Abra os ouvidos e o coração para Deus

Padre Márlon Múcio

Hoje, vamos falar sobre a meta das nossas vidas: a perfeição cristã. Deus nos fez para a santidade e para as coisas do alto, por isso não podemos desejar nada menos que isso.

O Evangelho de hoje é uma das poucas passagens em que o diálogo de Jesus com alguém não terminou em um final feliz. Geralmente, nos encontros de Cristo com pessoas do Seu tempo, o final sempre é positivo e a pessoa acolhe a proposta apresentada.

Na leitura de hoje, a pessoa que procura Jesus não é nomeada ou descrita; tudo isso para representar que sua experência de vida até então havia retirado sua identidade. E não era diferente com o “jovem rico”, o qual queria provar a Jesus que era um de Seus discípulos e gostaria de segui-Lo.

O Senhor disse, há séculos atrás, a mesma passagem ao santo, cuja festa litúrgica é comemorada hoje: Santo Antão. Certo dia, Antão entrou em uma catedral e o Evangelho era o mesmo de hoje. No mesmo instante, ele vendeu tudo que tinha e, a partir daquele dia, passou a viver da Providência Divina.

Esse foi o primeiro passo desse santo na busca pela perfeição que Jesus colocava no coração dele. Por isso, você e eu podemos fracassar em tudo nessa vida, menos na busca pela perfeição cristã, que é a santidade.

Muitas vezes, passamos anos e anos nos preocupando com as coisas desse mundo e esquecemos que, realmente, o nosso tesouro está no céu. Lutamos por uma casa, por um carro, por um bom salário, por outros luxos, mas esquecemos da luta pelo céu.

Não podemos estar presos a nada nem ninguém, somente a Nosso Senhor Jesus Cristo, o único essencial para nossa sobrevivência.

Quem faz uma experiência pessoal com o amor de Jesus faz também uma experiência com o amor dos irmãos.

Buscar a perfeição cristã é ir em busca do plano inicial de Deus: o de sermos Sua imagem e semelhança, pois aquele que busca o irmão e suas necessidades, assim como Jesus fazia, dá um passo enorme rumo à santidade.

Quando fazemos isso, buscamos com ardor as coisas do Alto e a Deus Pai, a razão do nosso querer. Assim foi com Santo Antão, pois ele não parou apenas no seu desapego aos bens materiais, mas também buscou o deserto como forma de penitência e purificação.

Ele percebeu que não precisava de tudo aquilo que tinha. Talvez, hoje, você também precise se desapegar de algo. Pode ser um hábito, um vício ou aquele pecado que você nunca teve coragem de dizer em uma confissão.

É o tempo das mudanças que Deus quer realizar em sua vida. Não permita que suas coisas sejam obstáculos no momento de entrar no céu. Rompa com tudo que o afasta da santidade e deseja fazê-lo voltar ao homem velho.

Transcrição e adaptação: Gustavo Souza

 

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