Precisamos cuidar das nossas raízes

Padre Adriano Zandoná

Mais do que querermos ser curados, Deus quer nos curar. Muitas vezes, a nossa vida não vai para frente, porque muitas coisas nos puxam para trás. São muitas memórias que precisamos esquecer, muitos desafios que precisamos superar.

A cura interior não é um processo apático e letárgico, mas um processo dinâmico. Algumas pessoas acham que cura interior é ficar sentado, passivo, acham que é só ficar olhando.

Deus só cura aquilo que temos a coragem de ofertar e assumir a Ele. Santo Irineu de Lyon dizia que somente aquilo que é assumido pode ser redimido. Por isso, Jesus assumiu a nossa condição humana, para se redimir como homem, entregar-se como homem.

Para que alcancemos uma cura profunda, precisamos assumir a nossa história, precisamos tomar uma atitude dinâmica da sua vida, saindo da posição de vítima e reconhecendo as nossas feridas e dores.

Existem memórias difíceis para esquecermos, existem feridas presentes na nossa história. Às vezes, sentimo-nos tão pequenos, há um buraco em nós. As feridas que carregamos vão pesando em nós.

Eu gosto de usar a analogia de uma pessoa que carrega uma mochila cheia de pedras e precisa subir uma ladeira para chegar em casa. Algumas pessoas estão assim na vida, porque estão guardando muitas coisas.

A pessoa que tem muita dificuldade de perdoar é muito orgulhosa ou vaidosa. Segundo o Livro do Eclesiástico, a pessoa é tão vazia, que vai se enchendo de si mesma; e quando é magoada, não consegue perdoar.

Os desafios nos impedem de sermos melhores

Sozinhos não somos capazes de superar o mal, e precisamos da ajuda de Jesus para carregar as nossas pedras. Os desafios que precisamos superar nos impedem de sermos pessoas melhores.

.:Livro conquistando a liberdade interior
.:Assista ao novo clipe da canção “Cura-me” de padre Adriano Zandoná

A Carta aos Hebreus, no capítulo 12,15 diz: “Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e contaminando a muitos”.

A palavra amargura vem do grego “pikría”, uma lança pontiaguda que, quando acertava, gerava um amargor com um cheiro ruim. A amargura é justamente isso, uma lança de dor que nos atinge, que rouba os nossos sonhos e nos deixa amargos.

Em meu livro “Conquistando a liberdade interior”, usei a analogia da raiz. A raiz é o que está dentro da terra, se ela não está saudável, a árvore cai, apodrece.

Santo Agostinho disse: “Não se preocupe se os galhos da sua árvore estão apodrecidos, dê atenção à raiz”.

As pessoas, muitas vezes, cuidam mais do cabelo do que do coração, cuidam mais da aparência do que o que está na cabeça, e não produzem frutos de perdão, porque a raiz está podre. As coisas que não deixamos Deus curar dentro de nós vão gerando amargura.

A reclamação é a oração de louvor ao mal. Quando só reclamamos, estamos vendo somente o que é ruim. Precisamos cuidar das nossas raízes.

Com Deus vencemos o mal. Talvez você esteja amargurado, mas deixe Deus retirar essa amargura de você.

Precisamos deixar Deus curar nossas amarguras

Grande parte da vida é mistério e, muitas vezes, ficamos amargurados, porque queremos entender todas as coisas. Maria, aos pés da cruz, não tinha conhecimento de todas as coisas, mas, em nenhum momento, se desesperou, porque, no fundo, ela confiou em Deus.

Precisamos deixar Deus nos curar das amarguras que vão nos azedando. Não é difícil nos amargurarmos, é só retirarmos Deus do centro da nossa vida.

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Diante dos nossos sofrimentos e das mágoas, olhemos para o Senhor. Ele não cura quem se sente sempre o coitadinho. Não sejamos como coitados, porque temos o Sangue de Jesus ao nosso favor para nos levantar. Não existe cura sem amadurecimento. Precisamos crescer pessoal e espiritualmente.

Transcrição e adaptação: Karina Silva

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