Arrependimento

Em 1981, eu estudava em um colégio que preparava os alunos para seguirem a carreira militar. E meu professor de religião me convidou para ir a um encontro da Igreja com ele. Lá eu tive um choque muito forte, pois eu pensava que Deus estava distante, pensava que Ele era um Deus carrasco, mas conheci um Deus apaixonado por mim. Isso fez com que eu me apaixonasse por Ele.

Neste encontro, aprendi um novo verbo, o verbo \”eliseu\”. O pregador daquele encontro disse que o caminho para buscar viver a vontade de Deus era conjugar o verbo \”eliseu\”, e não colocarmos em prática. Este verbo se conjuga assim: \’eueu\’, \’tueu\’, \’eleeu\’, \’nóseu\’, \’vóseu\’,\’eleseu\’. Na verdade, o verbo \”eliseu\” é o culto do eu. A experiência do batismo no Espírito Santo nos ajuda a viver o contrário desse verbo. Os santos aprenderam a cultuar a Deus e não a si mesmos.

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Depois que aprendi o verbo \”eliseu\”, aprendi que não poderia mais ser eu em primeiro lugar. A cultura do mundo sugere que nós cultuemos a nós mesmos, que sejamos independentes de Deus. Mas isso faz com que criemos uma \”casco\” em nosso coração, que o vai tornando um coração de pedra.

Precisamos nos arrepender diante de Deus, e para se ter um arrependimento profundo, precisa-se fazer uma viagem ao nosso interior. Santa Teresa D\’Avila fala que quanto mais rezamos, tanto mais humanos ficamos, porque Deus nos leva a nos conhecer verdadeiramente. É bom saber que Deus é o Deus da Misericórdia, que só sabe amar! O Senhor tem duas facetas importantes: Ele é misericordioso e firme. Ele nos educa com isso. Precisamos entendê-las porque Deus zela por nós, mas nos educa também.

O caminho – para nós trilharmos o verdadeiro arrependimento – passa pelo fervor, que Santa Teresa chama de \”determinada determinação\”. Ela queria dizer justamente do fervor, que precisamos \”ferver\” as coisas dentro de nós. Precisamos sair de nós mesmos para nos tornarmos cada vez mais santoS. Você precisa de uma \”determinada determinação\”, a qual passa por um processo. Como uma pessoa se torna fervorosa na RCC?

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Fervor começa a partir desta \”determinada determinação\”! Fervor vem de perseverar. Você precisa perseverar na vida de oração para que o verdadeiro arrependimento aconteça. Nós vivemos em um mundo secundário, queremos nos tornar pessoas orantes de um dia para o outro. Mas como nos ensina Santa Teresa D\’Avila: \”precisamos jogar o balde no poço e puxar\”. Da mesma forma, para se ter fervor é preciso ter um vida de oração, fazer o estudo da Palavra, não para adquirir mais conhecimentos, mas para ter uma experiência com Deus.

Se eu fosse \”Presidente da República\”, baixaria o decreto da RCC, dizendo que só pode se dizer carismático quem participa, de fato, da Renovação, de grupos de oração. Queria dizer-lhes uma palavra, senhores \”politicos\” da RCC: \”Se vocês não participarem de grupos de oração, eu não voto em vocês nem os apóio\”. Merece apoio quem nasce e permanece na oração carismática, a partir do grupo de \”alimentação\”, pois seu fervor começa no grupo de oração. Vida de grupo de oração é um saco de gatos, só que com o Espírito Santo, porque é uma fonte de fervor.

Se fosse \”Presidente\”, eu iria dizer que todos os coordenadores de equipes de oração precisam ter evangelização porta a porta.

Certa vez, estava péssimo espiritualmente, e me chamaram para evangelizar. Fui rezar por uma mulher e na oração não prestei muita atenção, pois estava meio apático. Quando acabou, ela me disse que não havia recebido uma oração. A evangelização é uma fonte para o arrependimento, e quando falamos em arrependimento, pensamos que é algo relacionando ao comportamento. Mas, arrependimento é uma mudança de mentalidade.

O que Jesus falou sobre o arrepender-se foi além do que entendemos, e nós da RCC precisamos viver o arrependimento pregado por Jesus. Nós corremos o risco de ter inveja de nossos coordenadores, de falar mal do irmão, tudo isso porque não evangelizamos.

Outra arma poderosa para o arrependimento são os dons do Espírito Santo. O que é melhor: falar com Deus ou escutá-Lo? Com certeza, é melhor ouvi-Lo falar conosco. Mas, para isso, é preciso fazer uso dos carismas, que são um patrimônio. Sim, o nosso patrimônio são os dons carismáticos! O Senhor quer derramar sobre nós o arrependimento com a ajuda desses dons.

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