Se Jesus estiver em nossa companhia, a nossa vida mudará. A mudança é o máximo da misericórdia do Senhor
As primeiras leituras de todos esses dias se referem aos acontecimentos depois de Pentecostes. Pedro e João foram ao Templo e encontraram um homem paralítico que há muito tempo permanecia por lá pedindo esmola. O homem ficou esperançoso, pensando que ia receber esmola, mas Pedro disse: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou em nome de Jesus Cristo, o Nazareno. Levanta-te e anda!” (Atos dos Apóstolos 3,6). Com o apoio de Pedro, aquele homem se colocou totalmente de pé, saltando e louvando a Deus. Aquilo causou comoção em todo o povo.
Pedro fez uma pregação maravilhosa. Esse foi o segundo querigma que ele realizou depois de Pentecostes. Pedro foi preso e ficou na prisão a noite toda, mas o bonito é que aquela pregação fez com que duas mil pessoas se convertessem e pedissem o batismo. Pedro estava cheio do Espírito Santo, era o Paráclito falando por meio dele.
Eles foram interrogados: “Em nome de quem vocês fazem todas essas coisas?”. Eles disseram que era em nome de Deus. Havia uma coragem naquilo que eles diziam. Chegou um ponto, na primeira leitura de hoje, que os ouvintes de Pedro e João ficaram admirados e se perguntaram de onde eles tiravam a firmeza, a coragem em tudo que faziam. Porque Pedro e João tinham estado com Jesus, todas aquelas maravilhas aconteceram. Aqueles que condenaram Jesus interrogaram Pedro e João e foram obrigados a reconhecer que eles estiveram na companhia do Mestre.
Viver com Jesus, andar com Ele muda a nossa vida. Mesmo se estivermos errados, se Jesus estiver em nossa companhia, a nossa vida muda. A mudança é o máximo da misericórdia do Senhor.
O homem que eles curaram foi visto pelo povo, então os interrogadores se perguntavam: “O que faremos?”. Chegaram à conclusão infeliz: “Vamos ameaçá-los para que não falem mais em nome de Jesus”. No entanto, nenhum dos apóstolos deixou de falar em nome de Cristo.
As ameaças foram terríveis, mas a resposta de Pedro foi maravilhosa: “Julgai vós mesmos, se é justo diante de Deus que obedeçamos a vós e não a Deus!” (Atos dos Apóstolos 4,19). Aqui, a Palavra é de desassombro. Não podemos nos calar diante do que vemos e ouvimos. Você, meu irmão, não pode se calar!
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Faça um teste sobre si mesmo, acompanhe as notícias do que está acontecendo no Estado Islâmico. Lá, ser cristão equivale a morrer. Eles não aturam nenhum cristão. Ponha-se no lugar deles, você falaria de Jesus, você testemunharia o Senhor diante de uma situação assim?
Nós teríamos a coragem de não renunciar a Jesus, de não fugir diante das ameaças do Estado Islâmico? “Nós Lhe pedimos, Senhor, dá-nos a coragem destes mártires do ano 2015! Dá-nos a coragem de testemunhar sempre e em qualquer situação!” Imagine todas as situações do dia a dia em que precisamos testemunhar Cristo, dizer o que é correto, o que é verdadeiro.
Com muitas ameaças, eles soltaram Pedro e João, pois não podiam fazer nada. E os Atos dos Apóstolos continuam nos mostrando aquilo que aconteceu: “Postos em liberdade, voltaram aos seus irmãos e referiram tudo quanto lhes tinham dito os sumos sacerdotes e os anciãos.” (Atos 4,23)
“Estendei a vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo nome de Jesus, vosso santo servo!” (Atos dos Apóstolos 4,30)
Se fôssemos nós, falaríamos a Pedro e João para serem prudentes diante da ameaça de morte. Mas diz a Palavra de Deus: “Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a palavra de Deus.” (Atos dos Apóstolos 4, 31)
“Senhor, nós não podemos deixar de estender as mãos e orar pelos irmãos e irmãos, para que recebam uma porção redobrada do Espírito Santo. Senhor, que esses meus irmãos e irmãs e todos aqueles que estão nos acompanhando sejam cheios do Espírito Santo e preguem a palavra com desassombro. Que pela oração realizem curas, prodígios, sinais no nome Santo de Jesus. E que eles permaneçam cheios do Espírito Santo e que a vida deles se transforme, que os frutos do Paráclito transformem a vida deles.”
O Evangelho fala das aparições. Quando Jesus se manifestou a Maria Madalena, chamando-a pelo nome, deu uma ordem para que ela contasse aos apóstolos que Ele havia ressuscitado. Mas eles não acreditaram, eles conheciam muito Maria Madalena, ela era uma verdadeira discípula de Jesus, mas eles não acreditaram.
Jesus apareceu também para os dois discípulos de Emaús. Eles contaram para os apóstolos como Jesus se manifestou a eles, como o coração deles ardia enquanto o Senhor falava, mas, mais uma vez, eles não acreditaram. E quando os apóstolos menos esperavam, Jesus apareceu para eles no cenáculo. E a primeira coisa que Jesus fez foi repreendê-los pela falta de fé e dureza de coração.
Jesus disse ainda aos apóstolos: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16,15). Que maravilha, que excesso de misericórdia do Senhor! O mesmo Senhor que por misericórdia repreende, confia.
A misericórdia de Jesus é uma moeda que tem dois lados. De um lado, a misericórdia infinita; do outro, a justiça. Nós pensamos que Deus é misericordioso, por isso levamos a vida de pecado em pecado, mas o Senhor diz claramente: “Estes serão condenados”. Sejamos alvos da misericórdia e não da justiça do Senhor!
Nesses textos do Evangelho, depois da Ressurreição de Jesus, para mim o que mais fala da misericórdia é o encontro de Jesus com Pedro. Depois de passarem a noite sem pescar nada, quando Jesus surgiu, Ele buscou um momento para estar a sós com o apóstolo. Ele não o chamou de Pedro, mas de Simão, que quer dizer “caniço que o vento agita”.
Pedro negou Jesus três vezes, mas chorou amargamente, pois o arrependimento dele foi verdadeiro. No entanto, Pedro não tinha certeza do perdão de Jesus. O remorso o corroia por dentro. Jesus provocou um encontro para estar a sós com Pedro e tinha todo direito de repreendê-lo como fez com os apóstolos no cenáculo. O Senhor lhe perguntou: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?”. E Pedro Lhe respondeu: “Sim, Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que Te amo”; e Jesus disse: “Apascenta as minhas ovelhas”.
O Senhor confiou suas ovelhas a Pedro e sabia muito bem da negação dele. Até hoje, o rebanho de Cristo está confiado a Simão, e este, agora, chama-se Francisco, a quem nós amamos muito e que se assemelha a Jesus. É o máximo da misericórdia do Pai.
Eu não sei quais foram as suas negações a Jesus. Grandes ou pequenas? Negações dos pecadinhos que vamos empurrando com a barriga, mas sejam quais forem as suas negações, arrependa-se como aconteceu com Pedro, para que haja perdão. Se não nos arrependermos, o perdão não acontecerá, por isso é preciso que haja arrependimento, e com o arrependimento a confissão, a fim de receber uma chuva de misericórdia.