Conte com a intercessão de Nossa Senhora

Padre Paulinho

Padre Paulinho – Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Neste momento, quero fazer uma reflexão sobre a imagem de Pietá. Hoje, estamos como Jesus, no colo da Mãe. Quem reza conosco o terço vê a imagem da Mãe Rainha. Ora, nós somos como aquele Menino no colo de Nossa Senhora.

Você já viu a imagem de Nossa Senhora grávida? Nós também precisamos estar no ventre dela. Talvez possamos ter uma boa vida física e materialmente, mas nem sempre a nossa vida interior, espiritual vai bem, por causa do pecado, por causa dos nossos erros. Não tenhamos medo de recorrer ao colo da mãe.

Quando eu era criança, tinha muita dor de ouvido, e minha mãe colocava remédio para sarar; o segredo dela, no entanto, não era o remédio, e sim o seu colo. Não que a dor passasse, mas eu dormia no colo dela. Todo mundo precisa do colo da mãe. Pode ser que você não tenha mais a possibilidade de se colocar fisicamente no colo da sua mãe, por ela não estar mais em nosso meio, mas você pode se colocar no colo de Maria, e ela sempre estará pronta para acolhê-lo.

Nós católicos precisamos assumir, cada vez mais, que temos uma mãe no céu. No último instante da vida de Jesus, na Sua angústia e no Seu sofrimento, Ele nos deu a Sua Mãe. Eu sou o oitavo filho de minha mãe. Quem tem oito filhos aqui? Hoje em dia, para muitas pessoas, um filho é sinal de problema. Mas saiba que existe um desígnio de Deus para cada um de nós. Somos convidados a aceitar a mãe de Deus na nossa casa, mas também somos convidados a ir ao encontro de Nossa Senhora pela oração do santo terço, pela intimidade que podemos ter com ela.

É perceptível a intimidade de um filho com sua mãe. Que elo bonito existe entre uma mãe e um filho! Ela deixa de se cuidar para cuidar do filho. Sua atenção está voltada para aquela criança. Se existe essa ligação humana entre mãe e filho, quanto mais para a Mãe do céu com cada um de nós!  Deixe que Maria o tome nos braços quando você estiver como Jesus, ferido, até mesmo se sentindo morto. Corra para o colo da Mãe, ou melhor, deixe que ela o tome nos braços. Muitas vezes, somos como uma criança birrenta, mesmo quando somos adultos. Às vezes, mesmo com o filho já casado, a mãe o aconselhe em seus braços.

 

O amor de mãe é especial, mesmo que ela não receba o amor do seu filho. Ela não ama querendo algo em troca, seu amor é gratuito, sem interesse. Nós homens precisamos aprender com as mulheres. Como anda o relacionamento com a sua mulher? Com a sua mãe, se ela ainda é viva? Ame e respeite a sua mulher. Respeite as mulheres que trabalham com você, respeite sua vizinha, sua irmã, as mulheres da sua vida. Respeite-as pelo dom que elas têm, que é a maternidade. O que seria dos homens se não fossem as mulheres? O que seria do padre Paulinho sem sua mãe, sua irmãs, as mulheres que convivem com ele? Agora, dou um recado para os pais e mães: não economizem amor para com seus filhos. Não percam o elo que há entre vocês. Mesmo que vocês não recebam esse amor de volta, ame-os gratuitamente.

Com Maria aprendemos algo importantíssimo também na Igreja: o valor da oração. Não podemos cair numa devoção interesseira. Vou rezar um terço, porque Nossa Senhora vai me dar isso ou aquilo. Não é assim. O que Deus nos dá é gratuito.  A oração do santo terço, a intimidade com Maria nos levam a viver o que o Evangelho nos apresenta. Estamos vivendo num mundo cada vez mais afastado de Deus e nós também, de maneira muito fácil, podemos também viver essa realidade e nos afastar d’Ele. Mas precisamos saber que a oração nos aproxima de Deus.

Cada passo que damos é fundamental, pois aprendemos o que Jesus fala no Seu Evangelho: “Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”. Devemos pedir, mas também agradecer e ter a certeza de realizar um pedido feito com fé, até mesmo com lágrimas. Com as situações da vida, nós aprendemos a rezar com as lágrimas, com as dores e os sofrimentos. Muitas vezes, a nossa oração é um parto, mas é preciso para que o homem e a mulher nova surjam, para que a nova humanidade aconteça a partir de nós. Se você quer uma família melhor, faça algo para que ela seja melhor. Seja alguém que une e não que separa dentro da sua casa. Reze para as pessoas difíceis da sua casa, mas saiba que há coisas que não mudam. Quando existe uma oração sincera, a transformação acontece.

Missa com Padre Xavier

Missa com Padre Paulinho- Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O que pedimos para a mãe, o Pai atende. Jesus disse que precisamos pedir ao Pai, pois Ele nos dará o que nos for necessário. Mesmo que desanimemos, continuemos pedindo. Vamos permitir que Maria nos acolha e nos ensine a rezar, que o próprio Senhor nos ensine a rezar. Senão, vamos nos tornar católicos de Semana Santa, que só aparecem na Igreja durante esse período e depois nunca mais vão à Missa nenhuma.

A oração de cada dia vai amadurecendo em nós a consciência de que somos filhos de Deus. Apesar das nossas quedas, existe um Deus que nos ama, uma mãe que nos acolhe e um Filho que se dá diariamente em cada Eucaristia para cada um de nós. O Senhor quer que tenhamos um coração aberto para recebê-Lo. Não podemos recebê-Lo de qualquer jeito. Que retomemos a nossa prece, o nosso pedido, retomemos a oração ao pé da cama. Nem que rezemos dentro do carro, na hora de ir para o trabalho.

Rezemos, pois a oração tem poder. A oração é importante para entendermos qual é o nosso lugar dentro da Igreja. Qual é o seu lugar na sua paróquia? Que a nossa oração seja cada vez mais sincera e não da boca para fora. Que possamos amadurecer na nossa oração diária!

Transcrição e adaptação: Guilherme Zapparoli

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