Bem-aventuranças: os traços do rosto humano de Deus

 

As bem-aventuranças são um perfil de Cristo

Nesta Missa de encerramento do “Acampamento das Famílias”, cujo tema central foi “Jesus visita a minha família”, nós queremos ouvir o que Jesus tem a nos dizer. Primeiro ponto de reflexão é ver como nós lidamos com o ser; com o ter; e com o fazer. Acrescentemos à nossa reflexão o que Cristo tem em comum com as bem-aventuranças.

As leituras de hoje nos levam a refletir sobre o que escolho em minha vida: estou escolhendo o ser ou o fazer? Na primeira leitura ouvimos o Espírito Santo nos falar que precisamos ser humildes, ser verdadeiros, justos. Já, na segunda leitura, Ele nos diz que precisamos ser conscientes das escolhas divinas e, no Evangelho, Jesus nos chama a ser como Ele foi.

Sejamos bem-aventurados

Nós temos de ver as bem-aventuranças como o perfil de Deus na humanidade.
As bem-aventuranças são os traços do rosto humano de Deus. “Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos Céus”. Jesus nasceu pobre e viveu desprendido de tudo, morreu até sem a roupa do corpo. “Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra”.

E com que mansidão Jesus dizia e corrigia os discípulos, e com que mansidão Ele ensinava o povo. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia”. E com que misericórdia e compaixão Jesus olhava cada uma das pessoas que Ele encontrava. “Bem-aventurados os pacíficos”. E esta era uma das palavra que Jesus mais se utilizava: “A paz esteja convosco”.

As bem-aventuranças são um perfil de Cristo. Cristo visita a nossa família quando cada um exerce o seu papel, quando sabemos ser o rosto d’Ele para o outro.
 

Estar aberto ao amor

Como é agradável viver em uma família que é desprendida das coisas materiais, no qual um sabe se entregar verdadeira e inteiramente ao outro. Não por uma razão econômica, essa questão do desapego e do desprendimento material não é apenas para se fazer um sacrifício. A verdadeira razão é para que se tenha o coração disposto e aberto para o amor.

“Bem-aventurados os pacíficos”: Cristo visita uma casa quando as pessoas são pacificadoras, pacificam os corações preocupados e as vidas agitadas, pessoas que pacificam os ambientes. Somos convidados a transformar os nossos lares em verdadeiros recantos de paz, um verdadeiro gerador de paz para o mundo; somos convidados a ser semeadores da paz.

“Bem-aventurados os perseguidos”: Cristo visita uma casa quando ela sofre perseguições por amor a Ele. Temos de aprender como conviver e amar as pessoas que convivem conosco: nosso irmão, nosso pai, nosso esposo, nossa esposa e nossos filhos. Precisamos saber sofrer com os defeitos das pessoas do nosso lado. Precisamos aprender a amar o outro como ele é. É com amor e não com ardor que as pessoas mudam. O bom ladrão mudou ao ver o amor de Cristo na Cruz.

Temos de viver as bem-aventuranças, porque elas são os traços do rosto humano de Deus no mundo. E se nós quisermos ter o rosto divino estampado em nosso semblante, temos de viver as bem-aventuranças. Por isso, precisamos ser bem-aventurados e, por mais que o mundo queira retirar os símbolos religiosos do mundo, não conseguirão retirar do nosso semblante o retrato de Cristo.

Por isso, as leituras de hoje nos convidam a escolhermos sempre o ser e, colocar o ter e o fazer em um patamar inferior. Então temos aqui um belo programa de vida: Cristo visita a nossa casa se realmente as bem-aventuranças passam as ser não apenas o que você tem de fazer, mas sim aquilo que cada um de nós tem de ser.

Transcrição e adaptação: Mariana L. Gabriel

 

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