Ter Deus no centro da família

Lúcio: Pala manhã vocês ouviram padre José Augusto e padre Paulo Ricardo falando das diferenças entre homem e mulher. Agora vocês irão ver concretamente essas diferenças. Eu e a Gi somos muitos diferentes. Quando nós nos encontramos na Comunidade Canção Nova éramos muito diferentes, por isso nos afastamos e tínhamos uma antipatia um pelo outro. Eu falo muito e gosto de rir alto e isso matava a Gi. Certo dia fomos fazer pastoral juntos e pudemos nos conhecer. Então brotou entre nós uma amizade saudável, hoje ela é minha melhor amiga. E fomos começamos a entender como superar as diferenças. Como diácono Nelsinho diz, “as diferenças não são barreiras, são riquezas”.

'Não nos falta nada, Deus é providente em tudo'
Foto: Robson Siqueira

No nosso casamento, a leitura que foi lida pelo monsenhor Jonas, indicava o caminho para sermos uma família santa, Lucas 8,22-25 – A tempestade acalmada-. Casamos em 27 de janeiro de 2001, vamos fazer sete anos de casamento. Compreendemos no nosso matrimônio que Deus não nos dava o fim, mas o início. No dia do nosso casamento Deus estava começando conosco aquilo que Ele tinha que fazer. Na homilia, monsenhor Jonas dizia aos casais: “Há quantos anos você já está casado? Agora é o tempo de recomeçar de novo”. Eu e a Gi entendemos que a nossa vida seria de eterno recomeço.

Andreia Gisélia: Você que está casado, quantas tempestades já aconteceram em seu casamento? Pode vir qualquer tempestade há ou não a presença de Jesus? Peça a Jesus que Ele seja a segurança e o leme da sua vida. Hoje o Senhor te convida a isso, a tomar posse do seu casamento, a dar a direção certa do seu matrimônio. Peça a Jesus que seja o controle do leme da sua vida. Ele vai te levar ao porto seguro.

Lúcio: Quando as ondas vêm, esquecemos que Jesus está no barco. Quando a Gi estava grávida, o médico descobriu que ela estava com nódulo no seio, e que precisava fazer exames. As ondas vieram… Eu fiquei super ansioso, achava que eu tinha que animá-la. Depois eu vi que quem estava no meu barco era Jesus, e entreguei tudo a Ele. E graças a Deus não era nada. Quantas tempestades a gente tem por causa de nosso temperamento. Eu sou super cabeça dura, isso gera atrito. Eu acordo cantando, fazendo barulho, ela acorda quieta. Quantas vezes isso foi tempestade…

Andreia Gisélia: Quando nos casamos o padre José Augusto nos atendeu em confissão e ele me perguntou se eu estava preparada para morrer todos os dias, se eu aceitava a ceder primeiro. Eu não entendi, mas disse que aceitava que seria fácil e demos o nosso sim. E na prática fomos observando o que era morrer para si. E fui morrendo para que a nossa vida fosse ajustada não aos nossos moldes, mas aos moldes de Jesus e Maria, e da Canção Nova.

Monsenhor pregou três princípios dentro do matrimônio: Autoridade e submissão, viver da providência e o viver reconciliado. Uma hora me compete ser autoridade, outra ser submissa. Fui entendo a palavra do padre José Augusto na confissão. Viver as diferenças, mas não dormir sem me reconciliar. Não nos falta nada, Deus é providente em tudo.

Casal presente no encontro rezam juntos pelo matrimônio
Foto: Robson Siqueira

Lúcio: O Senhor não nos polpa. O que padre José Augusto disse para a Gi ele disse para mim. Quando ele falou para mim eu achei que era moleza, mas não é. Eu fui percebendo que no meu casamento numa coisa eu me esforço para sempre ganhar da Gi, que eu seja o primeiro a amar, a pedir perdão e a fazer o gesto de amor. O morrer para mim é perdoar mais. Nós combinamos de nos entender sempre no quarto para que as crianças não vejam. Se eu vejo que eu posso ceder eu faço isso. Quem ama perdoa. Se eu amo a Gi eu preciso perdoar sempre. Eu tenho que controlar meu temperamento a todo momento, constantemente eu tenho que perdi perdão a ela.

Andreia Gisélia: Eu ouvi Dunga dizer que queria ver a Comunidade brigar por gestos concretos de amor. Então eu assumi isso em meu casamento. Cabe a mim, fazer gestos concretos, se ele cede porque eu não posso ceder? Quem ama sempre vence. Se você tem a misericórdia de Jesus dentro da sua casa, a tempestade passa mais rápido.

