Ninguém chega ao Pai se não for atraído por Ele

Padre Fabrício Andrade
Foto: Wesley Almeida/cancaonova
A liturgia de hoje fala de um eunuco, mas não diz seu nome. É bom que ela não diga mesmo, porque este homem pode ser eu ou você. O objetivo da liturgia de hoje é fazer de nós essa pessoa da Palavra, que faz a experiência da transformação.

O eunuco da leitura de hoje era um escravo treinado para ser um servo para o resto da vida. Esse homem tinha educação e senso religioso. A leitura também nos explica que ele estava voltando de uma peregrinação, pois reconhecia a sacralidade de um lugar. Esse homem, que não tem nome, estava lendo, nas Sagradas Escrituras, o livro de Isaías.

A Palavra de Deus nos fala de alguém que precisa ser conhecido. Filipe, então, ao encontrar o eunuco, pergunta a ele: "Você entende o que está lendo?". A partir dessa pergunta, o homem responde: "Como vou compreender se ninguém me explica?". Dentro da língua grega, a palavra "explicar" significa "guiar", "orientar" alguém. E o eunuco estava perdido em sua leitura.

O texto que este homem estava lendo falava de uma Pessoa, mas ele não sabia quem era Aquele de quem o profeta [Isaías] estava falando. O eunuco queria mais do que um livro sagrado, ele queria saber de uma Pessoa Sagrada. Filipe, que teve um bom professor, a partir daquela palavra, evangelizou o homem, anunciando-lhe Jesus Cristo.

O homem, que até então andava por um lugar sagrado e lia um livro sagrado, ainda não tinha encontrado a Pessoa Sagrada. Meus irmãos, é possível ler as Sagradas Escrituras sem encontrar nela Aquele sobre quem ela fala. É possível estudar, tornar-se padre sem conhecer Jesus. É a essa experiência que Filipe vai introduzir o eunuco e apresentar-lhe o Senhor.

O que converte uma pessoa não é um lugar ou um livro, mas uma Pessoa: Jesus Cristo.

Quando Jesus é anunciado ao eunuco, este diz: "Aqui temos água" (Ato dos Apóstolos 8,36c). Ele estava fazendo um caminho deserto, árido, mas quando fez a experiência com Jesus, seu caminho se tornou "cheio d'água". Ele conhecia a Palavra, mas não conhecia Jesus Cristo. Antes, ele percorria o caminho do livro, da devoção a um lugar, mas estava num caminho árido. Depois disso, ele se encontra num caminho onde há uma fonte, cuja água batiza, consagra.

"A sacralidade da nossa evangelização está na experiência com Cristo."
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Este homem fez uma experiência com Cristo por meio da evangelização de Filipe. Então, o eunuco diz ao discípulo: "O que impede que eu seja batizado?" (Ato dos Apóstolos 8,37).

A sacralidade da nossa evangelização está na experiência com Cristo. Qualquer evangelização que não promova este encontro com Jesus é uma evangelização manca. O eunuco foi batizado, fez a experiência de ser convertido. Aquele homem que não tinha nome, agora era um cristão.

Jesus nos diz que ninguém chega ao Pai se não for atraído. Se você for procurar o sinônimo de “atrair”, verá que significa “encantar”, “seduzir”. A evangelização que Filipe fez foi capaz de seduzir um pagão. Essa é a "lábia" que devemos ter ao evangelizar as pessoas que estão em nossa casa.

Aquele homem, com cargo importante, cheio de conhecimento, foi encantado por Jesus. E você tem quantos anos de Renovação Carismática? Quantas viagens já fez à Terra Santa? Já leu toda a Bíblia? Agora, uma pergunta importante: Você já teve seu encontro pessoal com Jesus?

Para saber a resposta, basta olhar para a sua vida. É impossível que você seja a mesma pessoa depois de um encontro com Jesus. Quem foi fascinado, seduzido por Cristo começa a atrair tantas outras pessoas. Aquele que fez o encontro com Cristo incomoda muita gente. Mas, meus irmãos, enquanto não conseguirmos incomodar o mundo com Jesus, seremos incomodados pelas drogas, pela violência.

Qual é a qualidade do seu encontro pessoal com Jesus? Mais do que um lugar, precisamos experimentar Aquele que transformou a terra numa Terra Santa.

Há por aí pessoas que dizem que o óbvio não precisa ser dito. Tenho pouco tempo de sacerdócio, mas por onde tenho passado, tenho descoberto que a eficácia da evangelização está em anunciar o óbvio e dizer às pessoas: “Deus é amor”. “É necessário o encontro com Jesus”. “Você é pecador”. “Você precisa ir à Missa todos os domingos”. A coisa mais óbvia é que o cristão faça uma experiência com Jesus.

Talvez você tenha muita experiência como padre, como pai ou avô, mas talvez ainda precise se encontrar com o Jesus, encontrar-se com o amor d'Ele.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso



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