Vencer com o pobres

Padre Francisco Salamanca
Foto: Eliziane Alves

Quando falamos de avivamento, falamos de tornar mais viva, mais intensa, mais forte a espiritualidade vicentina em cada pessoa que pertencem a família vicentina. Avivamento vicentino é tornar mais viva essa espiritualidade.

Se vamos falar de uma espiritualidade temos que saber qual é a sua característica. Falar de espiritualidade é falar de duas coisas importantes: Primeiro da experiência com Deus, segundo do estilo de vida que brota dessa experiência.

Espiritualidade vicentina, como São Vicente experimentou a Deus e que estilo de vida brotou nele a partir dessa experiência? Cada santo tem estilo de vida pelo qual experimentou a Deus, São Vicente de Paulo experimenta Deus na pessoa de Jesus que ama aos pobres e lhes anuncia a boa nova. Este é o Deus que Vicente experimentou, um Deus que ama os pobres e lhes anuncia a Boa Nova.

Deus ama os pobres porque conhece suas dores suas angústias. No Antigo Testamento quando Javé chama Moisés para libertar seu povo lhe diz: 'Eu via a miséria do meu povo que está no Egito, ouvi seu grito por causa de seus opressores, por isso desci a fim de libertá-los das mãos dos egípcios para os levar a uma terra boa'.

Irmãos e irmãs vicentinos, precisamos ver e escutar para conhecer, para descer, para comprometer na libertação dos pobres. Lembremos que o profeta prega numa época gloriosa em que o Reino de Israel se enriquece, mas época na qual o lucro dos grandes insulta a miséria dos pobres. Amós condena em nome de Deus a injustiça social.

Vicente de Paulo e Frederico Ozanan tiveram a experiência com um Deus que se compromete com o pobre porque conhece suas angústias. O tema desse avivamento é 'Vencer com os pobres'. Por uma estranha coincidência a mensagem de Bento XVI para dia da Jornada Mundial da Paz de 2009 o tema será dedicado a isso, 'Combater a pobreza construir a paz'.

Irmão vicentinos há deveres de justiças que devemos lutar com os pobres, e vencer os mecanismos geradores de miséria. Eu não posso ser verdadeiramente feliz se outro sofre. A caridade cristã não é um amor cego, é um amor inteligente.

Para encontrar os meios para vencer a miséria a nossa caridade tem que ser engenhosa para descobrir as causas e os meios para vencê-la. Eu não posso ser feliz se o outro sofre. Temos que lutar. Precisamos descobrir os traços da miséria para combatê-la.

A caridade é invencível! Venceremos esta luta pela justiça indo às raízes do problema.

Buscar as causas da pobreza a curto e a longo prazo. As pessoas têm fome e não tem moradia e temos que procurar soluções para isso. Assim como o Papa disse aos vicentinos: soluções concretas e flexíveis. Com isso estaremos contribuindo com o evangelho e com a Igreja.

Falamos muito e fazemos pouco. Temos que nos comprometer com o povo.

Para cuidar do sistema social em que vivemos. O nosso amor vicentino deve ser ‘afetivo e efetivo’. São Vicente repetiu isso mais de uma vez. O amor de uma filha da caridade não é só terno e efetivo, porque ela serve aos pobres de maneira concreta. Devemos amar aos pobres com ternura e efetivamente porque nossa vocação é servir os pobres de maneira concreta.

A caridade cristã não é um amor cego, é um amor inteligente
Foto: Eliziane Alves

Não só devemos atender as necessidades corporais, mas devemos compartilhar nossa fé através de nosso testemunho e de nossas palavras. Para nós missionários, não devemos pensar nos pobres somente na parte espiritual. Devemos proclamar a Boa Nova aos pobres, com palavras e obras; o que dizemos e fazemos deve reforçar-se mutuamente, persuadir e ensinar são partes integrais do processo conversão.

A obra é do Senhor e nós precisamos colaborar com Deus. Lutando para vencer a realidade da opressão que tantas vezes os pobres sofrem. Procurando devolver à pessoa a dignidade, para que desta forma participem de uma vida nova, para uma sociedade nova, por isso fiquemos atentos ao olhar para a vida de Jesus.

Se nós vicentinos tivermos que assumir algum poder, que seja o ‘poder do coração’, o poder do amor. Temos que demonstrar que a família é o âmbito natural que se aprende a amar, com gestos simples que são o suficiente para incutir a esperança naqueles que são esquecidos.

Testemunhar o conhecimento de um Deus que conhece aos pobres e quer libertá-los. Um Deus que os ama e tem o compromisso para com eles se importando e lutando com os mais necessitados; para que estes recuperem a dignidade. Eles conosco, e nós com eles, procuramos uma sociedade mais justa. Assim construiremos a civilização do amor.

Transcrição e adaptação: Eliziane Alves e Willieny Isaías


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