A graça de ser intercessor

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O Senhor, especialmente nesse tempo de Quaresma, tem nos trazido uma experiência de transformação, de conversão de vida. Podemos nos perguntar no dia de hoje: \”Que passos eu estou dando em direção a essa transformação, que pontos Jesus tocou na minha vida diante dessa transformação?\” Hoje, o Senhor nos convida a experimentar a Palavra de Deus, a ir ao encontro do outro.

Deus diz a Moisés que era necessário ir ao encontro do povo, porque esse povo se afastou do caminho de Deus Pai. E Moisés, em obediência a Deus, vai ao encontro do povo, esse povo que, assim como nós, erra. Mas é assim que também devemos nos apresentar a Deus: com todos os nossos erros e fraquezas. Assim Moisés se apresentou a Deus e foi o intercessor entre o Senhor e seu povo. Quantas vezes Moisés teve de descer do morro e reconduzir o seu povo.

Moisés diz ao Senhor que aquele era o povo que Ele havia lhe dado e que não abriria mão dele, então pede que Deus lhe dê a graça de conduzi-los: “Se o Senhor confiou em mim a graça de conduzi-los, então não destrua esse povo”.

Estamos rezando pela intercessão de Deus na vida do Padre Léo. Jesus Cristo é o único intercessor, mas Deus quer precisar de nós com tudo o que nós somos. Não pensemos que quando rezamos pelas pessoas, nós a trazemos para nós, isso não é ser intercessor. Moisés queria trazer o povo para Deus e não para si.

Quando queremos trazer as pessoas para nós, as obras de Deus não se realizam, então, nada do que pedimos a Ele deve ser para \”quando\” e \”como\” queremos.

Quando Moisés imaginava que o povo estava seguindo-o, eles se desviavam do caminho, e ele precisava começar tudo de novo. Era Deus provando a fé de Moisés. E este buscou conduzir o povo sabendo que era apenas um instrumento na mão de Deus, e um instrumento na mão divina é levado e conduzido como Deus quer e para onde Ele quer. Ele sempre fez tudo o que Deus lhe pediu.

Se fizermos tudo da maneira que queremos, se começarmos pensando que chegaremos aonde queremos, é melhor nem começarmos, porque a fé precisa ser desinteressada, precisa ser seguida no escuro, a ponto de dizer: “Tudo é para Deus”.

O Senhor nos convida a dar esse passo na fé, mas, muitas vezes, a buscamos tentando justificar a nossa fé: “Se estou rezando por alguém, então Deus terá de curar essa pessoa, se estou há tanto tempo pedindo, Deus terá de me ouvir”. Precisamos ter fé, mesmo sem saber se seremos atendidos ou não. Essa é a fé que nós católicos devemos ter, uma fé que nada espera em troca, mas dá a sua vida àquilo que acredita.

Quantas pessoas nos pedem as nossas orações e nos desanimamos e não pedimos mais por elas, desistimos porque elas não se esforçam. Moisés não desistiu de seu povo, e não eram poucos, mesmo assim ele foi até o fim.

Hoje, Deus nos convida a ter a mesma ousadia de Moisés, é tempo de recomeçar.

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