A quem iremos?

Dom Alberto Taveira
Foto: Robson Siqueira
Com toda certeza, você já deve ter ouvido a expressão: “exercícios quaresmais”. Isso nada mais é do que o objetivo da Quaresma para o cristão, ou seja, exercitar determinadas áreas da sua vida.

Temos três direções para fazer esse exercício: o relacionamento com Deus, o relacionamento com o próximo e o domínio sobre a nossa natureza, geralmente por algum tipo de penitência.

Nossa natureza precisa ser formada e educada. Por isso a Igreja se preocupa com isso, pois sabe que o ser humano precisa ser direcionado para essa formação. A melhor forma para isso acontecer é por meio da oração, caridade e penitência.

Em nosso país, todos os anos, durante a Quaresma, realizamos a Campanha da Fraternidade, que nada mais é do que um convite aos cristãos para agirem de forma mais fraterna uns com os outros. Cada ano é apresentado um tema diferente, e o nesse ano é a juventude.

O meu intuito ao escrever o Retiro Popular, todos os anos, é justamente apresentar uma direção para os cristãos. Como o próprio nome diz, este livro é um roteiro de vivência para quem deseja se aprofundar na intimidade com Deus neste tempo precioso para a Igreja.

Jesus formou seus discípulos pouco a pouco, afinal era um grupo muito difícil, de homens com temperamento extremamente forte. Afinal, eles eram homens, assim como nós, com suas limitações e misérias, mas ao fim eles foram capazes de dar a resposta que Cristo esperava. Por que, então, não podemos, assim como eles, dar uma resposta positiva ao chamado de Deus?

No Evangelho de São João, o apóstolo relata muito claramente um Jesus que tinha uma preocupação especial nos ensinamentos que eram transmitidos ao povo, especialmente aos seus apóstolos.

Mesmo quando os apóstolos reconhecem Jesus como o Filho de Deus, eles ainda tem dificuldade em compreender algumas coisas e, por isso, sofrem algumas tentações e crises.

Precisamos pedir a Deus a graça da perseverança, pois só com ela seremos capazes de viver o tempo necessário para compreender um pouco daquilo que Jesus tentou ensinar aos apóstolos e tenta nos ensinar hoje.

"Precisamos pedir a Deus a graça da perseverança final", diz o Arcebispo.
Foto: Robson Siqueira

Nos primeiros séculos da Igreja, a principal graça que os cristãos pediam era o da perseverança final. Isso significava que eles queriam ser fiéis a Deus até o fim, principalmente por conta do martírio que era uma realidade tão forte naquele época.

Meu desejo é que cada cristão seja capaz de dedicar, ao menos, meia hora do seu dia durante a Quaresma para viver a espiritualidade proposta nesse retiro, porque, se nos disciplinarmos a fazer isso, seremos capazes de orientar essa mesma disciplina para outras áreas em nossa vida.

Desejo que, durante o dia de hoje, você seja capaz de fazer uma experiência com o Amor do Pai, já se preparando para o tempo em que a Igreja irá viver em breve. Deus os abençoe!

 
Transcrição e adaptação: Gustavo Souza

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