Educação Social: um palco interdisciplinar

Dr. Roberto da Silva
Foto: Wesley Almedia

O Simpósio Interdisciplinar, que faz parte da Semana Social Canção Nova, teve início na manhã desta quinta-fera, 8, na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), com a apresentação do Projeto Social.

O mestre de cerimônias realizou a abertura oficial do evento, juntamente com Mara Silva Lourenço, superintendente da Rede de Desenvolvimento Social Canção Nova, que falou sobre a importância que o Projeto Social tem para a Fundação João Paulo II e para toda a comunidade local.

“A Semana Social Canção Nova, em especial o Simpósio Interdisciplinar, tem como objetivo gerar novos atores e atos de ações sociais. Mostrando que as várias áreas do Serviço Social caminham lado a lado”, salientou Rodrigo Luís.

Mara Lourenço também pediu a contribuição de profissionais e estudantes da área do Serviço Social para a preparação da II Semana Social Canção Nova, que ocorrerá de 30 de agosto a 2 de setembro de 2012. Em seguida, Dr. Roberto da Silva, professor da Universidade de São Paulo, iniciou a primeira palestra do dia.

Educação Social: um palco interdisciplinar

A primeira palestra apresentou o cenário da Educação Social e como ela deve ser trabalhada, mostrando que essa área compreende uma gama de ciências, que, juntas, ajudam a compor e a reger as leis e normas que atuam, direta ou indiretamente, nesse campo.

Nossa sociedade ainda não tem a cultura da interdisciplinaridade nessa área, pois é fato que essas áreas, seja ela o Direito, Psicologia, Pedagogia ou o próprio Serviço Social, deveriam trabalhar juntas em prol da Educação Social, principalmente dos jovens.

Estudos na área da Representação Social apontam a forma como os usuários do Serviço Social veem os profissionais atuantes, trazendo assim uma distinção quanto à hierarquia dessas funções. Algo que, segundo Dr. Silva, não deveria existir, pois a atuação de todos possui a mesma importância e formação específica.

"É desafiador o papel de um educador social", afirma Dr. Roberto da Silva
Foto: Wesley Almedia

Hoje, a área responsável pela formação do educador social recebe o nome de Pedagogia Social, que tem por objetivo auxiliar o profissional, independente da sua formação, a transitar entre as áreas de conhecimento que compõem a Educação Social.

Ainda segundo o palestrante, a Pedagogia Social, em rigor, ainda não existe no Brasil. Apesar de não ser feita dentro da sala de aula, a Pedagogia Social é feita dentro da instituição de ensino, mas não somente no ambiente escolar, pois ela age também na educabilidade social do cidadão, independente do ambiente em que ele esteja inserido.

De acordo com o caráter científico da Educação Social, a necessidade de aprendizagem é determinada pelas condições materiais de existência, na qual essa aprendizagem acontece por inteiro, aprendemos com o corpo todo, sofrendo influência das pessoas à nossa volta em virtude da necessidade da convivência em grupo que temos, recorda o professor.

Por vezes, mesmo no ambiente doméstico, a afirmação do papel do jovem dentro de um grupo passa por fases de agressividade. Como podemos ver na eterna luta entre o homem e a mulher. As crianças já crescem com a ideia de que a mulher é o sexo frágil e que deve subordinar-se ao homem.

Trabalhar a formação de um profissional dentro da perspectiva da Educação Social é desafiador, pois, nessa área, recorremos à História, a Ciências Políticas e ao Direito. O que vem de encontro a toda a formação que os jovens recebem nas instituições de ensino, que se prendem a áreas como Biologia e a Física, entre outras.

Portanto, conclui o professor da USP, para mudarmos essa visão é preciso mudar a mentalidade com a qual trabalhamos nossos jovens, pois só assim conseguiremos criar homens preparados para a atuação na área da Educação Social.

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