela primeira vez no Vaticano. Todos os bispos e demais presentes compreenderam a pregação do santo, cada qual em sua língua materna. E tudo isso acontece em vista da evangelização.

Em Atos 10, 44-46 está escrito o seguinte:

“Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a (santa) palavra. Os fiéis da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram, vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos; pois eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus.”

Qual foi o primeiro sinal de que esses pagãos da família de Cornélio ficaram cheios do Espírito Santo? Foi o falar em outras línguas. Aqui já se manifesta o dom de línguas como glossolalia, ou seja, para a oração e edificação pessoal.

O Espírito sonda o nosso coração

Romanos 8, 26-27 ensina que “outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus.”

Veja: quando você ora em línguas, o próprio Espírito Santo sonda o seu coração com esses gemidos inefáveis.

E em 1 Coríntios 14, 2 está escrito: “Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito.” Portanto, o dom de orar em línguas é um dom de conversar apenas com Deus. Nem os anjos, nem satanás, sabem o que rezamos quando oramos no Espírito. Somente Deus compreende essa oração, pois falamos coisas misteriosas, sob a ação do Espírito.

Mas então, para que serve esse dom? Tem gente que critica esse dom, pois acha que ele não serve para nada, já que a gente não entende o que diz a Deus. Veja o versículo 4 deste capítulo: “Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo…”

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E o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2003, também fala a respeito do dom de línguas: A graça é, antes de tudo e principalmente, o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica. Mas também compreende os dons que o Espírito nos dá, para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar na salvação dos outros e no crescimento do corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. São as graças sacramentais, dons próprios dos diferentes sacramentos. São, além disso, as graças especiais, também chamadas «carismas», segundo o termo grego empregado por São Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício. Qualquer que seja o seu carácter, por vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas estão ordenados para a graça santificante e têm por finalidade o bem comum da Igreja. Estão ao serviço da caridade que edifica a Igreja.

Se você se edifica, você está edificando a Igreja. E o apóstolo Paulo vai dizer: “Ora, desejo que todos faleis em línguas” (1 Cor 14, 5). Por acaso São Paulo iria desejar algo que fosse inútil?

Quando você ora em línguas, o Espírito Santo lhe dá o entendimento. Sim, o entendimento de como falar com seu cônjuge, de como educar seus filhos, enfim, o entendimento para saber como agir em cada situação.

Não impeça o dom de línguas

E, por fim, a Palavra de Deus nos ensina:

“Se alguém se julga profeta ou agraciado com dons espirituais, reconheça que as coisas que vos escrevo são um mandamento do Senhor. Mas, se alguém quiser ignorá-lo, que o ignore! Assim, pois, irmãos, aspirai ao dom de profetizar; porém, não impeçais falar em línguas.” (1 Cor 14, 37-39).

Portanto, meu irmão, se você quiser ignore, ignore! Mas veja que o apóstolo Paulo se refere a esse dom de orar em línguas como um mandamento do Senhor. Que você não impeça esse dom na sua vida, sabendo-o usar com amor e não com confusão, pois o dom de orar em línguas não me faz melhor que o meu irmão. Eu preciso usar esse dom para a minha edificação pessoal, com sabedoria, dignidade e até mesmo recato, para não escandalizar aos outros.

Cantemos, suplicando esse batismo no Espírito Santo sobre nossas vidas!

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Transcrição e adaptação: Alexandre Oliveira


Alexandre Oliveira

Membro da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Alexandre é natural da cidade de Santos (SP). Casado, ele é pai de dois filhos. O missionário também é pregador, apresentador e produtor de conteúdo no canal ‘Formação’ do Portal Canção Nova.

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