Quem é Deus?

Alexandre Oliveira

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Alexandre Oliveira. Foto: Arquivo Canção Nova

Antes de começar a falar sobre o tema que me foi proposto, quero recapitular alguns pontos da primeira pregação que fiz, na parte da manhã, neste Acampamento. A fé é alcançada a partir da escuta. Em Rom 10, 9-10 lemos: “Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à salvação.”

O nome de Jesus faz parte da nossa profissão de fé, porém, a Palavra de Deus contém a força do ressuscitado. Ele está presente na Escritura. Quando anunciamos o nome de Jesus, quando anunciamos Seu senhorio, é o Espírito de Deus que está presente e se manifesta. Deus age por meio da Palavra. É preciso ouvir a Boa Nova, e é muito importante obedecê-la.

O combate da oração requer um esforço. Estamos em luta contra o tentador e contra nós mesmos. “A oração é um dom da graça e uma resposta decidida de nossa parte. Supõe
sempre um esforço. Os grandes orantes da Antiga Aliança antes de Cristo, como também a Mãe de Deus e os santos com Ele, nos ensinam: a oração é um combate. Contra quem? Contra nós mesmos e contra os embustes do Tentador, que tudo faz para desviar o homem da oração, da união com seu Deus. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza. Se não quisermos habitualmente agir segundo o Espírito de Cristo, também não poderemos habitualmente rezar em seu Nome. O “combate espiritual” da vida nova do cristão é inseparável do combate da oração.” (CIC – parágrafo 2725)

“Quem é Deus?” A Igreja diz, por meio da Constituição Dogmática Dafiti Católica do Concílio Vaticano I, quem é Deus: “A Santa Igreja Católica Apostólica Romana crê e confessa que há um só Deus verdadeiro e vivo, criador e Senhor do céu e da terra. Onipotente, eterno, imenso, incompreensível, infinito em intelecto, vontade toda perfeição o qual sendo uma substância espiritual una e singular, inteiramente simples e incomunicável, é real e essencialmente distinto do mundo. Sumamente feliz em Si e por Si mesmo e está inefavelmente acima de tudo que existe ou fora Dele se possa conceber.”

O Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 202, assim nos ensina: “Cremos firmemente e afirmamos simplesmente que há um só verdadeiro Deus eterno, imenso e imutável, incompreensível, Todo-Poderoso e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo: Três Pessoas, mas uma Essência, uma Substância ou Natureza absolutamente simples.”

“Vinde, manifestemos nossa alegria ao Senhor, aclamemos o Rochedo de nossa salvação; apresentemo-nos diante dele com louvores, e cantemos-lhe alegres cânticos, porque o Senhor é um Deus imenso, um rei que ultrapassa todos os deuses; nas suas mãos estão as profundezas da terra, e os cumes das montanhas lhe pertencem. Dele é o mar, ele o criou; assim como a terra firme, obra de suas mãos. Vinde, inclinemo-nos em adoração, de joelhos diante do Senhor que nos criou. Ele é nosso Deus; nós somos o povo de que ele é o pastor, as ovelhas que as suas mãos conduzem. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não vos torneis endurecidos como em Meriba, como no dia de Massá no deserto, onde vossos pais me provocaram e me tentaram, apesar de terem visto as minhas obras. Durante quarenta anos desgostou-me aquela geração, e eu disse: É um povo de coração desviado, que não conhece os meus desígnios. Por isso, jurei na minha cólera: Não hão de entrar no lugar do meu repouso.” (Salmo (94) 95, 1- 11)

Deus é perfeitíssimo, maravilhoso, eterno. Por isso, diante da grandeza de Deus não há outra atitude, temos que adorá-Lo. Somo uma ‘formiga’ diante deste Deus imenso. O salmista traz a palavra ‘rochedo’, ele fez uma experiência com Deus que é terno, grande, bom, mas com o Deus que é ‘rochedo’.

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“Deus é perfeitíssimo, maravilhoso, eterno. Por isso, diante da grandeza de Deus não há outra atitude, temos que adorá-Lo.” disse Alexandre. Foto: Arquivo Canção Nova

A bíblia é marcada por muitos contrastes, analogias e há uma analogia ao dizer que Deus é um ‘rochedo’. Deus é dinâmico, mas é representado por um rochedo, que fica parado e não há dinamismo. Comparar Deus com um rochedo, que é um contraste com o Espírito Santo, é dizer que Deus é eterno, que Ele não muda. O salmista teve a percepção de que Deus é o rochedo.

Diante deste Deus, rochedo, é preciso ter a atitude de tomar posse ou não D’ele. Para vivermos a profunda experiência de dizer: “Quem como Deus?” é preciso tomar posse desse rochedo que é Deus, não basta apenas dizer que Ele o é, isso até mesmo o diabo faz.

O combate é espiritual, nós lutamos não contra homens de carne e sangue, mas contra os principados e potestades. A luta não é contra seu esposo que tem algum tipo de vício ou contra seu filho que não te obedece, a sua luta é contra as forças espirituais do mal. Na batalha espiritual você não luta com armas humanas, mas com armas espirituais, com os dons do Espírito Santo. É preciso rezar o terço, todos os dias, pois ele é uma arma poderosa contra a investida de satanás. Onde Maria entra o diabo sai correndo.

Cristão, preste atenção! Você só vai vencer o combate espiritual quando estiver cheio do Espírito Santo. Seja um homem, uma mulher de oração. O combate da oração requer um esforço. Você precisa querer fazer a experiência do deserto, não fuja dele. Deus é o rochedo que se manifesta no deserto, é no deserto que Ele fala.

A águia é a ave que tem mais tempo de vida. Para que possa chegar aos 70 anos ela precisa, aos 40, passar por um processo que dura cerca de 150 dias. Ela vai para um local escondido e bate o próprio bico na rocha até arrancá-lo. Após nascer um novo bico, ela arranca as unhas e quando as unhas nascem ela arranca as penas para que possam nascer novas. Não tenha medo de bater o seu bico no rochedo que é Cristo!

A Palavra de Deus não é complicada, nós é quem somos complicados. Deus nos deu tudo de forma simples, deu a Palavra, a Igreja, deu sua mãe e o Espírito Santo. Não nos falta nada, Deus nos deu todos os recursos para vencermos o combate espiritual. O que nos falta é atitude. Deus te ama tanto que deu o seu Espírito e pela força D’ele você dá conta. Quem como Deus pode nos amar de tal forma? Ele é nosso rochedo.

O único rochedo da nossa vida precisa ser Deus. Nosso coração não pode ser de pedra, precisamos ter um coração de carne. Você é convidado a escalar esse rochedo que é Deus, como o salmista que diz: ‘eu te amo Senhor, minha rocha, minha pedra angular. Eu edifico toda a minha vida em Ti, porque Tu és a minha rocha.’

Quem é Deus para você, que está fraco, desanimado, cansado, ferido pela vida? Pode ser que você diga: ‘eu não aguento mais!’ Você precisa deste Deus rochedo, é na oração que você pode encarar a luta.

Transcrição e adaptação: Míriam Bernardes

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