O que é cura e libertação?

É muito comum, em nossos dias, a expressão “cura e libertação”. Tanto a expressão é comum, como também a necessidade de cura e libertação, da nossa parte, também o é. E a cada dia que passa, com o seu distanciamento ainda maior de Deus, o ser humano se torna mais necessitado de ser curado e liberto. A verdade é uma só: de cada 10 pessoas, 10 precisam de cura e libertação!

Repare bem como Jesus nos vê: “Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores” (Lucas 5,31-32). O anúncio do Reino de Deus e o chamado à conversão são, para Jesus, um chamado à cura, porque Ele entende os pecadores como enfermos. De fato, o pecado é a mais terrível de todas as doenças. O pecado tem duas filhas: a doença e a morte. Assim sendo, o mais correto talvez fosse dizer: “curar para libertar” ou “oração de cura para a libertação”. 

 

:: As estratégias do inimigo  

 

Quando se fala que vamos orar por cura e libertação no grupo de oração, na Santa Missa, nos mais diversos momentos de fé, os fiéis se fazem presentes em grande número e com grande confiança. É bonito ver a esperança que o nosso povo de Deus tem em Jesus, que carregou sobre Si todas as nossas chagas, e que, com Seus ferimentos, nos trouxe a cura e a libertação de toda a doença e de todo o mal (cf. Isaías 53,4).

“Cura e libertação” são, na verdade, um único e mesmo carisma (descrito ao longo das Escrituras Sagradas e claramente presente na Igreja do Senhor nestes dois milênios), embora também, muitas vezes, se entenda por “libertação” a ação de tirar a pessoa das garras do inimigo de Deus e nosso.

Pensando bem, a cura e a libertação do povo sofrido de Deus são o grande objetivo de toda a ação evangelizadora da Igreja. A Igreja nasceu para evangelizar (EN 15), e ela o faz, sobretudo, por intermédio da busca sincera de santidade de seus membros. Assim, a Igreja promove a cura total do ser humano, libertando-o de todas as cadeias e grilhões do maligno.

Padre Márlon durante pregação na Canção Nova
Foto: Arquivo/cancaonova.com


Tenho insistido, por onde tenho andado, que Jesus tinha apenas um ministério (não dois ou três… mas apenas um ministério!): pregação e cura (cf. Atos 10,34-43). Não duas moedas, mas duas faces da mesma moeda! E Jesus, ao confiar esse ministério aos primeiros cristãos, confiava também a nós a tarefa da cura e da libertação dos nossos irmãos (cf. Mateus 10,1-15; Lc 9,1-2;6). Ele nos mandou pregar e curar (cf. Marcos 16,15-16). Acredite: Jesus continua curando, nos dias de hoje, como há dois mil anos!

Em todas as pastorais e movimentos eclesiais, em todos os carismas, fundações e iniciativas da Igreja, o que se busca é a cura e a libertação da pessoa humana. Busca-se forjar santos: “Sede Santos, como o vosso Pai do Céu é Santo” (1 Pedro 1,16). E o que é o santo? Ora, o santo é aquele que verdadeiramente tem saúde. Sanidade (saúde) rima com santidade! E mesmo que se tenha um ferimento aqui, uma contrariedade ali, um sofrimento acolá…

Na Sinagoga de Nazaré (cf. Lucas 4,16-21), Jesus tomou sobre Si a profecia do livro Profeta Isaías, descrita no capítulo 61. Disse claramente que foi enviado para curar e libertar. A mesma unção para curar e libertar foi comunicada a cada batizado. Alguns, de uma maneira especial, exercem esse ministério por um chamado de Deus, e a ele se dedicam em favor dos irmãos. Em Jesus, a unção de cura e libertação foi liberada para a toda a Igreja e para os cristãos; e, por intermédio dos cristãos, para toda a humanidade.

Padre Márlon Múcio, mss
Fundador da Comunidade Missão Sede Santos

 

Veja mais:
:: Deus não usa relógio de pulso
:: O seu cristianismo tem incomodado?

↑ topo