Para viver o Jubileu da Misericórdia

Ricardo Sá. Foto: Daniel Mafra/Cancaonova.com

Ricardo Sá. Foto: Daniel Mafra/Cancaonova.com

Encontrar-se com a misericórdia

O papa Francisco deseja, mais do que nunca, que experimentemos a misericórdia. Ele nos indica que a tarefa mais importante é que, você e eu, nos reconheçamos pecadores e recebamos a misericórdia. Misericórdia, como o Papa nos ensina, significa abrir-se para a misericórdia. Deus, que é misericordioso, se volta para nós para nos amar, nos acolher. O mais importante dessa Festa é que nos encontremos com a misericórdia.

Que sejamos instrumentos de misericórdia para as pessoas, para que elas experimentem a misericórdia de Deus através de nós. Precisamos dar espaço para que a misericórdia nos encontre.

Deus espera esse momento para amar você, para envolvê-lo com a sua misericórdia. A graça, por excelência, da Festa da Misericórdia é encontrar com a misericórdia, é deixar que a misericórdia nos encontre.

A misericórdia do Senhor virá sobre você, como brisa, no deserto em que você se encontra. Apesar de todas as agitações dentro de você, existe aí uma alma desejosa do Senhor.

Humanidade necessitada da misericórdia

Misericórdia é o modo divino no qual Deus me abraça. O papa Francisco, em uma entrevista descrita no livro “O nome de Deus é misericórdia”, nos explica o passo a passo desta Festa. Para que você entenda essa graça, perguntaram: “ por que a humanidade precisa de misericórdia?”. E ele respondeu: “Porque somos uma comunidade ferida, que carrega feridas profundas, que não sabem como curá-las e que, muitas vezes, nem acredita que elas podem ser curadas. Não somente as feridas sociais, mas também a do relativismo, que faz com que tudo pareça igual. Essa humanidade precisa de misericórdia”.

Ás vezes, você está se sentindo assim, acreditando que não tem cura para suas feridas, que você não pode ser perdoado. E, por isso, você e eu, precisamos de misericórdia. Mas, o Papa ainda se refere a uma dor ainda maior: a dor de imaginar que não tem saída. O Papa diz: “isso é uma mentira!”. Por mais distante que você se sinta hoje, é tempo de voltar. Não importa de onde você veio e o que fez, o que importa é que você está aqui.

Se existe misericórdia, ou melhor, uma vez que existe misericórdia, não existe situação nenhuma, das quais não possamos sair. Uma vez que existe misericórdia, não estamos condenados à perdição.Por isso, precisamos dar lugar a esse Deus de Misericórdia que quer nos amar.

Participantes da Festa da Misericórdia. Foto: Daniel Mafra/ cancaonova.com

Participantes da Festa da Misericórdia. Foto: Daniel Mafra/ cancaonova.com

É tempo de misericórdia

Mas, o que é a misericórdia? Etimologicamente falando, significa abrir o coração ao miserável. O Miserável sou eu e a Misericórdia é o nosso Deus, é Ele que se abaixa para perdoar. Por isso, o Papa afirma: “é tempo de misericórdia!”

Este tempo – que vai passar no dia 20 de novembro de 2016 -, em que as “portas santas” irão fechar, eu preciso emendar a minha vida. Monsenhor Jonas nos diz que precisamos ser cristão pra valer! E eu me uno a ele dizendo que precisamos estar unidos com o Pai da Misericórdia.

Papa Francisco afirma: “O lugar onde acontece o encontro com a misericórdia é o pecado”. Por isso, Ele convida a nos confessarmos sem medo. O confessionário é o lugar privilegiado para nos encontramos com a misericórdia. Embora você possa se sentir longe, e julga ter sido tão mal por aquilo que fez, você é o alvo da misericórdia de Deus.

O papa Francisco nos indica que o único passo é reconhecer-se necessitado de misericórdia, reconhecer-se pecador. E esse reconhecimento é graça que Deus derrama sobre nós, por isso, no Ano Santo e na Festa da Misericórdia, não existe lugar para o medo, para o desespero. A Festa da Misericórdia é a festa da esperança. Por isso, fazer a experiência da oração é o grande passo para reconhecer-se pecador.

Misericórdia, carinho de Deus

O Papa Francisco traz em seu livro a palavra de João 8, 1- 11, para nos mostrar a atitude de Jesus diante de um pecador. Jesus, em nenhum momento, humilha a mulher adúltera, não a condena. Quantos de nós merecíamos uma condenação, mas Ele nos perdoa. Jesus nos perdoa com a misericórdia que vai além do pecado. O Papa descreve que Jesus não a humilha, ele a envolve com carinho, e é assim que Jesus ultrapassa o pecado, a pecadora, a livra da condenação e lhe dá o Seu coração. E é isto que o santo padre deseja que experimentemos na Festa da Misericórdia: o carinho de Deus.

O Papa também nos diz que vivemos num mundo tão doente que as pessoas procuram magia, cartomancia, pois não sabem mais a quem recorrer. Mas, nunca, na história da humanidade, o homem precisou tanto encontrar alguém que os escute. E, com isso, o Papa toca numa ferida ainda maior, a ferida da solidão. Solidão causada, muitas vezes, por nossos pecados.

Não importa por onde você andou, importa que hoje a Porta Santa se abre para você, nesta Festa da Misericórdia.

Ricardo Sá

“A Festa da Misericórdia é festa da esperança” (Ricardo Sá) Foto: Daniel Mafra/ cancaonova.com

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É preciso ‘misericordiar’

O papa Francisco também nos traz novidades, ele cria um novo verbo: “misericordiar”, e ele usa, no livro, esse verbo no gerúndio: “misericordiando”. O Pontífice quer que vivamos assim: ‘misericordiando’.

“Misericordiando” é o modo de viver que precisa ser meu e seu, agora, porque o Papa quer que continuemos vivendo isso, mesmo quando o Ano Santo acabar.

O Papa nos apresenta dois presentes, primeiro é a palavra: “misericordiar”. E o outro é um novo apostolado – muito presente nas obras de misericórdia corporais -, é o apostolado da escuta. Francisco nos convida a colocar em prática esse novo apostolado da escuta. Com quem fazer esse apostolado? Em primeiro lugar, é preciso exercê-lo com a sua família, seu esposo (a), seus filhos.

Você sofre porque as pessoas da sua família se distanciaram da misericórdia? Preciso lhe dizer que muitos se afastaram porque não encontraram, em você, essa pessoa capaz de escutá-las. Você que, muitas vezes, quis somente falar.

Quando as pessoas querem ser escutadas, elas querem falar de suas vidas, de seus sofrimentos, e isso leva tempo, Mas, estamos num tempo onde “não temos tempo”, porque “temos muito o que fazer”. O Papa Francisco nos pede: vamos ‘misericordiar’, vamos viver o apostolado da escuta. Ele sabe bem as dores da nossa casa, da nossa família e o quanto precisamos tomar essa postura.

O Papa também nos convida ao essencial, a oração.

Transcrição e adaptação: Regiane Calixto

Adquira esta palestra pelo telefone: (12) 3186 – 2600

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