"O Código da Vinci: velhos truques em nova roupagem" (Frei Moser)

Não é de hoje que pessoas, levadas pelas próprias paixões e pelo pruido de escutar novidade, arregimentarão mestres e afastarão os ouvidos da verdade, a fim de voltá-los para os mitos (cf 2 Tim 4,3-5).

Ao longo da história, houveram tentativas de trazer à tona \”documentos\” secretos com revelações estrondosas sobre as figuras de Jesus Cristo e daquelas que o seguiram mais de perto. Por isto mesmo, um livro e agora um filme com o nome de \”Código Da Vinci\”, não se constituem em nenhuma novidade e nenhum abalo para pessoas que conhecem a Palavra de Deus e a põem em prática.

Assim mesmo, porém, é conveniente apontar para uma tríplice atitude a ser assumida diante destes fatos:

1) O referido livro e o referido filme não passam de uma fantasia mórbida de quem sabe explorar a fraqueza de pessoas pouco esclarecidas na fé e pouco habituadas à vida cristã. Daí a importância de ajudar estas pessoas a assumirem uma atitude verdadeiramente crítica. Não se trata de \”refutar\” fantasias, mas de despertar para o realismo que se apóia nos Evangelhos e numa caminhada de dois mil anos de história.

2) O marqueting montado antes, durante e depois da publicação do livro e do aparecimento do filme não deixam dúvidas: existe ainda muita gente que não sabe como aplicar o seu dinheiro. Livros e filmes podem contribuir para a formação das pessoas, mas é preciso que sejam livros e filmes que apresentem conteúdos correspondentes.

3) Como diz o ditado popular, \”há males que vêm para o bem\”. A enxurrada de livros numa mesma linha e a o aparecimento de um filme sofisticado, dando ares de verdade àquilo que não passa de fantasia montada com objetivos pouco nobres, pode ser uma excelente oportunidade para as pessoas de bom senso buscarem as razões de sua fé. Ou seja: a aparente vasta e \”sólida\” documentação apresentada no caso só deixa de lado as fontes mais fundamentais sobre Jesus Cristo e seus mais próximos colaboradores: os Evangelhos.

Finalmente a busca ansiosa pelas referidas obras e outras do gênero revelam certamente algo de muito mais lamentável: um certo infantilismo religioso.

Felizmente um sempre maior número de pessoas também no Brasil, trilham os caminhos das universidades na busca de maiores conhecimentos na esperança de construir uma vida melhor. Infelizmente, ao mesmo tempo, é grande o número daqueles que, mesmo ostentando títulos universitários pomposos, em termos religiosos não passam do primeiro catecismo.

O problema não consiste propriamente em certas \”provocações\”, mas no fato de um grande número de pessoas não haverem ainda mergulhado nas fontes do saber e do bem viver.

Velhos truques, ainda que envoltos em novas roupagens só enganam a quem quer ser enganado.

Frei Antonio Moser
Doutor em Teologi e Acessor da CNBB
Diretor/Presidente da Editora Vozes

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