O seu Cristianismo tem incomodado?

Padre Roger Luís
Foto: Fotos CN / Wesley Almeida

Na Canção Nova, a gente aprendeu com o monsenhor Jonas que chuva é sinal de bênção. E esta chuva, que cai neste domingo, é o sinal do céu de que este acampamento foi uma bênção. E o sinal de Deus também vem por meio da Igreja na sua liturgia. E hoje é o penúltimo Domingo do Tempo Comum, sendo, na semana que vem, a Festa de Cristo Rei e depois o Primeiro Domingo do Advento, um tempo em que a Igreja nos alerta sobre a vinda do Senhor, nos dizendo que tudo terá um fim.

Durante este acampamento, nós adoramos, cantamos, oramos e travamos um combate espiritual. Também isso é um sinal de que estamos caminhando para o fim.

O livro do Apocalipse diz que o diabo sabe que pouco tempo lhe resta, por isso este combate se torna cada vez mais intenso. O Dia do Senhor está cada vez mais perto; hoje mais perto do que ontem. O demônio sabe disso e usa de todos os meios para perder os filhos de Deus.

O demônio usa também dos homens para perder os filhos de Deus. É só você ver os programas de TV e a indústria da música para percebermos como as coisas são feitas para nos envolver, principalmente na área da sexualidade. Veja o mundo como está, como a sensualidade está aí em todas estas mídias, nos pegando por todos os lados. O jornalismo secular, que gosta cada vez mais de "sangue" e coloca cada vez mais tragédias e mortes nas nossas casas [com a programação], faz tudo isso para nos tornar mais e mais ansiosos e, assim, nos tornamos mais temerosos e consumidores.

Até mesmo dentro da Igreja está entrando um "psicologismo" nas pregações, por meio do qual as pessoas choram, são tocadas na emoção, mas não mudam de vida. O inimigo de Deus tem trabalhado para que a pregação dos padres se torne uma poesia que não muda a vida de ninguém.

Talvez você tenha encontrado muita fila e experimentado muitos contratempos aqui na Chácara de Santa Cruz, onde fica a sede da Canção Nova. E o demônio talvez tenha soprado no seu ouvido dizendo-lhe: "Olha aí o que você passou aqui!". O demônio também está trabalhando para que as bênçãos deste acampamento sejam jogadas fora por causa da murmuração. 

 

"Os sinais mostram que o tempo do fim está próximo", alerta padre Roger
Foto: Fotos CN / Wesley Almeida

A Palavra de hoje diz que os ímpios serão julgados. Às vezes você vê os seus conhecidos lá no "buteco", bebendo todas, numa vida de pecado, e mesmo assim eles estão "prosperando", e você pensa: "Mas olha eu aqui, trabalho na paróquia, faço parte da pastoral e nada acontece na minha vida". A Palavra de Deus afirma: "Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha".

Meus irmãos, existe uma promessa para os justos, não podemos desanimar porque Deus vai honrar a nossa fé! Não pare, não desanime, não compare a sua vida com a dos ímpios, porque a Palavra revela que a recompensa será: "Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas".

Nós precisamos entender que, quando a Igreja nos apresenta estas palavras na liturgia, ela quer nos alertar sobre o fato de que esta terra passará, que tudo nesta terra terá um fim e que nós não fomos feitos para esta terra, porque a promessa de Deus é a nossa salvação. O tempo abreviou-se e nós estamos vendo estes sinais de que o tempo do fim está chegando ao final.

A segunda leitura de hoje, em razão disso, também narra que, já no tempo de São Paulo, alguns discípulos não queriam trabalhar, queriam ficar só esperando o Senhor voltar. O apóstolo Paulo exorta a comunidade de Tessalônica dizendo que "quem não trabalhar também não coma". O apóstolo dos gentios exorta a eles e a nós dizendo que nós não devemos nos cansar de trabalhar na evangelização. Se o tempo se abreviou, então o trabalho deve ser mais intenso.

O Papa Francisco, no Dia de Pentecostes, durante o encontro com os Movimentos e Novas Comunidades, dizia que ele preferia uma Igreja que voltasse machucada, porque saiu às ruas para evangelizar, a uma Igreja doente porque ficou fechada em si mesma. Nós não podemos ser um povo acomodado!

"A Igreja precisa de um fervor apostólico que nos sustenta na missão de anunciar Jesus. Eu tenho medo do cristão de salão", disse o Papa Francisco em uma de suas Missas matinais. O Santo Padre também afirma que existem muitos cristãos na Igreja que não querem se arriscar, e os chama de "cristãos de salão". "Que não gostam de incomodar". Deixe-me perguntar uma coisa a você: você tem incomodado as pessoas com o seu Cristianismo?

Como disse Jesus a Paulo, eu estou dizendo à Igreja: Coragem!

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