Novas comunidades: escolas de santidade

Hoje no momento ecumênico, falei aos meus irmãos que provocaram aquele gesto de derramar o óleo. 

Escrevi um texto que fala da espiritualidade do vaso quebrado. Nele conto a passagem em que Jesus perguntou a Pedro: “Tu me amas?” E não sei se por timidez, mas Pedro disse: “tu sabes tudo, tu sabes que te amo”.

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Na Bíblia fala também de duas pobres, uma que deu sua única moeda e a outra que quebra o vaso de perfume e derrama tudo aos pés de Jesus.

Hoje foi feito este mesmo gesto, do qual quis dizer: “não sobrou nada, tudo é seu Senhor!”

Essa é a geração dos que temem o Senhor, geração de santos, que não tem medo de dizer que O amam. Um amor que é recíproco, que vem da alma. Amar desarma! Por isso nesta manhã se misturava um misto de gratidão, lágrimas e sorrisos. Que este gesto se multiplique por toda terra, este ecumenismo.

O livro do Apocalipse mostra que além daqueles que estavam assinalados, um outro número de pessoas, que era imenso, estavam ali.

Deus quer salvar a todos, e quer que todos cheguem ao conhecimento da verdade. Cada pessoa que conhecermos independente de cultura, religião, raça, nível social; todas elas esperam de cada um de nós os gestos, as palavras os convites.

Nós temos nas mãos o remédio contra todas as exclusões, precisamos ser missionários deste destino que é a salvação. Temos esta tarefa: que a celebração desta conferência faça com que saiamos daqui sem excluir ninguém.

Temos um presente de Deus, que é a santidade. São Paulo chamava de santos aqueles que foram separados, escolhidos. É um presente, um dom que desceu do alto. Somos filhos de Deus, fomos feitos filhos de Deus. Esse selo que ficou em nós em nosso batismo ninguém pode arrancar. Esse selo é o nome de Deus gravado em nós. É o nome que Ele nos deu, fomos marcados para a santidade. Tudo isso é graça, é presente.

Mas, existe outra vertente da santidade. Ela desce do céu. Mas também exige a nossa dedicação, por isso é necessário que eu me empenhe, com todas as minhas forças, não me deixando guiar pelo pecado, buscando o que é mais puro, o que é de Deus.

Peço que o Espírito Santo grave em cada um de nós este desejo! Não podemos ser menos que isso. Deus faz as coisas d’Ele com muito carinho.

Várias pessoas devem ter ido para o Congresso da RCC em Vitória (ES). Na ocasião, Deus colocou em nós um chamado e senti no coração pedir, o que o São Geraldo Majela um dia disse: “eu fui embora para me fazer santo”.

Meus irmãos e minhas irmãs, nós precisamos voltar para casa com essa decisão, é um compromisso com a nossa verdade. Mas, deixe-me dizer mais uma coisa: “não sei se esse tempo é tempo de grandes heróis, mas vejo que é o tempo de santificarmos juntos”.
João Paulo II pediu: “Escolas de aprendizagem para a santidade”.

Deixe-me dizer as comunidades aqui presentes: desejaria que vocês fossem um centro de treinamento de santidade. Deus chamou vocês para uma vida de santidade, chamou porque vocês precisam uns dos outros. Eu preciso do outro e nós somos responsáveis pela santidade um do outro. Que nenhum se perca!

Responsáveis, guardem o que eu lhes digo agora: que nenhum se perca, cultive, pastoreei! Não deixem que se isolem, se afastem, se percam. Não permita! Dêem as mãos rapidamente, porque a linha divisória entre o bem e o mal, se passa dentro do nosso coração.

Quem está em pé cuidado para não cair. Essa via é de santidade mútua, é um remédio contra ao individualismo.
 
Preserve isso: a comunhão e a partilha. Programe-se nesta ‘escola de santidade’. Pode acontecer que, os ideais que em nome de Deus te proponho hoje, pareça muito alto.

A Igreja celebra todo ano, a festa de nossos santos e que cada um tenha uma alegre memória daquelas pessoas que de suas comunidades já estão no céu. Se alegrem, pois eles vivem sua páscoa pessoal, vivem diante de Deus.

A cada uma das “Bem-Aventuranças” proclamadas me dá vontade de olhar para o crucificado, pois Ele é pobre, manso e puro de coração. Jesus foi o perseguido, o Príncipe da Paz.

A festa de todos os santos nos faz olhar para aquele que é o Santo de Deus. Aquele diante do qual todo o joelho se dobra, Ele é o sinal. Hoje é o dia que o Senhor fez para nós o dia de ressurreição!


Transcrição: Manoela Almeida
Fotos: Anderson Nunes
Áudio: Wllieny Isaias


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