Estabelecer um relacionamento duradouro é possível

Dado Moura
Foto: Wesley Almeida

Neste seminário, vamos falar sobre os nossos relacionamentos. Muitas vezes, podemos achar que estabelecer um relacionamento duradouro é algo impossível de ser vivido. Por isso, corremos o risco de considerar que viver separados, no nosso mundinho, é a melhor opção. Mas viver em comunhão é o primeiro chamado para os cristãos.

Pensamos que viver isolados é a melhor opção quando deparamos com as dificuldades próprias das situações com as quais vivemos. Apesar de convivermos com pessoas a quem amamos, nem por isso outros sentimentos deixaram de existir. Continuamos a sentir raiva, impaciência, incompreensão e alguns desses sentimentos, quando aflorados, provocam os abalos em nossos convívios.

Temos dificuldades na amizade, no namoro, no casamento e também na relação com os filhos. São crises que assolam a nossa vida, mas a boa notícia é que nenhuma delas são eternas. Pouco a pouco, vamos aprendendo a enfrentar aquilo que nos coloca em xeque.

Você pode se lembrar de situações que pareciam difíceis e que você até chegou a pensar que não iria aguentar, mas elas passaram, já não fazem mais parte desse tempo. Mas, elas passaram por que você se esqueceu delas? Não. Elas passaram porque você aprendeu uma maneira de contornar e superar o problema, como o desemprego, a gravidez de um filho, a sua gravidez, uma traição, a desobediência de um filho, entre outros. Todas as crises são passageiras somente quando você aprende a trabalhar com elas. No entanto, diante delas [crises], o mundo quer nos mostrar o caminho mais fácil para enfrentar essas situações ensinando-nos a descartar pessoas que nos trazem dificuldades. Entretanto, quem se isola não cresce, não progride, nem amadurece.

As pessoas, por saberem que estamos nos esforçando na caminhada, muitas vezes, nos julgam por não conseguirem ver em nós alguém que elas idealizaram.
Muitas vezes, fantasiam um personagem longe da nossa realidade. Mas o que elas querem ver na verdade?

"Quem se isola não cresce, não progride, nem amadurece."
Foto: Wesley Almeida

João Paulo II, no livro "Words of inspiration", nos fala: O mundo quer ver Jesus em você! "Muitos sabem o que você faz e o admiram e o valorizam por isso. Mas a sua verdadeira grandeza está naquilo que você é. O que você é na essência talvez seja menos conhecido e pouco entendido. Essa verdade só pode ser compreendida à luz da nova vida, revelada em Cristo. Somente n'Ele você será uma nova criatura".

E como podemos fazer com que esse novo homem se revele à luz dessa nova vida?

Todos nós temos alguém a quem admiramos. Eu admiro o senso de responsabilidade e de compromisso que meus pais têm. Mas apenas admirar essas virtudes de alguém em nada vai repercutir em minha vida. Então porque eu os admiro, eu quero imitá-los.

Essa nova vida revelada não compreende apenas o conhecer um Jesus histórico, mas o meu ser precisa imitá-Lo.

João Paulo II apenas confirma aquilo que já tinha sido revelado por Jesus no finalzinho das bem-aventuranças:

"Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens.

14.Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha 15.nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. 16.Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus" (Mt 5,13).

Somos sal e luz para o mundo. O sal dá sabor e conserva o alimento. A luz indica a direção. Como ser o sal e a luz em nossos relacionamentos? Sabemos que não somos perfeitos e, ao entendermos que um relacionamento acontece numa "via de mão dupla", precisamos estar atentos para não exigir do outro somente atitudes de perfeição, quando reconhecemos em nós os mesmos defeitos trazidos pelo outro.

Se quisermos ser sal e luz, devemos aprender a imitar os atos de Jesus. "Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos" Oséias 6,6).

"Se quisermos ser sal e luz, deveremos aprender a imitar os atos de Jesus."
Foto: Wesley Almeida

A partir dessa reflexão eu escrevi um artigo, que está no meu livro com o subtítulo: "Quero um amigo e não um juiz". Quem de nós já não se viu em apuros ou tomou uma atitude infeliz, simplesmente por não saber como agir diante de uma situação? Quando alguém se vê em dificuldades, certamente anseia por encontrar um direcionamento para resolver algo que lhe está tirando o sossego. Nesse pedido de socorro, obviamente, deseja encontrar, nas palavras do amigo, forças para sair daquilo que parece ter levado sua vida para o fundo de um poço.

Tal situação não exclui nenhum de nós, pois se hoje não nos encontramos vivendo as mesmas coisas, é certo que já passamos por muitas outras situações semelhantes.
E aconselhar alguém que vem até nos pedir socorro significa ajudá-lo a encontrar saídas para o problema no qual está envolvido.

Mas, infelizmente, na maioria das vezes, tendemos a falar ou lembrar dos conselhos ou das outras advertências anteriormente dados. Dessa forma, a pessoa que precisava ser a amiga nos momentos delicados que o outro estava vivendo, ela não passou de um algoz ou talvez de um juiz acusador e cheio de soberba.

Nós podemos perceber que ninguém sai dos calabouços particulares se não tiver o apoio de alguém. Há pessoas que vivem na dependência do álcool e se sentem reféns da própria condição. Do mesmo modo, muitos jovens e adultos também se veem presos a outros vícios que minam sua autoestima. Essas pessoas sofrem, pois se envergonham ao reconhecer suas tendências e fraquezas.

Assim como não existe pecado que um sacerdote ainda não tenha ouvido, não há vícios ou más tendências que uma outra pessoa já não os tenha anteriormente superado.
Para nós é bom lembrar que: Quando na criação do homem, Deus, na Sua sabedoria, não o fez juiz, pois certamente iríamos apenas condenar aqueles que solicitam ajuda. Desse modo, não cabe a ninguém julgar os atos dos outros. Isso não significa que estamos comungando ou acolhendo suas atitudes, mas também não precisamos condená-los segundo os nossos conceitos.

Em que momento, nas Sagradas Escrituras, encontramos alguma ação de Jesus em que Ele condena aquele que ia ao Seu encontro? Se nós fizermos o esforço de imitar essa atitude do Senhor de não condenar ninguém já estaremos deixando o "novo homem" emergir com as características de quem precisa ser sal e luz em nossos relacionamentos.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso


 

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