O diácono deve ser modelo para a comunidade

Como ouvimos na Primeira Leitura de hoje, a primeira coisa que Deus faz, após o homem cometer o pecado, é tentar levá-lo à consciência de seu pecado. Por isso, Deus pergunta ao homem: “Onde estás?” (Gn 3,9). A resposta do homem a Deus mostra a dificuldade que o ser humano tem de compreender a responsabilidade do pecado. O homem responde isso a Deus jogando a responsabilidade para a mulher e, indiretamente, para Deus: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi” (Gn 3,12).

Apesar do pecado, o Senhor continua cuidando com carinho do homem e da mulher. O livro de Gênesis afirma que Deus continuou cuidando do homem e da mulher, e o mais maravilhoso é que Ele promete enviar ao mundo o Redentor. “Então o Senhor Deus disse à serpente: ‘Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias de tua vida! Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar’” (Gn 3, 14-15).

Esmagar a cabeça da serpente significa a vitória sobre o mal. São Paulo, na Carta aos Gálatas, no capítulo 4, afirma que, quando chegou à plenitude dos tempos, o momento mais importante da salvação, Deus enviou Seu Filho ao mundo. Nossa Senhora é a Mulher da plenitude dos tempos. Nossa Senhora, como Mãe do Senhor, desempenha um papel único na história da salvação.

Dom Beni durante sua homilia na Santa Missa de encerramento do Hosana 2013

Para que a Virgem Maria pudesse ser a Mãe Santa de seu Filho, Deus a preparou de modo extraordinário. Como membro da humanidade pecadora, ela aguardava a redenção dela [humanidade], mas Nossa Senhora foi redimida desde o primeiro instante de existência no ventre materno.

São Lucas, logo após a narração da anunciação, afirma que a Santíssima Virgem Maria partiu, apressada, pelas montanhas em direção à casa de Isabel e Zacarias. A casa de Isabel simboliza toda a casa de Israel, e a pressa de Nossa Senhora não se trata de uma pressa qualquer, trata-se da pressa de alguém que tem um grande segredo em seu coração e sente necessidade de anunciar essa Boa Nova aos outros. Foi neste sentido que Isabel interpretou a visita de Maria: “Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?” (Lucas 1,43). “A Mãe do meu Senhor” significa “a Mãe do meu Deus”. E Nossa Senhora responde com o Magnificat, que diz: “O Poderoso realizou maravilhas em mim”. Todas as maravilhas que Deus realizou em Maria foram para a nossa salvação.

Nesta Festa da Imaculada Conceição da Virgem Maria, nosso coração precisa se encher de alegria. E também, hoje, precisamos nos alegrar pelos nove seminaristas que estão sendo ordenados diáconos para a Diocese de Lorena (SP), servindo à nova evangelização na Comunidade Canção Nova.

Diácono é alguém que é doado a Deus, consagrado a Deus. São homens de bem e cheios do Espírito Santo, ordenados em favor dos pobres e enfermos.

A Diaconia da Palavra é anunciar solenemente a Palavra de Deus à assembleia, isto é, pregar. Para exercer adequadamente esse ministério é necessário tomar consciência da natureza da Palavra de Deus, Palavra de ação. Quem evangeliza é Cristo, nós somos vozes da Palavra. Para exercer esse ministério, o diácono precisa ser servo da Palavra como Nossa Senhora o é.

Na Diaconia da Liturgia, o diácono pode levar o viático aos enfermos. É na Liturgia que a Igreja expressa a sua natureza. É aqui que o diácono encontra forças para exercer seu ministério com os pobres e doentes.

O diácono deve ser modelo para a comunidade, modelo de comportamento, de pureza, de vida, modelo de mansidão e humildade, modelo de fé e caridade. O paradigma, o ponto de referência para a vida e ministério do diácono é Cristo, o Diácono por excelência. É Jesus mesmo quem diz: “O Filho do homem veio para servir”, para ser diácono. Que cada um desses novos diáconos possam dizer, a cada dia: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve”.

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