O segredo para uma boa confissão

Padre Paulo Ricardo

Padre Paulo Ricardo. Foto: Bruno Marques/cancaonova.com

A salvação precisa encontrar a todos. Imagine que estamos em uma cidade, há uma epidemia e todos vão morrer, então, de repente chega um caminhão com a vacina que salvará a todos. As pessoas fazem festa, ficam alegres porque esse caminhão chegou, porém, vão para casa sem tomar a vacina. Essas pessoas estão salvas? Não! Assim somos nós, precisamos tomar a vacina da salvação que é Cristo. 

Se você pegar um criminoso, assassino, mafioso e o batizar, o batismo perdoará os pecados dele? Sim, se ele estiver arrependido dos seus pecados e disposto a mudar de vida. 

O segredo para uma boa confissão

A primeira coisa que você precisa entender, para que uma confissão seja válida, é sobre o arrependido. É necessário haver arrependimento, pois, se você não estiver arrependido, você tem o poder de barrar o poder de Deus, e, muitas vezes, a sociedade não acredita nisso. Você tem o poder de condenar-se ao inferno, barrar o poder de Deus, não querer a misericórdia d’Ele. 

Para a sociedade atual, a pessoa que cometeu um crime, o fez porque teve uma infância difícil, sofreu muito, porém, quero que você entenda que a ferida não tira a liberdade do homem. A Igreja nos trata como adultos, assim, precisamos corresponder com a nossa vida. Não é porque a pessoa foi abusada que ela deve sair por aí abusando dos outros. 

Outras vezes, as pessoas justificam os crimes com o sistema, dizem que o sistema obriga a matar, roubar, dentre outras coisas. Isso de forma alguma pode ser justificativa para os pecados. As ideologias nos tratam como animais e não como adultos. Você pode dizer “não” para aquilo que não lhe convém.

Sabe qual o primeiro passo para assumir suas responsabilidades e viver como adulto? Sair do vitimismo. Seja por influências do meio ou não, você é livre para escolher entre o pecar ou não pecar. 

Jovens participando da pregação do padre Paulo Ricardo. Foto: Bruno Marques/cancaonova.com

O que é o arrependimento? 

Existem pessoas que pensam que o confessionário é um divã, em que você se deita, diz o “lenga lenga”, justifica-se, e sai com a consciência limpa; mas não é bem assim. O confessionário é o lugar em que o Paráclito te dá o perdão dos pecados pelo sangue de Cristo derramado na cruz. 

Arrependimento não é complexo de culpa. O que é o arrependimento? 

Primeiro: pecado não é o que você sente que é pecado, porém, é o que Deus diz que é pecado. Quem diz o que é a ofensa não é quem ofende, e sim quem foi ofendido. A pessoa vai ao confessionário e diz o que a machuca, mas ali não é a hora de dizer isso, ali é a hora de dizer o que ela fez que feriu a Deus. Aquilo que a machuca, geralmente, não é o maior pecado dela. As feridas precisam ser tratadas com o terapeuta, o padre vai te ajudar tratar dos seus pecados. 

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Pecado não é sentimento! Sua consciência não é a régua para saber o que é pecado. Para saber se é pecado ou não, Deus nos deu uma ajuda que se chama: Dez Mandamentos. É básico! Ao longo do tempo, as culturas foram descobrindo o que era básico para sobreviver, são os mandamentos. “Não matar”, toda cultura sabe que matar um inocente é pecado. Todos também sabem que precisam “honrar pai e mãe”, isto é, para toda cultura isso é básico. 

Só existe pecado quando você tem plena consciência e consentimento

Para nos salvar, Deus nos deu as duas tábuas da Lei, os Dez Mandamentos. Se você ainda não sabe, precisa aprendê-los e decorá-los. Imagine que um cara quer ser motorista mas não sabe as leis de trânsito… Você vai dar uma carteira para ele? Não! Jamais. Do mesmo modo, se quisermos ir para o Céu, precisamos conhecer as leis de Deus.  

Continuando com os passos para uma boa confissão, já ouvimos que precisamos ter arrependimento, e arrepender não é deixar de gostar. Às vezes, a pessoa gosta de pornografia, ela entendeu que aquilo ofende a Deus, arrepende-se de tê-Lo ofendido, e fez o propósito de não acessar mais aquilo, então, essa pessoa está pronta para se confessar. Essa é uma confissão básica. 

Só existe pecado quando você tem plena consciência e consentimento. Imagine que você, homem, veja uma mulher bonita, naquele meio segundo que você a viu e apenas a achou bonita não é pecado; mas, por exemplo, se você começa a ter um pensamento de índole sexual e sua consciência te diz: “O que você está fazendo é pecado”, e se mesmo depois dessa advertência você continua com esse pensamento,então, você pecou; porém, se para com aquele pensamento, você não pecou, pois não consentiu com o pecado.

Transcrição e adaptação: Rogéria Nair

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