Olhe para a cruz

Você viu na liturgia da palavra, de hoje, a enorme misericórdia do Senhor, mesmo vendo a nossa ingratidão, de coração aberto nos diz: \”Escuta, ó meu povo, a minha Lei, ouve atento as palavras que eu te digo; abrirei a minha boca em parábolas, os mistérios do passado lembrarei\” (cf. Salmo 77).

Estamos lendo um salmo que podemos trazer para o presente e podemos afirmar: “Eu sou deste povo, meus filhos são deste povo.”

Saiba o Senhor não está nos condenando, mas simplesmente dizendo-nos a verdade: \”Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna\”. (cf. Jo. 3, 14-15)

Ouça: \”Deus não quer que eu vá para o inferno…\”

Ele não quer que seus filhos pereçam, mas que tenham a vida eterna. Não quer que seus familiares se percam. O Senhor não quer que ninguém pereça, por isso foi necessário que o Filho do Homem fosse levantado, para nos dar a vida eterna.

O purgatório não é um castigo, mas uma graça, pois Deus não quer que o homem vá para o inferno.

O Pai e o Filho e o Espírito Santo podem dizer bem: “Ninguém te ama como eu”, pois Jesus, o Filho único de Deus Pai foi entregue por nós. Quando o Evangelho fala sobre a morte está se referindo à morte eterna. Mas o Senhor não quer que sejamos condenados.

É na luz do Novo Testamento que entendemos o Antigo. O povo judeu já estava caminhando no deserto, depois de 400 anos de escravidão no Egito, só que com o passar do tempo, quando começaram a viver as dificuldades, eles começaram a falar contra Deus e contra Moisés: \”Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável\” (cf. Nm. 21, 5)

Depois de tantas maravilhas que lhes foram ofertadas por Deus, eles afirmaram isso, imagine o coração de Deus. Mas, falemos sério, não é assim que agimos muitas vezes? Meus irmãos, nós estamos num \”vale de lágrimas\”. A vida é assim, e não porque Deus queira, mas porque murmuramos do mesmo jeito que o povo judeu o fez.

Entramos num torpor, numa mornidão, católicos caóticos, maldizendo tudo, como o povo judeu o fez. Não uma simples murmuração de palavras, mas de vida.

O que deveria ir para a cruz? O nosso pecado!


Você já imaginou o desespero daquele povo? Aquelas serpentes atacando as crianças, os adultos, os velhos… Mas na hora em que olhavam para a cruz, embora picados, não morriam, pois ali estava o antídoto.

Ouça: \”Olhe pra cruz, foi por ti, por que te amo…\”

Meu irmão, aponte para a cruz. É isso que Jesus quer para cada um dos seus, mesmo que estejamos em pecado. Ele quer que voltemos como aquele filho pródigo. Vá do jeito que você está e Ele fará o mesmo que fez com esse filho. Como o filho pródigo, você não deixou de ser filho, por isso, o Senhor o aceita de volta.

Transcrição: Claudenilson José
Áudios: Anderson Nunes
Fotos: Paulo Sérgio

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