É impossível não falar – no dia de santa Cecília – de uma Canção Nova. Esse nome brotou do coração do monsenhor Jonas Abib.
Em 1974, foi criada a Associação Canção Nova, que não tinha nada, somente as pessoas que queriam evangelizar. A Canção Nova é um canto de profecia, é uma escola profética, assim como santa Cecília, que não cantava, mas sua vida era um canto a Deus, uma oração, era um testemunho para o mundo.
No começo da comunidade não havia nada, nem CD, nem livros, nem Rádio, nem TV e muito menos Internet. Só havia as pessoas. Por trás de tudo isso, que você vê hoje, existem “pilares”. Um pilar é o que sustenta uma obra.
A associação não tinha patrimônio, nem sede, só tinha pessoas. Isso fala muito para nós. Só tinha a vontade de evangelizar.
Em 1975, não havia casas de retiro para fazer os encontros que o monsenhor promovia com os jovens. Então, uma jovem chamada Luzia Santiago lembrou que um de seus parentes tinha uma casa grande de fazenda, que poderia acomodar esses encontros. A fazenda era em Areias no fundo do Vale do Paraíba (SP).
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Os jovens que faziam esses encontros tinham um profundo encontro com o Senhor. Eram os jovens Felipe Aquino, Júlio Brebal, a própria Luzia, entre outros, e eu com apenas 15 anos na época. Hoje tenho 47 anos, mas eu me lembro desses encontros como se fosse hoje.
Essas são histórias de uma Canção Nova que se construía.
A capela, dessa fazenda, nós a fizemos no curral. Pintamos com cal, fizemos um altar com um tronco de eucalipto, onde celebrávamos a Santa Missa. Pela manhã, precisávamos ir até o local para tirar os ovos das galinhas, as quais teimavam em pular a janela e botar seus ovos lá.
A banda, que tocava nos encontros, era composta por apenas um membro: Monsenhor Jonas Abib. Ele tocava, animava, rezava, celebrava as Santas Missas. Ele era o ministério de música. Colocava um fundo musical e começava a falar do amor de Deus. Era uma experiência linda.
Ouça: Faça a mesma experiência de oração Tudo isso, sem ter Rádio, TV ou Internet, mas somente tendo o Carisma em pessoa: Monsenhor Jonas. Nós tínhamos uma experiência pessoal com Deus. Saíamos dos encontros querendo mudar o mundo. Éramos jovens que tinham encontrado o Senhor.
Em 1977, Dom Antônio Afonso de Miranda, chamou o monsenhor e lhe mostrou a Exortação Apostólica
Evangelli Nutiandi escrita por Paulo VI, em 1975. Ele tinha acabado de receber este documento do Papa Paulo VI, e tinha ficado impressionado com o que estava escrito no número 44: “Os batizados não são evangelizados”. Assim, ele pediu ao monsenhor que fizesse algo, mas que começasse com os jovens, pois eles eram mais fáceis de serem tocados. Então, começaram – com aqueles jovens de Areias – os encontros que eram realizados nos feriados, chamados Catecumenatos.O número 45 dessa mesma Exortação Apostólica fala da evangelização pelos meios de comunicação. Já era Deus falando para a Canção Nova como Ele queria que ela realizasse a sua missão. Deus foi providenciando cada coisa para que a missão se realizasse.
Os encontros continuavam a ser realizados em Areias, só que o acesso à fazenda ficava cada vez pior. Quando chovia, era quase impossível chegar lá. Ônibus e carros atolavam, tudo se atrasava. Cada vez ficava mais difícil fazer os encontros lá.
Foi então que Deus providenciou o necessário para a construção da Casa de Maria em Queluz (SP). Os encontros passaram a ser realizados nessa casa. Nesse tempo, o Eto já estava conosco e foi fundamental para a construção da casa.
Em 1978, no dia da Festa de Cristo Rei, monsenhor Jonas pregou um retiro ensinando o método de estudo da Bíblia. Nesse encontro, Deus suscitou no coração dele um apelo: “Quem quer dar um ano da sua vida para Deus?” A última pessoa a levantá-la foi a jovem Luzia Santiago, mas ela foi a única desse grupo que permaneceu até hoje. É por causa do “sim” dela que nós estamos aqui. É por causa do “sim” dela que a comunidade hoje tem quase mil membros. Ela acreditou no que Deus tinha colocado no coração do monsenhor. Ela acreditou no sonho dele. Ela acreditou no sonho de Deus!
Ouça: "O povo cobra o nosso sorriso"
Hoje, no dia de santa Cecília, não poderíamos deixar de falar dessa Canção Nova que o Senhor queria realizar. Nós temos um modelo a seguir chamado “monsenhor Jonas Abib”, porque sabemos que ele segue Jesus Cristo.
A Canção Nova nasceu em um curral, ela nasceu em um presépio, e hoje tem toda essa potência de evangelização que atinge o seu coração de maneira pessoal. Essa é a Canção Nova.
Transcrição e aúdios: Renan Félix
Fotos: Natalino Ueda
(12) 3186-2600