Precisamos nos preparar para o combate espiritual

“Ficai firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5,1b)

Padre Roger Luis

Padre Roger Luis – Foto: Arquivo

Estamos fazendo uma caminhada nessa terra rumo ao céu. Estamos nos preparando para um dia celebrar nossa Páscoa. Para muitos essa trajetória é extensa e para outros termina mais cedo. Esse caminho é cheio de alto e baixos.

Se pudéssemos visualizar esse caminho, veríamos que é acidentado e desafiador. Não podemos esquecer que há um combate espiritual nesse caminho. Nesse tempo precisamos  caminhar juntos, é tempo de unidade.

Quando amamos deixamos de olhar com os olhos humanos e passamos a enxergar com os olhos de Deus. O amor faz com que deixemos de ver os outros como inimigos mas como uma conquista para Deus.

De que maneira vamos enfrentar esse combate como vencedores? Quando percebemos a direção que Deus está nos dando!

Quando falo em combate eu penso na palavra treinamento. Quando um fuzileiro é preparado para guerra ele entra em treinamento. Ele precisa receber um treinamento básico e intensivo. O propósito maior disso é prepará-lo para guerra desenvolvendo um caráter que o sustentará na batalha. Isso acontece por meio de exaustivas disciplinas físicas despertando a resistência. Mais importante do que o treinamento, é o condicionamento psicológico para que ele acredite na missão da corporação.

Quem não obedece perde a guerra, porque entra um espírito de confusão e não ouve a voz de quem o comanda.

Você consegue visualizar que muitos não conseguem obedecer e são humilhados pelo inimigo. Muitos de nós queremos entrar no combate da oração, mas não nos submetemos para que sermos equipados com o treinamento necessário.

O combate espiritual deve ser encarado como algo que envolve dois movimentos simultâneos: o primeiro movimento na direção de Deus e o segundo na direção do nosso inimigo.

A oração tem três realidades importantes: precisa ser feita a Deus, o indivíduo orante e deve ser contra o diabo.

A oração é um combate espiritual que travamos contra o diabo. Ás vezes você não está fazendo oração de libertação, mas você está enfrentando o diabo que não quer que ore. O nosso propósito de oração não é persuadir Deus, mas unir forças com Ele contra o inimigo.

Por nós mesmo, não conseguimos vencer a batalha. É pela força do Espírito Santo!

Qual é o movimento que nos dará resistência ao diabo? Submissão a Deus!

Meus filhos e filhas, vivemos em uma sociedade muito permissiva. Talvez os mais jovens ou adultos que estão aqui viveram em uma família desestruturada. Cada vez mais o combate é contra a família, fazendo com que os membros sejam enfraquecidos, tornando-os rebeldes. Muitos têm dificuldades em honrar pai e mãe.

Por causa da divisão, as pessoas só buscam a Deus quando querem amor e cura, mas se afastam Deles quando ele exige obediência.

Nós temos dificuldade de assimilar o que declaramos: Jesus é o Senhor. Será que ele é mesmo? Ou é só da boca para fora?

Na sociedade do Antigo Testamento ninguém questionava que o Senhor deveria ser obedecido a qualquer custo.

Quem não está disposto a obedecer vai ser humilhado no combate da oração. A obediência é o principal medidor do nosso relacionamento com Deus. O diabo não encontrará espaço para agir na vida daquele que obedece a Deus.

Você se aproximando de Deus, você acha que o diabo vai conseguir se aproximar de você? De jeito nenhum.

Como está o seu relacionamento com Deus? Por que isso é tão importante? Porque gera intimidade e consequentemente você irá adquirir a capacidade de ouvir e reconhecer a voz de Deus. Porém, isso consome tempo.

Orar precisa ser satisfatório! Para desfrutar da oração você precisa realizá-la em um lugar confortável e silencioso, estipulando um tempo e ter abertura para escuta da voz de Deus. O jejum não pode faltar na vida de um combatente, pois é a disciplina do corpo. Questione se os seus pensamentos estão de acordo com a doutrina. Pare de fazer coisas que desagradam a Deus.

Estou dando o segredo da firmeza e obediência a Deus que nos levará a experimentar a santidade, a maior arma contra o inimigo.

É tempo de nos firmarmos em Deus, de levarmos Deus a sério porque o mundo é mal. Se eu não treinar, eu vou perecer.

A santidade consiste em Cristo sendo formado em nós e parecermos com Cristo ao fazermos o que Ele quer e não o que queremos!

Transcrição e Adaptação: Letícia Barbosa

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