O combate interior

Padre Edimilson
Foto: Maria Andréia/CN

Precisamos compreender que estamos em constante combate, aliás, nossa vida é um constante combate.

Este primeiro combate que compartilharemos é o combate interior, combate contra o nosso EU. Os padres do deserto diziam que a primeira coisa que devemos inculcar no nosso espirito é que nunca, de modo algum, devemos nos apoiar em nós mesmos. “O Combate que vais enfrentar – diziam os santos padres – é extraordinariamente árduos, e as forças humanas sozinhas são de todas suficiente. Se confias em ti mesmo serás derrubado de imediato e perderás toda a vontade de continuar a lutar. Só Deus pode te dar a vitória”.

O combatente precisar saber disso, que nossa confiança não está em nós, está em Deus. Paulo dizia aos romanos "Nãos vos considereis sabios aos próprios olhos".

Nós conhecemos um caso que retrata bem esta queda quando se confia demasiadamente em si mesmo. Está no 2º livro de Samuel, capítulo 11, é a história do rei Davi.

A palavra vai dizer que um dia Davi estava em seu palácio enquanto todo Israel lutava. Davi viu uma mulher casada – a mulher do itita Urias – tomando banho. Davi encheu-se de paixão, mandou chamar a mulher e deitou-se com ela. Esta mulher veio a ficar grávida e, para esconder o seu pecado, Davi mandou colocar Urias na ponta do combate até que ele fosse morto. Davi, o ungido de Deus cometeu um dos maiores pecados que se relata na bília.

Mas presta atenção irmãos, pois o texto tem detalhes que os combatentes precisam se deter. O texto diz que Davi estava na cama, numa vida folgada, enquanto mandava outros para o campo de batalha.

Combatente não pode ter vida folgada, pois cabeça vazia é oficina do diabo.

Davi estava no lugar errado, na hora errada. Era para Davi estar combatendo pelo Senhor, porque era o ungido de Deus para vencer as batalhas do Deus de Israel.

Davi pecou, mas não só isso, ele foi alimentando o pecado até chamar a mulher casada e deitar-se com ela. Quando damos uma brecha ao pecado ele logo se multiplica.

Peregrinos em oração no Acampamento no Combate da Oração
Foto: Maria Andréia/CN

Como Davi, você também foi ungido no seu matrimônio, vocês ministraram, um ao outro, o sacramento e não podem mais dar brecha para o pecado através do adultério. É preciso lutar contra nós mesmos para que o pecado não tome conta de mim. “Se queres ser capaz de resistir às paixões violentas, abate os pequenos desejos”, diziam os santos padres.

Nós começamos esta pregação cantando 'Quero me esvaziar de tudo o que tenho e sou'. O combatente precisa saber entrar na batalha confiando inteiramente no Senhor. Davi sabia muito bem combater com as armas exteriores, mas não aprendeu a lutar da mesma forma no combate interior.

Há sobre nós um mundo sobrenatural, há uma batalha constante pelas nossas almas; há formas espirituais já determinadas a nos fazer perder.

Davi olhou, desejou e consentiu. O Demonio, nos tenta primeiro no Olhar, depois no desejar e por fim no consentir. Abre os olhos meu irmão, porque o pecado tem um alvo: os escolhidos de Deus. Dizia São Jerônimo "O demônio só necessita do nosso começo, da-se por satisfeito se lhe abrirmos a metade da porta, porque ele saberá conquistar a metade da outra" .

Davi, no entanto soube fazer uma coisa muito bem: voltar para o Senhor seu Deus. Ele tomou consciência de que o seu pecado foi muito grande, de que não soube vigiar e então compôs o salmo 50 "Tende misericórdia Senhor, na imensidão do vosso amor. Lavai-me e ficarei purificado"

Transcrição e adaptação: Daniel Machado

Veja um trecho da pregação em vídeo

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