Nascer de novo após a cada dor

Padre Paulinho

Padre Paulinho – Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Não deixe que a tristeza seja maior do que a alegria verdadeira vinda de Deus

No acampamento deste ano, nós queremos, mais uma vez, aprofundarmo-nos para conhecer melhor a devoção a Virgem Maria. Para isso, seremos auxiliados pelo tema deste encontro: “Maria, a mulher do Gênesis ao Apocalipse”; aquela que gerou o Salvador da humanidade, o Grande Rei, o Rei dos Reis.

Como bons católicos que somos, sabemos que Nossa Senhora é a ponte que nos leva a Jesus. Ela não é o fim, mas o meio pelo qual chegamos a Ele. Por intermédio dela, podemos ter essa fé que encontramos em Jesus. Podemos nos colocar em seu colo e, com a sua ajuda, experimentar o amor por seu Filho Jesus.

Este tempo da Páscoa é muito privilegiado. Queremos cantar o “Aleluia”, que foi cantado na Vigília Pascal, e proclamar que Jesus está vivo no meio de nós! Os textos apresentados na liturgia têm nos feito aprender com aqueles homens que eram medrosos e temerosos, mas, ao receber a graça do Espírito Santo, saíram a pregar com ousadia e destemor. O Espírito Santo os levou a lugares que eles nem imaginavam, e assim a Igreja nasceu.

Nesta sexta semana também estamos vivendo uma espécie de “despedida” de Jesus. Neste domingo, celebramos a Solenidade da Ascensão de Cristo, quando celebramos solenemente a subida de Jesus para o Pai. Os apóstolos não queriam que o Senhor Jesus voltasse à casa do Pai, por isso começam a viver um sentimento de tristeza.

Na nossa vida, passamos por muitas despedidas. Existem aquelas que são dolorosas como a morte. E como é difícil passar por essa situação de despedidas! Mas ninguém vai ficar sem ela. Ninguém sabe a hora nem o momento de sua morte, por isso precisamos viver bem cada momento. A nossa hora também vai chegar. Um dia, passaremos pela morte que não será o nosso fim, mas uma passagem. A Palavra de Deus nos diz que, depois de experimentarmos a dor, a alegria virá.

Mais cedo ou mais tarde, a tristeza vai bater à porta do nosso coração, mas o Senhor nos garante que o sofrimento se transformará em alegria, sentimento este que deve sempre ser maior do que o de angústia. Quem aqui não passa pelas dores e angústias do dia a dia? Em cada dor vivida, Deus dá a todos nós a possibilidade de nascermos de novo. E isso é urgente para todos nós. Precisamos logo entrar em “trabalho de parto”, para que o homem novo e a mulher nova venham à luz.

pregação padre Paulinho

“Em cada dor vivida, Deus nos dá a possibilidade de nascermos de novo”, disse o sacerdote – Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

A angústia interior vem em razão do pecado, das provações e tribulações. Vez por outra, somos afligidos por problemas nossos e também dos outros. Quantas mães sofrem por seus filhos!

Desperte do sono da alma, do sono interior. A Palavra nos ensina que a nossa tristeza se transformará em alegria. Se tivermos a oportunidade de encontrar consolo em Deus e buscarmos o colo e o carinho da Mãe, Deus fará uma obra maravilhosa no meio de nós. Então, aproveitemos o sofrimento de cada dia e as lutas que temos enfrentado como matéria-prima para nosso crescimento na santidade. Coloquemos tudo em oração no altar do sacrifício.

Devemos deixar o chamado à santidade crescer em nós, porque para isso fomos chamados. Um trabalho e uma missão que exigirão muito de nós.

Eu não sei qual é o seu lugar na Igreja ou se você encontrou seu local nela, mas Deus o chama a um trabalho pastoral, missionário. Na sua família e na sua cidade existe um povo que Deus lhe confia. Não fique de braços cruzados! Cristão é aquele que não fica parado.

Vale a pena colocar-se a serviço de Deus, porque há muita gente que precisa experimentar a alegria do Ressuscitado. Por isso, nossa vida não pode parar nas angústias nem nas tristezas, porque a alegria sempre será maior. O homem novo nasce para aqueles que se abrem à graça divina.

Transcrição e Adaptação: Letícia Barbosa

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