Lúcio: Na nossa família Deus sempre vence. Esses dias a gente começou a se “entranhar”. Eu falava duro com ela e ela duro comigo. Daí minha filha disse: “Vocês querem parar com essa conversa chata”? Porque eles não nos vêem assim, ela nos chamou atenção. Nós não deixamos nosso casamento virar rotina. A Gi ainda é minha namorada. Nós matemos esse romantismo dentro de casa. Quando a gente se “estranha” não é maior que o amor que sentimos um pelo outro. Outra questão é a providência, muitas famílias estão se desfazendo por causa do dinheiro, estão deixando o dinheiro ser o deus delas. Nossa casa do Rio de Janeiro era linda, mas fomos remanejados para Fortaleza sem levar nada, e a única coisa que tinha na casa de Fortaleza era um sofá e uma cama emprestada. Deus foi providenciando tudo para nós. Daqui um tempo iremos para Portugal, o que vamos levar? Nada. O material não é nossa preocupação porque Deus sempre nós dá o necessário

Andreia Gisélia:
Uma certeza que eu tenho no meu coração no sentido da providência, porque eu sei que os outros princípios – autoridade e submissão e viver reconciliado – estamos vivendo bem, então eles fazem com que a providência Divina aconteça em nossa vida.

Gabriel filho do casal Lúcio e Andréia Giselia
Foto: Robson Siqueira


Lúcio:
Nós percebemos que não precisamos acordar Jesus por causa do material. Nós vamos vivendo assim, mas é treinamento, a gente vai alicerçando, equilibrando nosso matrimônio. Nós não casamos para nós mesmos, somos da Comunidade e queremos que nossa casa esteja sempre aberta para os jovens. Eu e a Gi não somos perfeitos, estamos aprendendo a viver como família. Muitos jovens da Comunidade dizem que somos referência de casal porque Jesus está no nosso barco e nossa meta é chegar à santidade plena.

Andreia Gisélia: A gente consegue viver tudo isso na oração, na Palavra de Deus, no jejum, não conseguimos viver as tribulações sem oração. Nós somente conseguimos viver tudo isso em oração ao ritmo da vida. Que você tenha uma vida de oração em seu matrimônio. Uma vez na semana a gente pára para rezar juntos. A prioridade da minha vida é oração senão vai haver muitos desencontros.

Lúcio: O esforço da Gi em rezar me faz rezar mais. E isso passa para as crianças. Emociona-me ver o meu filho fazendo o estudo da Palavra de Deus, ele tem cinco anos, mas lê e escreve, o meu filho faz estudo da Palavra todos os dias, e isso nos impulsiona. Os nossos filhos aprenderam a rezar. Hoje é um dia especial na nossa vida, o Gabriel nosso filho é uma criança de Deus. Ele foi crescendo buscando as coisas do alto. Ele tem um gosto muito grande pelas coisas de Deus. Quando ele tinha dois anos ele viu a ordenação do padre Cleidimar e chorou e dizendo: Eu estou pesando na minha ordenação, eu quero ter Jesus dentro de mim. Ele sempre dizia que queria receber Jesus, toda ordenação ele chorava porque queria receber Jesus. Na ordenação que teve aqui ele chorou e a Gi perguntou: “Por que você está chorando”? Ele disse: “Você não me entende, eu quero comungar, mas quando eu for padre eu vou ser cheio de Jesus”. Daí a madrinha dele foi conversar com ele, e falou para ele conversar com monsenhor Jonas, e ele falou tudo. Monsenhor Jonas falou com dom Alberto que disse que era algo de Deus e que ia fazer a primeira Eucaristia do Gabriel. Hoje dom Alberto fez a sua primeira Eucaristia. Passado a Missa dom Alberto nos chamou e disse: “Vocês sabem por que o Gabriel viveu isso? O que ele vive é fruto da fidelidade de vocês”. A Gi perguntou ao Gabriel: “O que você sentiu quando recebeu Jesus” Ele disse: “Eu senti Jesus dentro mim e pedi a Ele para ser santo como Domingo Sávio. Eu vi Jesus caminhando comigo para cima e para baixo”.

Eu a Gi tínhamos tudo para dar errado, mas a gente da certo porque temos Jesus no nosso casamento.

Transcrição: Willieny Isaias


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