Seminaristas falam da expectativa para ordenação diaconal

Vilmar Adriano Zandoná
Foto: Wesley Almeida
Há sete anos eles estão juntos, convivendo dia a dia e se preparando para o sacerdócio. Nesse tempo, tiveram a oportunidade de se conhecer, conviver com as diferenças uns dos outros e aprender com elas, como contam no Podcast que gravaram para o Portal Canção Nova.

Adriano Zandoná, Júlio Cézar e Valdnei Teodoro são missionários da Canção Nova e vão celebrar sua ordenação diaconal no sábado, 19, às 16h, durante o Acampamento de Cura e Libertação “Livrai-nos do mal”, que a comunidade realiza em sua sede, na cidade de Cachoeira Paulista (SP).

Vilmar Adriano Zandoná, consagrado a Virgem Maria desde o ventre materno, diz ver sinais de sua vocação em vários momentos de sua vida, mesmo quando ainda não pensava em ser padre. “Tive envolvimento com muitas bebidas e drogas, até viver um encontro com Cristo, que aconteceu aos 16 anos”, revela o seminarista.

Sobre a expectativa para a ordenação, Adriano reflete que este não será apenas o dia de uma Missa de ordenação, mas o coroamento de sucessivas escolhas, sucessivos “sins e nãos” construídos ao longo de anos. "A ordenação não é algo que vai acontecer no sábado, pois ela já aconteceu no momento em que nos decidimos por ela. Eu mesmo terminei um namoro 10 meses antes de entrar na Canção Nova. Ali fiz uma escolha, e na Canção Nova continuo escolhendo".

Como lema da vida sacerdotal, Zandoná escolheu "É na fraqueza que a força se manifesta plenamente" (II Cor 12, 9b), por ter vivido muitos momentos de fraqueza e incapacidade ao longo de sua história. "Uma vez comentei com um bispo que eu achava não ter condições [de ser padre] e ele, então, me disse: 'Nem eu, mas é a graça que nos sustenta'".

Júlio Cézar de Jesus Monteiro
Foto: Wesley Almeida

Nascido em São Paulo, Júlio Cézar de Jesus Monteiro teve sua experiência com a Igreja no Estado do Espírito Santo por meio de sua vivência paroquial. “Um dia, assistindo a um programa de TV, vi o personagem de um padre e aquilo mexeu comigo, me incomodou. Eu, que até então tinha 15 anos e queria namorar e casar, vi algo diferente que dizia para mim: 'É isso!'", partilha o futuro diácono. E também revela que aquele foi um momento de luta, de perceber algo contrário a tudo o que ele havia pensado para sua vida. “Quando vim para a Canção Nova, não vim para ser seminarista, mas para ser de Deus na comunidade, sem ser padre. Mas, no tempo de discernimento, resolvi ingressar no seminário e hoje estou na expectativa da ordenação”. Na espera pela Missa de ordenação diaconal, o missionário revela que tem perdido o sono nos últimos dias. "Rolo de um lado para o outro [na cama], porque percebo a grandeza daquilo que eu vou ser e daquilo que vou receber, pois não há mérito nenhum em mim naquilo que vou receber. É uma graça de Deus, é algo muito grande", enfatiza.

O lema escolhido por Júlio Cézar é “Senhor, a quem iríamos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). "Esta escolha foi feita com a compreensão de chegar diante de Deus e perceber que é Ele quem tem Palavras de vida eterna. A felicidade está n'Ele”, explica.

Valdnei Rosa Teodoro
Foto: Wesley Almeida

Aos 8 anos de idade, Valdnei Rosa Teodoro gostava de participar das Santas Missas na paróquia de Cruzília (MG). "Disse aos meus pais que queria ir para o seminário, mas minha família não tinha condições de custear as despesas". Depois de receber a primeira Eucaristia, ele disse ter abandonado a Igreja para viver aquilo que é próprio da juventude. Como consequência disso, vieram as festas, bebidas e mulheres. Em 1999, já se preparando para fazer a crisma, percebeu uma mudança em si enquanto se preparava na catequese. "Disse a Deus: 'Se o Senhor me quer, precisa me convencer'", relata. Logo depois, ele entrou na Comunidade Canção Nova com o propósito de ingressar no seminário.

Da expectativa para a ordenação, Valdinei diz ser um misto de sentimentos. “Na minha história, a ordenação diaconal marca um ponto de chegada, mas, ao mesmo tempo, um ponto de partida. É algo que escapa à nossa sensibilidade, pois não dá para tocar na grandeza de Deus”.

“Não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força” (Neemias 8,10c). Este é o lema do seminarista. “Eu o escolhi não somente tendo em vista a história envolvendo minha família, mas também diante desse processo que estamos vivendo de reconstrução, pois diz o 'Documento de Aparecida' que estamos numa mudança de época”.

Ao final do bate-papo, os acólitos agradecem a Deus, a Santíssima Virgem Maria, à família, à Canção Nova e a Dom Alberto Taveira, que os acompanhou durante esses anos de seminário. Manifestaram gratidão especialmente aos sócios da Canção Nova. “Nosso muito obrigado, porque sem a contribuição de vocês, nós não estaríamos aqui neste momento”.

:: Ouça, neste Podcast, a entrevista completa com os três seminaristas:

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