Pensamento cristão X pensamento revolucionário

Padre Paulo Ricardo
Foto: Regiane Calixto

Vou falar sobre a mente revolucionária. Mente revolucionária tem as pessoas que acreditam ter uma mente esplendorosa e acham que vão fazer o mundo maravilhoso nesta terra. A pessoa que quer ser “deus”. "O mundo está errado, mas eu sei como ele deveria ser". Esta é a mente revolucionária; não há uma obediência as coisas.

Se você é cristão, é conservador, pois quer que o Cristianismo continue o mesmo. O revolucionário acha que o Cristianismo é um empecilho para o mundo maravilhoso que ele tentam criar.

Os revolucionários querem fazer o mundo maravilhoso, então propõem revoluções – e isso há muito tempo. Mas como suas revoluções não deram certo, eles precisavam culpar alguém; então culparam a cultura ocidental, que é formada por três pilares: o direito romano, a filosofia grega e a ética judaica-cristã. Foi aí que os revolucionários se tornaram inimigos dos cristãos.

Eles querem acabar com o Cristianismo, introduzem gente dentro da Igreja para mudá-la por dentro, transformá-la naquilo que não é; tentam mudar a moral cristã. Eles querem mudar o Cristianismo, mas nós queremos que ele continue sendo o que é, ou seja, queremos conservar a nossa Igreja, nossa fé. Por isso somos conservadores.

Existe uma diferença entre tradicionalista e conservador. O tradicionalista não quer mudar nada, já o conservador é aquele que quer conservar as coisas. O conservador sabe o que é a realidade e tem que mudar o pensamento; os revolucionários não vivem no mundo real, eles vivem no mundo da lua. O conservador vive no mundo real, pois ele sabe que a realidade não muda, e que quem tem de  mudar é a mentalidade, é ela que tem de se adaptar.

Deus fez as coisas com lógica, mas também as fez livremente. Desta forma, Ele segue uma lógica, mas raramente a segue até o fim. Quando vemos tudo com a lógica temos de abrir exceções, pois a realidade não cabe na nossa mente, Deus é livre.

A mente revolucionária pensa e acha que o mundo deve ser como ele pensou. Fazemos muito isso na nossa igreja, nas reuniões quando dizemos: “vamos discutir como será a Igreja que queremos” sem nos perguntarmos como é a Igreja que Jesus quer. A Igreja é d'Ele, e você deve obediência a Ele, pois foi Ele quem a criou.

O dia que o Papa quiser mudar a Igreja, ele será um herege e deixará de ser Papa
Foto: Regiane Calixto

O que o mundo revolucionário não entende é que o Papa não pode mudar a Igreja, mas eles querem que ele a mude. No dia que o Papa quiser mudar a Igreja, ele se tornará um herege e deixará de ser papa. O Pontífice é servo da Igreja, ele não pode ir contra os ensinamentos de Jesus, por isso ele é conservador.

Os revolucionários querem que o mundo mude, que a Igreja Católica mude. Acreditam que podem matar, destruir, fazer o que for para que o mundo seja “como eu quero, pois eu posso mudar o mundo”. Esse é o pensamento revolucionário.

Esse pensamento surgiu quando o Cristianismo nasceu; e ele nasceu com o inimigo dentro de casa: o agnosticismo.

A primeira coisa que temos em comum com os revolucionários é a visão de que o mundo está mal, insatisfeito. Então, é preciso mudar. Mas o segundo passo é a diferença, também nós queremos mudar o mundo. Mas qual a nossa reação diante desta constatação? Nós reagimos por meio da conversão; os gnósticos reagem por meio da alienação.

Quando um cristão vê que existe a maldade, olha para si e percebe que precisa mudar. Verifica que também está errado e precisa se converter. Mas o revolucionário não está disposto a reconhecer os seus erros, ele se acha muito santo.

O revolucionário diz que o mundo está errado, que foi criado pelo capitalismo. Eles não dizem que Deus criou o mundo errado, pois eles não acreditam em Deus.

O terceiro passo é a especulação gnóstica: “eu posso transcender essa desordem do mundo através de um conhecimento especial”. Conhecimento este que possuem aqueles que entraram no sistema “eu sei como mudar o mundo”.

E o quarto passo acontece na gnose atual: "eu vou implantar o mundo maravilhoso neste terra!". Esse é o pensamento gnóstico.

Momento de oração no 'Aprofundamento para estudantes'
Foto: Regiane Calixto

O revolucionário está insatisfeito com o mundo, mas ao invés de dizer como os cristãos “eu preciso mudar”, ele diz: “pare de pensar que precisa mudar, isso é uma moral burguesa; pare de se cobrar, liberte-se dessas culpas que colocaram em sua cabeça, Deus é bom, Ele comia com as prostitutas. Por que você quer impedir as pessoas de comungar? Você não pode ficar se culpando, você não é mau, quem é mau é o mundo, é o sistema”.

Jesus lutou contra o capitalismo antes de ele existir; Jesus lutava contra o sistema e foi condenado por ele. Este é o sistema opressor.

A beleza de Deus nesta história toda é que os jovens não querem mais esse "mundo maravilhoso", eles querem o mundo que Deus criou. Desprezam o mundo da “igualdade”. Somos diferentes, o homem é diferente da mulher; ele tem o valor dele, e a mulher tem valor dela; temos igual dignidade, mas somos diferentes. Há os bons médicos, outros são bons jardineiros. Precisamos uns dos outros.

O gnóstico se revolta com o mundo, cria um pensamento de que nós somos todos iguais, projetam tanto a realidade; mas a realidade é algo que eles não vivem. Ele cria o mundo como deverei ser, ele quer ser “deus”.

Nós todos estamos de acordo que não é verdade o que eles estão dizendo, mas não temos coragem de dizer. Temos que ter coragem de dizer, pois se não dissermos, eles continuarão passando essa mentalidade revolucionária.

Temos que ter coragem de assumirmos que somos conservadores, pois queremos obedecer a realidade que Deus criou e não o “mundo” que eles querem criar.

Transcrição e adaptação: Regiane Calixto


 
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