No amor de Cristo descobrimos a verdadeira imagem de Deus

Padre Flávio Sobreiro

É sobre o amor de Deus que venho falar hoje a você, esse amor incondicional!

Setembro é o mês da conscientização da Palavra de Deus em nossa vida. Temos a Bíblia em nossa casa, mas não a lemos; ela fica de enfeite, porém não foi feita para isso.

O que muda nossa vida é colocar a Palavra de Deus em prática. Mas como fazer isso? A Palavra revela a imagem de Deus em nós. Todos nós carregamos em nosso coração, em nossa alma, a imagem do Senhor. Essa imagem não veio por acaso, mas por influência da família ou de um outro alguém que despertou em nós a vontade de conhecer um pouco mais sobre Ele.

Aquilo que partilhamos para as pessoas sobre Deus precisa de cuidado, pois corremos o risco de passar uma má imagem d’Ele devido aos problemas que passamos. O verdadeiro Pai é aquele que nos ama infinitamente, é um amor sem fronteiras.

Os líderes religiosos apresentavam Jesus à população, como se fosse um homem vingativo. Mas Ele chega para nos mostrar que é Aquele que nos dá a chance de escrever novas histórias, para mostrar um Deus que nos faz crer e que existe uma vida nova. Muitas pessoas têm em seu coração uma sombra de Deus e passam para outras pessoas essa imagem ruim.

Disse também: Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância… e eu, aqui, estou a morrer de fome! Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse, então: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. (Lucas 15, 11-32)

Essa é uma parábola muito conhecida e, com certeza, tem muito a revelar para nós. O filho mais novo passou pela síndrome da liberdade. Quantos, no meio de nós, vivem uma liberdade sem limites, saem fazendo coisas erradas. Deus respeita as nossas escolhas, mas deixa que cada um de nós pague pelas nossas consequências. Como diz aquele ditado: “Cada escolha tem uma consequência!”.

Em nossa vida, muitas vezes, nós tomamos decisões sem consultar o Senhor. Dificilmente, quando temos que resolver alguma situação, recorremos a Ele. Assumimos as responsabilidades sem Lhe perguntar qual o melhor caminho a seguir.

No Evangelho, o filho mais velho perde a dignidade que possuía, quando, com fome, quer comer até a comida dos porcos. Então, ele resolve pedir trabalho ao próprio pai. Muitas pessoas seguem o exemplo desse filho mais novo quando enfrentam esse vazio no coração, quando não sabem para onde vão nem sabem mais o que é viver. Quando nos afastamos de Deus, afastamo-nos da espiritualidade. Em todos os momentos de nossas vidas precisamos do Senhor.

Somos chamados ao caminho de regresso, de nos voltarmos um pouquinho mais para Deus. Somos chamados a perdoar nossos irmãos sem os julgar, somos chamados a viver como o pai que acolheu o filho mais novo.

Não é fácil receber o perdão. Muitas vezes, na confissão, Deus o perdoou, porém você ainda não “se” perdoou. Nós cometemos a condenação, tornamo-nos juízes do irmão. Parece que nascemos para condenar e não perdoar. Mas é o contrário!

Estamos convidados a entrar na festa do perdão por meio dessa parábola do Filho Pródigo. O Senhor veio nos convidar a experimentarmos e a vivenciarmos Sua misericórdia.  Deixe-se amar por Ele, abra um espaço para que Ele mostre o Seu amor.

Hoje, o convite é para cada um de nós: ‘Deixe que Jesus habite em você, faça essa experiência em sua vida!’

Transcrição e adaptação: Karina Aparecida

↑ topo