O Senhor já promete nos guardar!
Nós acabamos de ouvir esse Evangelho no qual Jesus contou esta parábola, especialmente, para alguns que confiavam na própria justiça e desprezavam os outros. Foi para isso que Jesus a contou.
Na parábola, conta-se sobre dois homens: o fariseu, diante de Deus, dizendo o bem que ele fazia, enquanto que o outro, o cobrador de impostos (época em que os cobradores eram odiados, por causa disso, aproveitavam para roubar o povo, pois parte daquele dinheiro que eles cobravam nos impostos tiravam uma parte para eles). Esse homem, cobrador de impostos, estava no fundo da sinagoga e lá, diz a Palavra de Deus, ele batia no peito dizia: “Meu Deus, tem piedade de mim porque sou pecador!”
Veja, o primeiro homem só fala bem de si mesmo e o outro pede piedade para Deus. Esse último saiu justificado, perdoado, de bem com Deus, fossem quais fossem os seus pecados e os seus erros. E Jesus observa o outro, a quem nem tinha como perdoá-Lo porque não pediu perdão. Ele só se justificou e elogiava a si mesmo. Ele foi altivo, soberbo, ficou engrandecendo-se diante de Deus, e a oração que ele fez mostra a vida dele. E isso, meus irmãos, “cutuca” a gente porque, por vezes, agimos assim, mas não podemos ser vaidosos, altivos, soberbos, pelo contrário, devemos saber que somos pecadores, porque temos todas as inclinações do pecado dentro de nós.
São Francisco de Assis dizia: “Sou assassino como todos os assassinos, sou ladrão como outros ladrões, peco contra a castidade como os que pecam contra a castidade […]”. Veja, São Francisco disse isso, e se ele admitiu isso, imagine eu e você!
Voltemos ao Senhor!
Ao passo que aquele segundo homem da parábola do Evangelho de hoje é todo verdade e humildade, e isso fez com que ele “arrebentasse” as portas do Reino de Deus. Claro que é uma parábola, mas, na parábola, ele “arrebentou” as portas do Reino de Deus porque foi humilde e teve a coragem de pedir perdão e de mudar de vida. É muito rico esse Evangelho!
Reze comigo: “Senhor, eu não quero ser como aquele primeiro homem cheio de si mesmo, orgulhoso. Pelo contrário, Senhor, eu quero ter a verdade do segundo homem, pedir perdão dos meus pecados e andar sempre nos Seus caminhos, atento para não errar e não pecar, sempre me vigiando. E neste dia dentro da Quaresma, Senhor, eu me proponho a ser vigilante comigo mesmo. Senhor, faz-me vigilante! Obrigado, Senhor!”
A segunda leitura foi muito rica. Ela é retirada do livro de Oseias, capítulo 6. Digo a você que essa passagem acompanha a Canção Nova desde o início de sua fundação. Nós recorremos sempre a esse trecho bíblico. Nós vivíamos e vivemos essa Palavra:
“Vinde, voltemos ao Senhor, ele feriu-nos, ele nos curará; ele causou a ferida, ele a pensará. Dar-nos-á de novo a vida em dois dias; ao terceiro dia levantar-nos-á, e viveremos em sua presença. Apliquemo-nos a conhecer o Senhor; sua vinda é certa como a da aurora; ele virá a nós como a chuva, como a chuva da primavera que irriga a terra” (Oseias 6, 1-3).
Apliquemo-nos em conhecer o Senhor porque Sua vinda é certa como a aurora! Esse conhecer não deve ser apenas um conhecer intelectual, mas sim um conhecimento experiencial, de deixar-se tocar por Ele. E é isso que a Palavra está dizendo, pois a vinda do Senhor Jesus é certa como a aurora! Porque, claro, a aurora é amanhecer e todos os dias e, graças a Deus, amanhece!