Depois da Cruz nós temos a ressurreição

Sérgio Coutinho

Sergio Coutinho

Sérgio Coutinho / Foto: Arquivo CN/ cancaonova.com

Quem faz em minha vida é Deus, e é Ele quem toca o meu coração. Eu peço, neste momento, Ele toque o seu coração.

Eu o convido a usar a sua imaginação para a leitura desta palavra:

“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” (Ap 21,1-4)

Nos céus novos e na terra nova, não haverá mais nenhum sofrimento nem dor. Deus está conosco, mas você pode me questionar: “O que está acontecendo, que não sinto?”.

A ressurreição de Cristo

No Catecismo da Igreja Católica, 655, a própria Igreja nos diz: “Finalmente, a ressurreição de Cristo – e o próprio Cristo Ressuscitado – é princípio e fonte da nossa ressurreição futura: «Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram […]. Do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida» (1 Cor 15,20-22). Na expectativa de que isto se realize, Cristo Ressuscitado vive no coração dos seus fiéis. N’Ele, os cristãos «saboreiam as maravilhas do mundo vindouro» (Heb 6, 5) e a sua vida é atraída por Cristo para o seio da vida divina (585), «para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles» (2 Cor 5,15)”.

Em Deus, eu espero e com Ele experimento essa ressurreição. “O céu é o fim último e a realização mais profunda.”

“Depois da Cruz do Ressuscitado, nós temos a ressurreição!” Foto: Arquivo CN/cancaonova.com

No céu, viveremos o estado definitivo de alegria. Isso é Doutrina da Igreja, e é a nossa esperança, porque Cristo ressuscitou!

“E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: ‘Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.’” (Mc 8,24)

Para nós, Jesus diz: “Renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

O que significa renunciar?

Somos muito cheios de nós mesmos, das nossas vontades e percepções. Talvez, a melhor ideia não seja a sua nem a da sua esposa, mas a sua junto com a dela. Talvez, a melhor solução não seja a sua, mas a do seu filho junto com a sua. Então, é necessário que renunciemos a nós mesmos. Nem tudo que temos vontade de fazer é preciso fazer, por isso podemos, livremente, escolher não fazer. É preciso pensar no que para você é difícil renunciar.

A verdadeira realeza de Cristo

“Foi por isso que o verdadeiro sentido da sua realeza só se manifestou do cimo da cruz (43).” (Catecismo da Igreja Católica, 440)

Nós precisamos, com Deus, suportar o sofrimento e carregar a nossa cruz! Só depois do sofrimento Pedro compreendeu que Ele era, de fato, o Cristo ressuscitado.

Dom Bosco, percebendo que suas forças estavam acabando, disse para os seus em seu testamento espiritual: “antes de partir para a minha eternidade, tenho algumas coisas para dizer: vos peço para não chorar na minha morte, este é o débito que todos devemos pagar, mas depois nos será largamente recompensada cada fadiga suportada por amor ao nosso Mestre, ao nosso bom Jesus. Ao invés de ficar chorando desesperado porque o seu superior morreu, façam fortes e eficazes resoluções de permanecer firmes na vontade de Deus. O vosso primeiro reitor morreu, mas o nosso verdadeiro superior, Jesus Cristo, não morrerá”.

Meu irmão, talvez você se encontre em um leito de morte, angustiado, sem trabalhar, impedido de estar com os seus, mas Dom Bosco nos ensina a não perdermos tempo chorando por causa da morte. Claro, iremos chorar quando perdemos alguém, mas não permaneçamos assim.

Se está difícil, chore um pouco, mas não fique preso a essa cruz. A cruz tem sentido por causa da Ressurreição de Cristo, e com ela ressuscitaremos no último dia, onde não haverá mais dor; então, surge um caminho de paciência com o sofrimento, e a Igreja nos ensina os passos.

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Etapas de paciência

A primeira etapa é quando aceitamos o sofrimento como vindo de Deus, sem murmuração nem revolta, suportando as dores pelas esperanças celestiais, ou seja, eu quero o céu, por isso aguento a dor.
A segunda etapa é onde a alma abraça o sofrimento com determinação e ardor, em união com Jesus Cristo, para conformar-se com seu Divino Mestre. O discípulo não pode ser maior que o seu Mestre.

O terceiro passo é o desejo e o amor pelo sofrimento, por Deus, que desejamos glorificar, e pelas almas cuja santificação desejamos trabalhar.

Temos um caminho a trilhar, porque, depois da Cruz do Ressuscitado, nós temos a ressurreição!

Transcrição e Adaptação: Bruna Marta

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