"Um coração que se enche de comparação nunca sabe celebrar suas vitórias"

Padre Fabrício de Andrade
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com
“É no Senhor que eu confio e nada temo” (Salmo 55).

A Palavra de hoje nos conta a história de um rei Saul, amigo de Davi. Este, quando venceu Golia, encontrou as mulheres dançando e cantando: “Saul matou mil, mas Davi matou dez mil”. Aquilo caiu no coração do rei Saul de forma diferente. Diz a Palavra que o rei ficou encolerizado e usou a expressão: “A Davi deram dez mil; a mim, somente mil.

Ele escutou a celebração que Davi havia tido, mas ela se transformou numa derrota para ele. Quando nosso coração se compara com o outro, sempre vemos nossa derrota. O coração de Saul sustentava uma comparação, por isso comemorou o momento com raiva. A partir disso, aquele que era amigo de Davi desejava matá-lo.

Um coração que se enche de comparação nunca sabe celebrar suas vitórias, porque a medida da inveja é sempre comparar-se com o outro. Essa é a história da primeira leitura.

Quando nossos relacionamentos são marcados pela comparação, nosso primeiro critério é a quantidade, é “quem dá mais”, pois a quantidade fala mais alto e o fruto desse relacionamento é a inveja. A solução passa a ser a eliminação do amigo.

O coração se Saul se encheu de cólera, e o fruto da inveja foi desejar a morte do amigo.

O difícil é quando encontramos esses critérios nos relacionamentos do dia a dia; é quando marido e mulher vivem comparando quem tem salário maior, quem tem o melhor diploma. Toda vez que usamos a comparação como critério para o relacionamento, a única solução que vemos é eliminar o outro, porque sempre é preciso ter mais que o outro. Essa comparação entra nos relacionamentos como um veneno silencioso.

"Quando nosso coração se compara com o outro, sempre vemos nossa derrota."
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

O relacionamento entre irmãos e amigos pode morrer como morreu a amizade do rei Saul e Davi, porque a comparação transformou Davi num inimigo para Saul.

Não estranhe se na TV houver programas cujo objetivo é eliminar o outro. Mas olhe para dentro da sua casa e você verá que muito disso também acontece lá. A comparação ficou tão obsessiva que há homem se comprando com mulher; isso gera a morte do relacionamento dentro de casa.

Quantos casamentos acabam assim! Quantas amizades acabam, porque uma tem o namorado mais bonita que a outra. Isso sempre termina na eliminação do outro. Isso também acontece nos ambientes de trabalho.

A competitividade é doentia. Precisamos sim crescer em nossa competência, na capacidade de conhecimento, mas não à custa do outro. Essa é a lei do mais forte. Sobrevive quem mata mais. Saul foi movido por este sentimento.

Sabe o que levou Jesus para a cruz? O coração das pessoas daquela época. Eles viam que o Senhor arratava multidões e, movidos pela comparação, se enxeram de cólera e quiseram vê-Lo na cruz.

O Evangelho de hoje mostra Jesus rodeado de uma multidão de pessoas de vários lugares. Então, o Senhor pediu para que lhe providenciassem uma barca a fim de que a multidão não o comprimisse. Ao pedir para se afastar, Jesus queria ensinar uma nova lição.

Aquela multidão estava lá, porque tinham ouvido falar de Jesus, das curas e milagres que Ele realizava. Você teria coragem de se comprometer com alguém que apenas tivesse ouvido falar de você? Um relacionamento de qualidade nunca é estabelecido por aquilo que você pode dar ao outro. Jesus estava querendo ensinar algo maior, pois aquele povo queria tocá-Lo. A intenção deles era certa, mas o meio era errado, pois para tocá-Lo, eles se jogavam sobre Jesus.

Na primeira leitura, vemos que o bom relacionamento nunca é estabelecido pela quantidade. Jesus tentava mostrar para a multidão que, se a quantidade excluía a qualidade, aquilo era um risco. O Senhor conduzia aquele povo da doença de um coração que estabelece um relacionamento pela quantidade.

Se a quantidade da multidão esconde a qualidade do encontro, essa multidão está doente. Jesus pediu para se afastar, porque queria encontrar pessoalmente com cada um.

Quem se compara com o outro cultiva, no coração, a inveja e começa a se afastar do outro. A saída é fazer da nossa casa uma casa de oração; da nossa vida um espaço de encontro com Jesus, não um espaço onde nos comparamos com o outro. Quem se compara está sempre cheio de si mesmo. Quem se abre, esvazia-se para fazer uma experiência com Deus.

Não deposite sua confiança na quantidade, mas no Senhor. O mundo tem nos ensinado que o mais forte, aquele que aguenta mais é mais poderoso; que quem tem mais posse tem mais poder. Mas, hoje, estamos diante de um Deus que se esvaziou para que fôssemos ricos da presença d'Ele.

É hora de você fazer o seu encontro pessoal com Jesus. Toque o Senhor, mas não se jogue sobre Ele.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso


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Nome registrado: "Meu pai é quadrado"


 

 

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