Viver a boa semente

Adriano Moraes
Foto: Robson Siqueira

Com dezoito anos, eu comecei a montar profissionalmente em touro. Ia para as festas, arrumava namoradas, me divertia, mas não era feliz. Um dia assistindo um grande evento em Matão (SP), vi uma moça passar e disse: Essa aí vai ser a minha esposa. Na época eu não sabia porque estava dizendo isso, hoje eu sei.

:: Biografia do Adriano Moraes

Eu falava com ela da única paixão que eu tinha na vida: os bois; e ela falava de sua paixão: Deus. Eu achei estranho uma garota de 19 anos falar que sua paixão era Deus, mas gostava do que ela dizia. Eu não estava preparado, o terreno era de espinhos, e nem por isso Deus deixou de lançar a semente em mim. Hoje eu vejo que aquele foi o momento mais importante em minha vida.

O sertanejo, desde que ele começa a trabalhar no sítio com o pai, ele já aprende a cultivar, e este aprendizado ele leva para toda a vida.

Para quem mora na cidade eu pergunto: Você já prestou atenção na vida de quem mora na roça? No jeito simples do homem do campo tomar o cafezinho, o jeito simples de viver? E como é bom! Porque o homem do campo não se preocupa com o aumento do dólar, ou com as preocupações que os da cidade vivem. A única preocupação é a sua vida e o cuidado da sua terra.

Deus não grita, mas fala conosco. Ele é manso, assim é o homem da roça, é manso porque para plantar uma terra é preciso paciência, é preciso fazer com amor. O semeador quando semeia, ele presta atenção para ver se a terra foi bem preparada, se a semente foi bem semeada. Ele presta atenção para ver se a semente foi bem coberta para que no tempo certo ela possa produzir.

O semeador que é Deus, quer que paremos e o escutemos. Deus quer tirar todas as arestas, Ele quer tirar todas as nossas amarguras para nos tornar solo fértil.

Não adianta abrir o coração, receber a semente, ir até uma certa altura e depois parar, isso de nada adianta. Imagine se o monsenhor Jonas tivesse parado, nenhum de nós estaríamos aqui. Da mesma forma que Deus me chamou, e eu me deixei semear, Ele tem me transformado em semeador. Eu me vejo um terreno árido, pedregoso, mas Deus tem trabalhado todos os dias em mim.

Quando rezamos, do nosso coração vai sendo retirado as pedras e sendo jogado adubo para nos transformarmos em terra boa para ser semeada, e mais tarde, com a doação da nossa vida simples, de homens do campo, sermos também semeadores. A maior doação é quando você doa aquilo que você mais ama. É nesse ato de amor que estamos sendo terreno, semente e semeador. É quando nos abrimos que o nosso coração se torna solo fértil.

Temos sido terreno bom? Ou arenoso, cheio de espinho? Qual tem sido o espinho que tem nos ferido? Peçamos ao Senhor na oração que nos cure nesse dia. Deus nos chama em todos os momentos da nossa vida porque Ele nos quer cada vez mais com Ele.

Hoje, Deus nos pede que entreguemos o nosso coração, que sejamos manso, que nos entreguemos a Ele. Todos os dias, é minha esposa Flávia quem vai me recordando qual é a minha missão de filho de Deus. É ela que semeia no coração dos nossos três filhos. Eu quero perguntar a ela: “O que te levou a falar de Deus a um peão que só queria saber de te beijar?"

Flávia: "Eu falei de Deus porque eu só tinha Deus. Naquela época eu tinha perdido os meus avós, estava em uma situação muito difícil em casa, o meu terreno também não estava bom, e a única coisa que eu podia te dar era Deus”. 

Eu sou filho de Deus, homem nascido para ser terreno fértil, semente, fruto e semeador, porque Deus nos quer junto com Ele sendo semeador.

Assista trecho da pregação


Transcrição e adaptação: Célia Greg
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