Jesus acolhe os pecadores

Padre Antônio Aguiar

Qual era o relacionamento que Jesus tinha com os pecadores? (Lucas 15,1s)

É isto que Jesus quer que você entenda, nesta Festa da Misericórdia. O relacionamento que Ele deseja ter com você, é que você se sinta acolhido. Ele não quer que você se sinta como aquela mulher que tinha sido pega em adultério, onde aqueles homens já a haviam condenado e traziam em suas mãos o instrumento de condenação, as pedras. Aqueles homens não tinham entendido nada do que Jesus dizia: “Eu não quero o sacrifício, Eu quero a misericórdia”.

E o que Jesus deseja nesta festa é desarmar o seu coração, pois quem não tem pecados que atire a primeira pedra. Jesus pergunta a você, hoje, nesta festa, o mesmo que Ele perguntou àquela mulher: “Mulher, ninguém te condenou?” Para Jesus não interessa o seu pecado, o seu passado, que muitas vezes é usado como que para segurar pedras em suas mãos, condenando a você mesmo. Mas Jesus diz: “Eu não te condeno!”

É preciso que você entenda que Deus não te condena, Ele não vê você como os outros te vêem. Ou até mesmo como você se vê, onde, muitas vezes, você tem medo de se olhar no espelho, ver e lembrar o que você fez. Por isso, neste dia, o Senhor deseja que a Festa da Misericórdia seja um refúgio, um abrigo, assim como Ele foi um abrigo para aquela mulher pecadora. É este abrigo que Jesus deseja ser para você.

Ao lado da cruz de Jesus havia dois malfeitores, duas pessoas, e ao lado da cruz está também a minha e a sua cruz. Mas o Senhor quer de você e de mim uma resposta, mas nós também temos que abrir o nosso coração. E aqueles dois ladrões mostram qual a atitude que devemos tomar diante do Senhor: decidir agir como aquele bom ladrão ou como aquele ladrão que rejeita a misericórdia. Jesus hoje quer fazer com você o que ele fez com aquele homem: “Ainda hoje, estarás comigo no paraíso”.

A primeira pessoa a entrar no céu com Jesus foi um ladrão arrependido. Eis o que Jesus quer que você entenda, na Festa da Misericórdia. O céu está aberto para você. Ele diz: “Ainda hoje, você experimentará a misericórdia de Deus”. E somente cabe a você acolher a misericórdia que Ele está te oferecendo.

Talvez você tenha deixado de se confessar, porque quer ficar forte primeiro, porque você não quer cometer o mesmo pecado. Mas você precisa entender que isso não vai acontecer, porque nós somos fracos, e você precisa entender que você é fraco. Só podemos vencer pela graça de Deus, é Ele quem nos dá a graça. Nós devemos lutar, mas a graça de vencer é Jesus quem nos dá.

Entenda: Ele ama você como você é, assim como Ele foi atrás da ovelha perdida. Ele te espera todos os dias no confessionário.
“Jesus diz às almas onde devem procurar consolo: no tribunal da misericórdia”.

Ainda que a sua alma esteja em decomposição, como um cadáver, ou que as pessoas te digam: “Você não tem mais jeito, você não vai mudar”. Talvez você tenha assumido esta postura, esteja atirando pedras em você mesmo. Deus está dizendo a você: “Eu não olho para esta situação desta maneira”.

Por isso que Deus olhando para aquele ladrão diz: “Ainda hoje, estarás comigo no paraíso”. E te diz: “Ainda hoje, você verá o milagre da minha misericórdia”.

O milagre da misericórdia de Deus me fará ressurgir para uma vida plena, para a felicidade. Eu poderei experimentar o perdão e a paz que me é oferecida, porque hoje o céu se abre para mim.

Hoje, o Senhor deseja dar a indulgência plenária. E Ele só pede uma atitude da nossa parte: que nos confessemos hoje.

A misericórdia vai me salvar, é a misericórdia que vai me restaurar!
Deixe de se sentir a pior pessoa deste mundo, mas sinta-se a pessoa mais amada, ainda que você não consiga ser tão forte, quanto você desejaria ser. Não se sinta desamparado. A misericórdia vai te ressuscitar.

Eu não posso confiar em mim, por isso eu preciso dizer: “Jesus, eu confio em vós!”
Mesmo os santos experimentaram momentos de fraquezas, por isso não se detenha nas pequenas coisas, porque o diabo nos faz pensar que o que é uma formiguinha seja visto como algo muito maior para você se desesperar.

Transcrição: Célia Grego
Fotos: Maurício Rebouças

↑ topo